Um
homem tetraplégico nos Estados Unidos conseguiu sentir o toque em uma
mão robótica através de eletrodos implantados no seu cérebro.
Nathan
Copeland, de 27 anos, sofreu um acidente de carro há cerca de dez anos.
O impacto afetou sua espinha dorsal, deixando-o paralisado do peito
para baixo. Apesar de conseguir levantar seus pulsos, Copeland perdeu a
maior parte da sensação do tato.
Mas
agora, cientistas do Centro Médico da Universidade de Pittsburgh
anunciaram que obtiveram sucesso ao implantar quatro chips no cérebro de
Copeland, dando a habilidade de controlar um braço robótico com sua
mente e sentir quando alguém tocasse os dedos da prótese.
Segundo
os pesquisadores, trata-se da primeira vez que um implante neural
permitiu que uma pessoa pudesse ter a sensação do toque através de uma
prótese ao estimular diretamente seu cérebro.
Em
vídeo publicado pela universidade, Copeland descreve a sensação. “Eu
senti como se tivesse meus dedos tocados ou empurrados”.
A
pesquisa foi publicada no jornal Science Translational Medicine. Os
cientistas implantaram dois chips na região cerebral responsável por
controlar os movimentos, o chamado córtex motor.
Isso permitiu a
Copeland controlar o braço robótico simplesmente ao pensar sobre isso.
Vale ressaltar que o braço robótico não é incorporado ao seu corpo e sim
a uma área externa localizada no laboratório. Outros dois chips adicionais foram implantados na parte do cérebro responsável pela sensação, o chamado córtex sensorial.
Os
eletrodos, então, são ligados a um computador externo por meio de cabos
conectados a uma espécie de “tomada” instalada no crânio de Copeland.
O
computador foi conectado, por sua vez, a sensores no braço robótico.
Quando alguém toca alguns dos dedos robóticos, os sensores retransmitem a
informação ao computador, que depois dizem aos eletrodos para ativarem o
córtex sensorial.
A
pesquisa anuncia um grande passo para a recuperação de movimentos em
pessoas com deficiência motora no futuro. No entanto, ainda levará tempo
para que pacientes possam usufruir dela no dia a dia.
Da mesma forma
que exoesqueletos que não recorrem a sistemas tão invasivos, os
cientistas de Pittsburgh precisam desenvolver uma forma de tornar a
tecnologia acessível para uso além do laboratório. Por enquanto, a
prótese robótica exige uma quantidade enorme de cabos e o sistema exige
computadores robustos.
Os
resultados da recente pesquisa somam-se a outros bem-sucedidos na área,
como a pesquisa do projeto Andar de Novo, comandada pelo neurocientista
brasileiro Miguel Nicolelis.
O
artigo científico reflete os resultados dos primeiros doze meses da
pesquisa clínica do Andar de Novo.
A conclusão é que após uma espécie de
treinamento “cerebral”, com uso de um exoesqueleto artificial,
conectado a um sistema não invasivo que liga o cérebro humano a um
computador e ainda sessões de realidade virtual, os pacientes
conseguiram recuperação neurológica parcial, ou seja, retomaram
parcialmente a habilidade motora, a sensação tátil, além de funções
viscerais.
Fonte:Portal Inclusão
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