Ações
que fazem parte do cotidiano, como preparar o café da manhã e ir para o
trabalho, são dificultadas, ou impossibilitadas, pela falta de
estruturas acessíveis para deficientes físicos.
As ruas e a rede pública
de transporte impõem desafios ao deslocamento. Em residências e espaços
comerciais, o acesso e o uso funcional são apenas possíveis quando há
adaptação.
As
intervenções têm como principal motivo a capacitação pessoal. '"É algo
que dá autonomia ao morador e trabalhador; imprescindível à qualidade de
vida'', explica Gustavo Martins, do escritório de arquitetura Argollo
& Martins.
Segundo o profissional, a Norma Brasileira 9050 (NBR
9050), elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
serve como principal direcionamento para arquitetos e órgãos públicos ao
padronizar as alterações de acordo com cada necessidade específica.
No
laboratório Labchecap, localizado na Paulo VI, as arquitetas Adriana
Lorenzo e Adriana Varandas incluíram no projeto rampas de acesso e um
elevador para os funcionários e visitantes com algum tipo de deficiência
motora.
De acordo com o presidente do Sindicato de Habitação
(Secovi-BA), Kelsor Fernandes, em espaços residenciais não existe a
obrigatoriedade das construtoras em instalar estruturas acessíveis.
"Contudo, os espaços públicos e comerciais precisam ser adaptados", explica.
As
intervenções são singulares, devem atender às demandas de cada
pessoa conforme sua deficiência.
Deficientes auditivos, por exemplo, podem instalar um sistema
na porta principal da casa que liga uma luz quando a campainha é
acionada.
"Além disso, alguns fazem o mesmo com o telefone e interfone. Entretanto, essas alterações têm um significativo custo. Não são acessíveis a todos", explica a presidente da Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos do Estado da Bahia (Apada-BA), Marizanda Souza.
Para
a realização de obras como o aumento das portas, que tradicionalmente
possuem 70 centímetros de largura, para 80 cm, e a redução da altura da
pia, o beneficiário da Loas (Lei de Assistência Social) Luiz Anderson
Galvão, 42, precisou captar recursos.
"Não tive apoio governamental, já que ele não existe. A maioria dos deficientes físicos não tem condições de trabalhar, logo, possui uma renda normalmente pequena; considerando as dificuldades que possuímos no deslocamento em espaços públicos'', afirma.
Galvão,
que possui sequelas de poliomielite e não tem movimento nas pernas,
também projetou a sua cama. A estrutura é sustentada por cantoneiras e
atende às necessidades do beneficiário.
"Deveria existir uma linha de crédito, promovida pelo estado, para a realização dessas adaptações. Sou dependente da bolsa do governo e tenho renda limitada. Com o que recebo, não consigo pedir empréstimos'', diz Galvão.
Órgãos
públicos, como o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (Comped) e
a Secretaria Estadual da Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento
Social (SJDHDS), promovem ações no âmbito da acessibilidade em espaços
públicos.
"A SJDHDS, por meio de sua superintendência, atua nos espaços públicos e na assistência pessoal aos portadores. Infelizmente, não existe uma ação que atenda às residências", explica o coordenador de acessibilidade da superintendência, Adson Ribeiro.
Intervenções que facilitam o acesso
Portas
- Para cadeirantes, as tradicionais portas com 70 centímetros de
largura são estreitas. Elas devem ter, no mínimo, 80 centímetros.
Rampas - O acesso ao interior dos espaços precisa ser prático e funcional.
Banheiro - A bancada, o vaso sanitário e o chuveiro precisam ser adaptados para que a autonomia seja, ao máximo, preservada.
Sinal
de luz - Alguns sistemas possibilitam o uso de telefone e notificam a
campainha, quando tocada, para deficientes auditivos.
Fonte: Portal Inclusão
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