31 de dez. de 2013

Estudantes de Mogi criam bengala com sensor para pessoas com deficiência visual



Um grupo de estudantes de engenharia de automação de Mogi das Cruzes criou uma bengala com sensores para ajudar deficientes visuais a se locomoverem com mais segurança pelas ruas da cidade. 


Ao contrário das comuns, esta permite detectar obstáculos que passariam despercebidos. 


"No corredor, ou em uma rua, ele consegue sentir os orelhões ou obstáculos que estão acima dele, para evitar bater a cabeça", explica um dos integrantes do grupo, Leandro Gomes Santos.


A ideia surgiu durante uma reunião dos jovens, que queriam criar algo inovador, mas que ajudasse alguém. O desenvolvimento começou há cinco meses. 


"A gente pensou na bengala comum, em que o deficiente é obrigado a tocar os objetos. Então a gente pensou que poderia criar uma com sensor que não há a necessidade de tocar no objeto. Ele só vai aproximar e vai emitir um ruído sonoro ou vibração", explica o estudante Eduardo Gomes Silva. 


Durante o desenvolvimento, o grupo percebeu que os barulhos da cidade poderiam atrapalhar o deficiente de ouvir o som, por isso eles optaram pelo motor de vibração. Quanto mais o obstáculo se aproxima, mais intensa fica a vibração.


Deficiente visual há 25 anos, o aposentado Marco Antônio Souza usa a bengala há oito anos e conhece bem as dificuldades, como os orelhões por exemplo. 


"Tem a parte que segura o orelhão, um pequeno poste. Aí vai se abrindo e faz aquela 'copa' em cima. A bengala, quando chega no poste embaixo, a gente já bateu no orelhão", diz.


Souza já viu um equipamento parecido em uma feira de tecnologia, mas o custo era de R$ 6 mil. Ele testou o protótipo desenvolvido pelo grupo. 


 "Ela vibra lentamente para dar a entender que está funcionando. Quando estou me aproximando de um obstáculo, ela vibra mais forte. Aí vou saber que tem obstáculo e vou desviar", diz o aposentado.


Os estudantes gastaram R$ 1 mil no equipamento, que incluiu uma bengala para deficiente visual, sensor e a bateria recarregável. Além de conseguir produzir com baixo custo, ainda há outros desafios.


 "A gente tem a parte de acessibilidade ainda para desenvolver. Ele vai ter que carregar a bengala, ligar a bengala, calibrar, ajustar a distância que vai começar a vibrar", detalha Eduardo.


O professor Marco Antonio Migliano, que orienta os alunos no projeto, incentiva os alunos para que eles continuem trabalhando no aperfeiçoamento do equipamento. “É assim que se começa algo, com pequenas ideias”, diz.


“Nossa intenção é aprofundar as pesquisas em novas tecnologias para o projeto. A engenharia deve vir para auxiliar o ser humano”, destaca o estudante Clayton Roberto Prismic.
 
Fonte: G1


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