Supostamente uma foto tremida é uma foto desperdiçada. Mas não quando o fotografo é o jovem Roger Bueno,
de 24 anos.
Nascido com uma deficiência congênita na mão direita, nas
imagens de Roger, o tremor é discurso. É amor, e suas fotos mostram nada
além disso: afeto, empatia, companheirismo e dedicação entre
deficientes e seus cuidadores.
Roger é estudante de comunicação social com habilitação em Publicidade e Propaganda, na condição de bolsista, na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado,
e estas fotos são seu primeiro contato com a fotografia.
Além de
retratar o afeto entre essas pessoas, a série procura, segundo Roger, “motivar uma reflexão sobre temas como saúde, trabalho e exclusão social”.
As imagens são inspiradas nos tios de Roger, Valdemar e Marieta.
Seu tio sofre há mais de 20 anos de um transtorno mental, agravado por
internações em manicômios, com tratamentos cruéis e desumanizados.
Além
do acompanhamento médico, Valdemar depende exclusivamente de Marieta, e
essa natureza de troca, confiança e cuidado é que inspirou Roger.
A natureza dessas relações, porém, é
bastante complexa e variada, se dando ora entre pais e filhos, ora
maridos e esposas, avós e netos, e até mesmo amigos simplesmente.
O que Roger quer é apontar uma luz sobre
um tema que, segundo ele, está na “escuridão”: chamar a atenção para as
dificuldades que enfrentam, seja em seu cotidiano, seja no mundo, ou
até mesmo para além de suas limitações – por exclusão social ou
preconceito – e, assim, revelar o amor e a humanidade entre essas pessoas como saída para qualquer dor.
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