30 de set. de 2015

Música e dança ajudam na reabilitação de pessoas com deficiência





Prática de esportes, dança, música e atividades culturais. Além da fisioterapia já tradicional, essas são alternativas muito eficientes tanto para o desenvolvimento físico e motor, como pessoal e social das pessoas com deficiência. 


Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a reabilitação permite o alcance do nível físico, mental e/ou social ótimo da pessoa com deficiência, dando a ela condições de mudar sua vida.


Na cidade do Rio, a secretaria municipal da Pessoa com Deficiência (SMPD) faz a gestão de seis espaços, os Centros Municipais de Referência da Pessoa com Deficiência, que atendem adultos e crianças com deficiências auditiva, visual, física e intelectual. 


Os locais contam com equipes multidisciplinares formadas de fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, intérpretes de libras e instrutores de oficinas. Somente na unidade de Irajá, são atendidas 350 pessoas, diariamente.


A Secretaria tem ainda uma atuação forte dentro das maternidades, para que ao primeiro sinal de que o bebê tem algum tipo de deficiência, ele seja encaminhado para um dos centros. O órgão mantém também creches inclusivas.


"Todas as pessoas com deficiência precisam da reabilitação. Antes, ela era vista como algo feito somente por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos. Nós abrimos o leque para a prática de atividades físicas, oficinas terapêuticas e para a cultura, com atividades como música, teatro e dança", diz a secretária municipal da Pessoa com Deficiência, Georgette Vidor.


A secretária garante que as atividades culturais servem de estímulo para os deficientes.


"Buscamos mostrar, por exemplo, que a atividade física e a dança são grandes estímulos, já que a fisioterapia é muito monótona. Queremos mostrar também que as oficinas culturais e terapêuticas desenvolvem habilidades para além das motoras", completa ela.


Coreógrafa do grupo de dança Corpo em Movimento, criado pela Associação Niteroiense de Deficientes Físicos (Andef), Camila Rodrigues destaca que a música é uma forma de “mexer” os músculos de uma maneira mais divertida e lúdica. 


Além disso, ela garante que a dança ajuda na inclusão, já que é possível misturar em uma mesma aula pessoas com e sem deficiência, e também auxilia na aceitação e no resgate da autoestima.


"A música é também uma terapia. Atualmente, no nosso grupo profissional há quatro pessoas com deficiência e três sem. Ao todo, são 42 pessoas com deficiência nas nossas aulas", diz Camila Rodrigues.


A Andef conta ainda com outras atividades, como a prática de diferentes esportes, entre eles, basquete, capoeira, futebol masculino, ginástica e natação. 


Medalhista paralímpico e gestor do Programa de Geração de Emprego e Renda da instituição, Anderson Lopes reforça que o esporte faz com que a pessoa saia das “quatro paredes” da reabilitação, se desenvolvendo tanto fisicamente, quanto socialmente.


"Na Andef, já pudemos proporcionar a prática esportiva para milhares de pessoas, em uma reabilitação integrada com a fisioterapia. Hoje, temos capacidade de reabilitar entre 250 e 300 pessoas com a prática de esportes. Apesar de termos atletas paralímpicos, que são exemplos e incentivos, muitas vezes, o esporte não é competitivo. É um trabalho de formiguinha, mas temos a certeza que o esporte transformou a reabilitação para melhor", ressalta Anderson Lopes.



PMs recebem curso de libras para dialogar com surdos em São Carlos

Grupo de policiais militares observa as instruções do professor

Soldados do 38º Batalhão da Polícia Militar de São Carlos (SP) têm recebido treinamento sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para facilitar a comunicação e melhorar a abordagem a pessoas que são surdas. 


Dados do último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que em 2010 a cidade tinha aproximadamente 9 mil surdos com diversos graus de deficiência.


O projeto do 38º BPM, inédito no Estado de São Paulo, visa oferecer o curso a mais de 300 militares de cidades como Ibaté, Ribeirão Bonito, Dourado, Descalvado, Porto Ferreira e Santa Rita do Passa Quatro.


A ideia surgiu a partir de uma matéria chamada 'Procedimento Operacional Padrão (POP)', oferecida durante o Estágio de Aprimoramento Profissional, período em que todos os policias em âmbito estadual são retirados das ruas para uma semana de reciclagem de habilidades e conhecimentos.


Atualmente, o que era apenas uma apostila que orientava os militares na hora de abordar pessoas com deficiência se transformou em aulas práticas com um intérprete de libras e surdos voluntários. A meta é auxiliar os militares nessa abordagem.


“O grande desafio da polícia hoje é conseguir identificar em uma abordagem ou uma ocorrência a pessoa como deficiente auditivo. Em um segundo momento, o desafio é de como agir, como conversar com eles, como deixá-los tranquilo e como ajudá-los”, falou capitão Jefferson Lopes Jorge. 


Segundo ele, mesmo durante as aulas práticas os policiais sentem a dificuldade de interagir com os surdos.


Além dessas aulas, o batalhão disponibilizou uma turma, com duração de 3 meses, para que policias e familiares se aprofundem na linguagem de sinais. 


No futuro, a ideia é oferecer um curso com duração de 40 horas semanais, realizado em São Carlos para todos os batalhões do Estado de São Paulo.


“Nós já formalizamos esse curso junto ao comandante geral, em São Paulo, que será muito mais avançado, com muito mais detalhes e com mais profundidade. Esses policiais seriam, então, multiplicadores em suas unidades. Diferente do que é dado agora, que são noções gerais”, completou o capitão, que prevê o início do curso para 2016.

 

Aulas


Apesar de nunca ter se deparado com uma situação em que tivesse que lidar com esse tipo de deficiência durante o trabalho, o sargento Carlos Eduardo Pasian, de São Carlos, disse achar o projeto de extrema importância.


“No nosso dia a dia podemos nos deparar com essas pessoas em uma abordagem ou na hora de auxiliar em um acidente, e esse curso facilita a comunicação, tanto para receber quanto para passar as informações e evitar um mal entendido por conta de um sinal mal dado ou uma informação que a gente não consiga compreender”.


Atualmente, o responsável por ministrar o curso é o interprete de libras Alexandre Moreira, que disse se sentir honrado em poder ajudar a polícia. Ele acredita que esses cursos poderiam ser estendidos para outros profissionais e outros locais 


“O governo precisa ter um enfoque de libras nas salas de aula”, declarou.


Para ajudar os policiais, alguns surdos voluntários participam dos cursos. É o caso de Ronaldo José de Moura, que apoia a iniciativa. 


“É bom. É importante a polícia aprender e é bom ensinar, eu estou feliz”, relatou.



 

29 de set. de 2015

Cientistas apostam em células-tronco em pesquisa para curar cegueira


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A "cobaia" foi uma mulher de 60 anos, portadora de degeneração macular, uma doença ocular degenerativa, em procedimento realizado no Moorfields Eye Hospital. 


A doença é a principal causa de perda de visão em países desenvolvidos.


No Brasil, cerca de 2,9 milhões de pessoas com mais de 65 anos têm a doença, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.


A técnica envolve o uso de uma espécie de "remendo", feito com células oculares provenientes de doações, implantado na parte posterior da retina.

 
A cirurgia faz parte de um projeto criado há uma década para tentar reverter a perda de visão em pacientes com degeneração macular. 


Dez pacientes com o tipo "úmido" da doença, considerado o mais grave, participarão dos testes.


Todos eles têm expectativa de sofrer perda súbita de visão por conta de defeitos nos vasos sanguíneos localizados nos olhos.


Após a cirurgia, os pacientes serão monitorados por um ano para que se cheque se o tratamento é seguro e se houve melhora de visão.


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A mulher que se submeteu à cirurgia não quis ser identificada. Segundo o coordenador do projeto, o médico Peter Coffey, do Instituto de Oftalmologia da University College London, o remendo de células parece estável.


"Não poderemos saber antes do Natal se a visão está boa e por quanto tempo pode ser mantida", explicou Coffey.


As células usadas na terapia são do epitélio pigmentar da retina (EPR), uma camada celular responsável pela "manutenção" dos fotorreceptores na mácula, o ponto do olho em que enxergamos com maior clareza e definição. 

Em casos de degeneração macular, as células EPR morrem e pacientes perdem sua visão central, que fica distorcida e borrada.


"Este é um projeto verdadeiramente regenerativo. No passado, era impossível substituir células perdidas. Se conseguirmos fazer com que as células implantadas funcionem, isso seria de imenso benefício para pessoas ameaçadas de cegueira", explica Lyndon Da Cruz, do Moorfields Eye Hospital, e que conduziu a cirurgia inicial.

'Viável'


A equipe trabalhando em Moorfields recebe apoio financeiro da empresa farmacêutica Pfizer.


Não é a primeira vez que cientistas usaram células-tronco em tratamentos de cegueira. 


Em 2012, pacientes com a doença de Stargardt, que também é marcada pela degeneração da visão, foram injetadas com embriões em experimentos nos EUA e na Grã-Bretanha, que também envolveram uma equipe de Moorfields.


 


O hospital londrino também tem um programa em que 40 pacientes com degeneração macular receberam tratamento com células tiradas dos próprios olhos.


"Vimos alguns casos impressionantes de recuperação, com algumas pessoas conseguindo voltar a ler e a dirigir. E essa recuperação tem sido sustentada por anos", explica Da Cruz.


O médico, no entanto, ressalta que o uso de células dos próprios pacientes é complexo e traz riscos, o que explica o fato de o novo estudo usar as células-tronco, que podem produzir um suprimento ilimitado de células.


Estudos em animais mostraram, segundo Da Cruz, que o uso dos "remendos" é viável. Mas até que conheçam os primeiros resultados dos testes em humanos, seu funcionamento em humanos permanece uma incógnita.


Fonte: BBC Brasil 

W3C Brasil abre inscrições para o Prêmio de Acessibilidade na Web

 


Estão abertas as inscrições para a 4ª edição do Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web – Todos@Web. 


O prêmio é promovido pelo escritório brasileiro do World Wide Web Consortium (W3C), instalado na sede do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), e tem como objetivo conscientizar desenvolvedores e homenagear ações em prol do acesso de pessoas com deficiência na web.


Segundo o site do prêmio, acessibilidade na web é uma premissa básica para as metas do W3C: 


“Uma web para todos, em qualquer dispositivo, em qualquer lugar, segura e confiável”. 


Infelizmente, no entanto, boa parte das páginas desenvolvidas não seguem padrões web e muito menos padrões de acessibilidade, o que inviabiliza o acesso à informação por pessoas com deficiência.


De acordo com uma pesquisa recente do W3C Brasil, apenas 2% de um total de mais de 6 milhões de páginas analisadas em sites de órgãos públicos brasileiros estão em conformidade com os padrões de acessibilidade. 


Além disso, estima-se que o indicador para as páginas web do setor privado, ainda em levantamento, seja semelhante ao do setor público, o que indica que ainda temos um longo caminho a se percorrer em acessibilidade na web.


As inscrições de projetos para o 4º Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web – Todos@Web podem ser feitas até 03 de março de 2016. Para saber mais, acesse: premio.ceweb.br



FonteVida Mais Livre

 

Brasil tem primeiro musical estrelado por crianças com autismo

Mulher sentada de costas, com crianças e mulheres à sua frente


A primeira vez que a musicoterapeuta Ana Carolina Steinkopf, de 24 anos, tocou um acorde para uma criança autista, ela deu as costas. 


Em vez de se chatear ou esquecer a reação, Ana foi buscar mais explicações sobre esse comportamento e descobriu que no Brasil ainda não havia um trabalho consolidado que unisse música com o autismo. 


Foi assim que ela soube que deveria cumprir este papel. Ana conta que a ideia surgiu a partir da prática clínica, onde pode ver que as crianças que faziam parte das sessões de musicoterapia tinham mais facilidade com a comunicação e o relacionamento.


A artista montou um musical com crianças autistas de diferentes níveis, que vão dos mais baixos até os casos mais delicados. 


E o resultado foi recompensador. Além de ter sido um sucesso em Brasília, a montagem serviu como terapia para os pequenos. 


O projeto conta com 21 crianças autista e seus familiares. 


A família é muito importante. Ao envolvê-los, a criança se motiva mais. Quando eles fazem algum movimento ou som, ela se sente estimulada a reproduzir a mesma ação. Isso é importante porque o autista precisa de vínculo”, comenta.


Uma Sinfonia Diferente” é o nome do trabalho voluntário que reúne ainda a psicóloga Cinthia Vanessa, 21 estudantes de psicologia, equipes de filmagem, fotografia, uma banda com sete músicos e uma equipe de produção. 


“E o pagamento é a melhora da criança e o vínculo afetivo dos pais e dos irmãos”, completa Ana.
 


28 de set. de 2015

Sesc Santana realiza atividades inclusivas e acessíveis para pessoas com deficiências

Fachada do Sesc Santana


O Sesc Santana promove duas atividades em outubro voltadas para inclusão de pessoas com deficiências: "Esportes inclusivos em família" e "Dança aberta - Danceability". 


O projeto Corpo, linguagem e acessibilidade tem como objetivo buscar atividades para pessoas com ou sem deficiência, que evidenciem as possibilidades do corpo e sua diversidade.


O Esportes inclusivos em família acontece de 06 a 29 de outubro, às terças e quintas, 18h. 


São atividades recreativas e esportivas ministradas dentro dos conceitos de Acessibilidade e Esporte Para Todos, cujo objetivo é ensinar de forma dinâmica e lúdica as regras básicas de cada esporte adaptado e a relação entre elas para fácil entendimento dos usuários, desenvolver o "toque" da cadeira de rodas e coordenação motora (na condução de bola e afins), entre outros.


Em Dança Aberta - Danceability, o público é levado a uma experiência transformadora através da dança e do encontro com outro. 


Por meio da improvisação dos movimentos, pessoas com e sem deficiência, com ou sem experiência em dança, experimentam a diversidade e vão descobrindo formas de troca e expressão artística.


Todas as atividades são gratuitas e livres para todos os públicos. As inscrições são feitas no local da atividade, com 30 minutos de antecedência.


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Sesc Santana

 
Esportes inclusivos em família: de 06 a 29 de outubro. Terças e quintas, das 18h às 19h30.

Dança aberta - Danceability
: 04 e 18 de outubro. Domingos, das 13h30 às 15h.
 
Classificação indicativa: Livre.
 
Entrada: Gratuita

Onde: Ginásio e Sala de Múltiplo Uso I - Av. Luiz Dumont Villares, 579 - Jd. São Paulo
 
Telefone: (11) 2971-8700
 
Para informações sobre outras programações ligue 0800-118220 ou acesse o portal sescsp.org.br


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Fonte: Release / Vida Mais Livre  



Brasil financia tecnologia para pessoas com deficiência

Homem de camisa verde segura uma prótese de perna


O Brasil tem, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 45 milhões de habitantes com algum tipo de deficiência, seja visual, auditiva, motora ou mental. 


Mas a rotina desses brasileiros pode ser melhorada com o uso da tecnologia assistiva (TA), como são chamados os equipamentos, recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar as habilidades funcionais da pessoa com deficiência.


Parte da tecnologia assistiva desenvolvida no Brasil é resultado de pesquisas financiadas pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) e órgãos e instituições parceiras. Dentro desse contexto, foram catalogados mais de 1.500 produtos tecnológicos nos últimos anos.


Atualmente, o MCTI, o Ministério da Educação (MEC), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR) custeiam 71 grupos de pesquisa em Tecnologia Assistiva.


Juntos, os dois primeiros editais para tecnologia assistiva somam R$ 40 milhões, sendo que um deles distribuiu bolsas para mestrandos e doutorandos em 45 instituições de pesquisa e ensino superior.


Agora, um terceiro edital, que será lançado até o final de 2015, contará com aporte de R$ 25 milhões. 


Será priorizado na seleção quem tiver produtos em desenvolvimento”, adianta Eron Bezerra, Secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis/MCTI).


Não se trata de um assunto marginal, que diz respeito a uma camada minoritária da população”, reforça o secretário sobre a importância do desenvolvimento em assistividade. 


Tanto que, em julho, foi instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que visa a igualdade de condições e direitos.


Laboratório



Na Universidade de Brasília (UnB) pode ser encontrado um dos grupos contemplados por edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq-MCTI) para a consolidação de Núcleos em Tecnologia Assistiva.


Coordenado pelo Professor Dr. Emerson Fachin Martins, o Núcleo de Tecnologia Assistiva, Acessibilidade e Inovação (NTAAI) é formado por estudantes de diferentes cursos que trabalham numa série de projetos.


Na avaliação do professor, graduado em fisioterapia e com mestrado e doutorado em neurociência, o Brasil tem grande potencial de crescer em Tecnologia Assistiva. 


O que temos de melhor é a criatividade e a determinação dos pesquisadores brasileiros”, afirma.


Entre os desafios, conta Emerson, está fazer a manutenção das atividades. 


Temos que captar recursos e administrar a gestão para garantir os trabalhos de pesquisa.”


Outra questão é fazer com que essa tecnologia saia dos laboratórios das universidades e chegue às pessoas. 


Precisamos de mais parcerias com as indústrias, são elas que transformam os projetos em produtos disponíveis no mercado”, comenta.


Uma das próximas iniciativas da Secretária de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social é um seminário, em Brasília, que será realizado entre 23 e 26 de novembro, com local ainda não definido.

 
Será uma oportunidade de os pesquisadores se encontrarem e a sociedade conhecer os projetos e produtos que estão sendo desenvolvidos pelos contemplados nos editais”, comenta Eron Bezerra.


Também até o final do ano, será realizada reunião do Comitê Internacional de Tecnologia Assistiva, grupo comandado pela Secis e integrado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e pelos ministérios da Saúde, da Educação, da Fazenda, do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio Exterior e do Planejamento, Orçamento e Gestão.





25 de set. de 2015

São Paulo sedia mostra de filmes sobre pessoas com deficiência

Diversas pessoas em um palco, com os braços erguidos.



A sétima edição do Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes Sobre Deficiência começou, na última quarta (23), no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, e segue até 5 de outubro. 


A mostra, que já passou pelo Rio de Janeiro em agosto, exibe agora na capital paulista 33 filmes e promove quatro debates sobre os temas autonomia, imagem e estigma, ser artista e autismo.


Foram selecionados documentários, ficções e animações produzidos em 20 países, entre eles Austrália, Espanha, Alemanha, México, França, Chile, Polônia, Itália, República Tcheca, Bielorrússia, Rússia, Reino Unido, Cazaquistão, Eslováquia, Bélgica, Irã, Suíça, Ucrânia e Israel.


O Brasil participa do festival com sete produções:



 - E Agora José, Maria e João, de Marcio Takata, sobre perspectivas de futuro independente de adultos com deficiência intelectual; 

- Conjuntos, de Rodrigo Cavalheiro e Monica Farias, que mostra uma tarde de ensaio de dança inclusiva; 

- Tatuagem e Terremoto, de Sávio Tarso e Nilmar Lage, com o depoimento de uma vítima da poliomielite; 

- Marcelo, de Jéssica Lopes, sobre o universo sonoro de uma criança que está em fase de adaptação ao implante coclear; 

- A Onda Traz, O Vento Leva, de Gabriel Mascaro, sobre a jornada sensorial de Rodrigo, que tem deficiência auditiva e trabalha com instalação de som em carros; 

- Marina Não Vai à Praia, de Cássio Pereira dos Santos, sobre o sonho de uma menina com Síndrome de Down de ir à praia; 


- Outro Olhar, de Renata Sette, que apresenta a atitude das pessoas ao redor de uma adolescente com Down na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.


O festival abriu nesta quarta-feira às 13h com o alemão Carmina – Viva a Diferença, de Sebastian Heinzel. 


O documentário mostra um projeto internacional de dança em que mais de 300 dançarinos profissionais e amadores com e sem deficiência encenam a famosa cantata Carmina Burana, de Carl Orff. 


O longa de 80 minutos tem como tema central a inclusão, contra o que alguns participantes se rebelam algumas vezes. 


Além das dificuldades de relacionamento, o filme acompanha o árduo processo de ensaios em que os dançarinos são constatemente desafiados.

 
Todos os filmes foram produzidos entre 2012 e 2015, e a maioria tem como protagonistas pessoas com algum tipo de deficiência, como autismo, Síndrome de Down, deficiência intelectual, visual, auditiva ou física. Segundo a curadora do evento, Laura Pozzobon, o assunto que mais se destaca nesta edição do festival é a autonomia. 


“O amor e as lutas políticas das pessoas com deficiência já foram temas do festival. Este ano, recebemos uma grande quantidade de filmes sobre pessoas com autismo, com Síndrome de Down e deficiência intelectual. 


Mas o grande tema deste ano, que norteia a maior parte dos filmes, é a autonomia, a possibilidade de uma vida com independência. Este assunto surge como o grande objetivo, o grande desejo, o grande sonho. 


Os filmes, em seu conjunto, nos trazem um belo repertório de experiências, dificuldades e conquistas nesse sentido”, afirma.


Além de ser gratuita, a mostra Assim Vivemos oferece recursos de acessibilidade para todos os públicos: audiodescrição em todas as sessões e catálogos em braile para pessoas com deficiência visual; legendas closed caption nos filmes e interpretação em libras nos debates para as pessoas com deficiência auditiva; e fácil acesso para pessoas com mobilidade reduzida e cadeirantes.


Confira a programação completa do festival no site www.assimvivemos.com.br.

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Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes Sobre Deficiência


Quando: de 23 de setembro a 5 de outubro

Onde: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo - Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo (SP)
 
Quanto: grátis
 
Mais informações: www.assimvivemos.com.br


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24 de set. de 2015

Número de pessoas com deficiência em escolas comuns cresce 381%

 


Na semana do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, comemorado na última segunda-feira, 21, o país tem o que apresentar como avanços. 


De 2003 a 2014, a inclusão na educação básica brasileira passou de 29% para 79%, o que significa crescimento de 381%. O número de estudantes, que era de 145.141 no início da década, chega atualmente a 698.768. 


A política de inclusão do Brasil também atingiu a educação superior, que registrou aumento de 475% — de 5.078 para 29.221 alunos ingressos nos últimos 12 anos.


Segundo a diretora de políticas de educação especial da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação, Martinha Dutra dos Santos, a comemoração não é no sentido de festejar, mas de marcar a data. 


“Antes, vivíamos um apartheid: pessoas com deficiência, em situação de vulnerabilidade social, distantes da escolarização. Organizações não governamentais substituíam o Estado, que se desincumbia de seu deve”, disse.


Os números da estrutura de atendimento mostram que 42 mil escolas foram beneficiadas com salas de recursos multifuncionais; 2.307 veículos para transporte escolar acessíveis em 1.541 municípios; 30 centros de formação de profissionais da educação e de atendimento a pessoas com surdez; 55 centros de apoio pedagógico às pessoas com deficiência visual e financiamento de núcleos de acessibilidade nas instituições federais de nível superior. Martinha observa que os números são eloquentes. 


“Mostram o processo de construção de um novo paradigma de sociedade, com cidadania, distante do modelo de tutela, de caridade e assistencialismo”, afirmou. 


Para Martinha, a última década foi de conquista dos movimentos sociais em defesa da inclusão da pessoa com deficiência na educação. 


“Este é um momento de reconhecer um novo cenário social no Brasil.”


Cursos — Também no aspecto pedagógico, a inclusão de pessoas com deficiência avançou nos últimos 12 anos. Foram criados 30 cursos de letras com linguagem brasileira de sinais (libras), que oferecem anualmente 2.250 vagas para formação de professores, tradutores e intérpretes, e liberados 114 títulos no método braile, 383 em sistema de informação digital acessível (mecdaysi) e 13 obras em libras–língua portuguesa.


O Brasil ratificou, como emenda constitucional, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU. 


No artigo 24, o texto afirma que é dever do Estado assegurar sistema educacional inclusivo em todos os níveis.


“À sociedade cabe promover a acessibilidade e possibilitar independência e participação plena em todos os aspectos da vida às pessoas com deficiência”, disse o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro.


Em pronunciamento em comemoração à data, o ministro observou que o conjunto de ações provocou “vertiginosa mudança” na educação brasileira. 


“Por tudo isso, hoje é dia de celebrar essas valiosas conquistas, sem, no entanto, perder de vista os desafios que devem nos fazer avançar, continuamente, rumo à construção de uma sociedade em que todos possam conviver e aprender juntos.”