As limitações motoras decorrentes de uma paralisia cerebral no
momento do nascimento não foram impedimento para que João Paulo Lopes,
25, ingressasse em uma graduação de Dança na Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE).
Cadeirante, o mais novo aluno iniciou sua primeira semana de aula no
início de março, no Centro de Artes e Comunicação da Universidade, que
transferiu as aulas do primeiro período para salas do térreo para
facilitar seu acesso e presença.
Graças ao bom desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em
2015, com média de 476,36, Lopes passou na primeira fase do vestibular.
Na etapa seguinte, realizou o teste prático e entrevista, consideradas
as mais difíceis do processo.
“Pensava que seria um clima de competição. Mas os outros candidatos torceram por mim. Até aplaudiram quando terminei a apresentação”, comentou.
Com
35 vagas, o curso de dança da UFPE é recente: criado em 2009, a quarta
turma irá se formar este mês.
Para cursar a graduação, João irá receber
uma bolsa de R$ 400 do programa Incluir, do Ministério da Educação e
contará também com a ajuda de uma estudante de pedagogia para auxiliá-lo
durante o curso.
Dança e acessibilidade
Assim como para João a deficiência nunca foi um fator limitante para
perseguir seu desejo de dançar, muitos projetos vêm se consolidando na
pesquisa da dança independente das restrições que o corpo possa ter.
Companhias como Giradança, Pulsar e Dança Sem Fronteiras apostam na
investigação de linguagens como a danceability, método criado por Alito
Alessi que utiliza a improvisação de movimento para promover a expressão
e a troca artística entre pessoas com e sem deficiência.
Fonte: Portal Idança / Vida Mais Livre
Nenhum comentário:
Postar um comentário