O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis anunciou nesta quinta-feira que o projeto Andar de Novo (Walk Again) recebeu a última autorização necessária para começar os testes com exoesqueleto robótico no Brasil.
"Primeiro projeto envolvendo uso de
sinais neurobiológicos para controlar e 'sentir' desempenho de
exoesqueleto robótico em pacientes sofrendo de paralisia
corporal severa será implementado no Brasil.
The Moon got closer today
(a Lua se aproximou hoje, em inglês, comparando ao feito dos primeiros
homens que chegaram à Lua)", disse o pesquisador em sua página no
Facebook.
Desde que Nicolelis anunciou que faria um paraplégico dar o pontapé inicial da Copa do Mundo do Brasil,
em junho de 2014, usando uma veste robótica controlada pelo cérebro, o
mundo inteiro passou a acompanhar de perto as pesquisas feitas nos
Estados Unidos, onde o brasileiro trabalha - na Universidade Duke.
O projeto Walk Again (Andar de novo, em tradução livre) explora as
possibilidades da interação cérebro-máquina para superação de
deficiências motoras.
Depois de experimentos bem-sucedidos com macacos e
avanços nos registros das atividades neuronais, o consórcio
internacional responsável pelo projeto se reuniu no começo deste ano
para anunciar as etapas seguintes, envolvendo testes em humanos.
A ideia é que os passos sejam controlados por sinais originários do
cérebro, que seriam transmitidos de uma unidade do tamanho de um laptop
em uma mochila carregada pela pessoa.
O computador ainda traduziria
sinais elétricos cerebrais, sendo que o exoesqueleto estabilizaria o
peso do corpo e induziria as pernas robóticas do deficiente físico para
coordenar os movimentos necessários.
"Isso será o começo de uma indústria neurotecnológica. Paralisia,
epilepsia, milhões de pessoas serão beneficiadas. Pessoas da área de
comunicação, de eletrônica.
A intenção é semear a indústria no Brasil.
Não é só o projeto da Copa - é o Brasil participar da criação dessa
indústria de neurotecnologia. Já existem várias empresas que lidam com
essa tecnologia.
As grandes empresas estão abrindo e criando suas
divisões, como Google, Microsoft e Texas Instruments", ressaltou Nicolelis em entrevista ao Terra publicada em fevereiro deste ano.
Fonte: Terra
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