A autônoma Maridalva Castro, de 42 anos, que é deficiente física,
conquistou uma oportunidade de emprego na última sexta-feira (25), após
uma espera de quase 20 anos, segundo ela.
A cadeirante é uma das cerca
de 100 pessoas com deficiência que foram cadastradas para vagas de
empregos no “Dia D de Inclusão”, evento promovido pelo Ministério
Público do Trabalho (MPT).
“Esperei anos para ter uma chance”, falou.
Maridalva disse que a falta de ofertas de emprego destinada à pessoa
com deficiência dificultou sua inserção no mercado de trabalho.
Segundo
ela, a maioria das empresas no estado não têm acessibilidade o que se
torna um obstáculo para a contratação de funcionários com necessidades
especiais.
“Por muito tempo não consigo um emprego formal porque no Amapá praticamente não existe essa oferta para pessoas com deficiência. Nossas dificuldades são grandes, especialmente pela falta de acessibilidade, tanto na estrutura das empresas, quanto nas oportunidades oferecidas. Mas estou confiante porque consegui me cadastrar na vaga e sei que tudo dará certo”, falou.
A audiência coletiva nesta sexta-feira reuniu cerca de 50 empresas,
para fazer a seleção dos candidatos.
No total, 50 vagas de contratação
imediata foram oferecidas. Além da oferta de empregos, o “Dia D”
ofereceu cursos de capacitação para os candidatos com deficiência.
O autônomo Marcos Maciel, de 43 anos, utiliza cadeiras de rodas para se
locomover há aproximadamente 14 anos. Ele disse que procurou o
atendimento para se inscrever em um curso de capacitação, para conseguir
inserção no mercado.
“Esta ação nos dá oportunidade não de somente encontrar emprego, mas também se qualificar para concorrer no mercado, que, infelizmente, não nos acolhe pela falta de acesso. Fiz o cadastro e vou fazer cursos até que uma boa oportunidade apareça”, disse.
O gerente de recursos humanos José Azevedo representou uma das empresas
convocadas pelo MPT para o preenchimento de cota mínima de contratação
de pessoa com deficiência. Ele disse que as adaptações serão
providenciadas.
“Apesar de nossa empresa já cumprir a cota mínima, pois nosso quadro tem 25 funcionários com deficiência, vamos elaborar para que as adaptações na acessibilidade dos locais de trabalho sejam feitas nos prédios construídos anteriormente”, prometeu Azevedo.
O procurador do Trabalho Rafael Mondego disse que além da determinação
para o cumprimento do percentual de contratação, as empresas foram
orientadas a oferecer ambientes em condições físicas e sociais para que
as pessoas com deficiência exerçam as funções.
Segundo o MPT, as
empresas têm um prazo de 30 dias para realizar a contratação.
A Lei Federal nº 8.213/91, nomeada como Lei de Cotas, obriga as
empresas com mais de 100 funcionários a incluírem pessoas com
deficiência (PCD) ou beneficiário reabilitado no seu quadro de efetivos.
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Fonte: G1 / Vida Mais Livre
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