20 de ago. de 2013

Pessoas com deficiência ficam sem passe para o transporte coletivo em Manaus

ônibus acessível
A Superintendência de Transportes Urbanos (SMTU) de Manaus (AM) estuda uma forma de limitar a quantidade de vezes que as pessoas com deficiências poderão usar, gratuitamente, o transporte coletivo de Manaus

 Segundo informou a assessoria de imprensa da secretaria, o estudo se deu após ter sido constatado possíveis irregularidades no uso das carteirinhas por parte deles.

Na sexta-feira (09), todas as carteiras de acesso usadas por pessoas com deficiências foram bloqueadas. Segundo o presidente da Associação dos Deficientes Visuais do Amazonas, Cristiano Ferreira, o bloqueio não foi comunicado aos usuários. 

“Tentamos usar o coletivo e fomos barrados pelos cobradores. Muitos de nós reclamaram porque foram expulsos pelos motoristas que disseram terem sido orientados a não nos deixar passar”, disse Cristiano.

Na segunda-feira (12), pela manhã, havia fila na entrada da sede da SMTU, localizado na avenida Torquato Tapajós.  A esportista paralímpica Elen Silva estava entre os usuários com a carteirinha bloqueada e aguardava explicações. 

“No domingo fui humilhada por um cobrador, que disse que eu não podia sentar nas cadeiras de deficientes e teria de pagar passagem. Ele me disse que era uma ordem geral das empresas e nenhum deficiente poderia usar o ônibus sem pagar. Isso é um absurdo porque conhecemos os nossos direitos”, disse Elen.

Ainda com o auxílio de muletas, Juarez Oliveira saía da sala de atendimento do órgão preocupado. Ele disse que foi até o SMTU para realizar o recadastramento quando foi informado pelos colegas das mudanças. 

“Eu não sabia que estava bloqueada porque não sai na sexta-feira. Quando cheguei aqui me informaram que teríamos no máximo oito passagens por dia. Para mim que moro longe é impossível eu me deslocar a todos os médicos diariamente com esse número mínimo de passagem”.

A assessoria  da SMTU negou que exista um valor máximo para o uso das carteiras de deficiente, mas informou que a secretaria estuda meios legais de se estipular um teto máximo para o uso. 

Segundo os dados apresentados pela assessoria, técnicos do SMTU constataram que carteiras de deficientes físicos eram usadas mais de cem vezes, o que indicaria fraude no sistema de transporte de deficientes.

Fonte: A Crítica

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