Passageiros que possuem deficiência física estão com dificuldade para embarcar e desembarcar no Aeroporto Internacional Maestro Wilson Fonseca, em Santarém, oeste do Pará. Segundo eles, o equipamento que transporta o cadeirante até a aeronave, não é adequado.
O administrador Ildo Peifher tem deficiência física e precisa viajar de
avião com frequência. Ele conta que os problemas começam na sala de
embarque.
“Lá o espaço é estreito, é pequeno, então, no período que tem
mais de um voo ao mesmo tempo, se tiver mais de um cadeirante, a gente
fica limitado”.
Apesar da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)
determinar que as companhias aéreas priorizem o atendimento, não falta
exemplo de quem se sentiu desrespeitado no aeroporto.
Na semana passada,
uma santarena de 36 anos precisou viajar a Belém para dar continuidade a
um tratamento contra o câncer. Devido estar debilitada, no saguão do
aeroporto, ofereceram a ela uma cadeira de rodas para facilitar o acesso
ao avião.
Na escadaria próximo a aeronave, a cadeira de rodas comum foi
trocada por uma cadeira de rodas mecânica. Segundo o pai da mulher, no
momento em que ela era erguida, um parafuso soltou da cadeira, e ela
caiu.
O pai da jovem questiona a ausência de estrutura para o transporte de
passageiros. “Infelizmente, o nosso aeroporto é desprovido disso. Nem a
empresa nem a Infraero [Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária] prestaram os devidos socorros a ela.
Ao ser deslocado
para o atendimento do médico que era passageiro, e estava no avião, ele
exigiu uma maca, uma ambulância para conduzi-la até o hospital de
referência, no caso o regional.
Foi feito, mas em péssimas condições.
Não tinha como prender a maca na ambulância, os funcionários foram
segurando até o hospital, como se fosse mercadoria”, enfatizou o
professor Ivan Sadeck.
Após o acidente, a família registrou Boletim de Ocorrência. Segundo o
pai, eles devem procurar orientação do Ministério Público.
Infraero diz que responsabilidade é de companhia
Em nota, a Infraero informou que atualmente, no Aeroporto de Santarém, a
responsabilidade pelo embarque e desembarque de passageiros, inclusive a
disponibilidade dos equipamentos para esse procedimento é da própria
companhia aérea.
Resolução derruba
A resolução nº 280 da ANAC, de julho de 2013, define novos procedimentos relativos à acessibilidade
de passageiros com deficiência ou mobilidade reduzida no transporte
aéreo.
Nessa resolução, é esclarecida que, dentro de um planejamento
definido pelo número de passageiros embarcados e desembarcados, caberá
ao operador do aeroporto, no caso de Santarém, à Infraero, a
responsabilidade de prover equipamentos para embarque e desembarque.
Pela programação, a Infraero passa a ser responsável por esses serviços
no aeroporto de Santarém a partir de 2015.
A TAM, companhia aérea em que a mulher sofreu o acidente, informou que
cumpre com a resolução nº 280 da ANAC que dispõe sobre os procedimentos
relativos à acessibilidade de passageiros com necessidades de
assistência especial e utiliza produtos certificados, como cadeiras
motorizadas que permitem o acesso adequado desses passageiros às
aeronaves.
A companhia lamentou o ocorrido e esclareceu que seguiu os
procedimentos e prestou toda a assistência necessária à passageira.
Fonte: G1 Pará Santarém e Região
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