Alunos da Associação Pontagrossense de Assistência à Criança
Deficiente (APACD), de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, estão sem poder
frequentar as aulas. A entidade suspendeu o transporte, que era
oferecido de graça.
O transporte dos alunos da APACD foi suspenso há três semanas e a
instituição avisou os pais sobre essa determinação um dia antes de o
serviço parar.
Célia Scherader, mãe de uma aluna, diz que não conseguiu
se preparar para a mudança e, agora a filha só frequenta a associação
quando o marido pode levar.
“Ela vem de manhã, e volta a tarde. Às 17h, deixaram ela em casa e falaram: ‘Ó mãe, é só amanhã e depois não tem mais transporte’. Fiquei sem ação, nervosa. Setenta por cento da vida da Isabela está aqui, diz . O pai trabalha por escala e tem dois dias de folga na semana. É nesses dias que ele está trazendo ela”, diz Célia.
Entre os pais, a indignação é geral. Sônia Antunes, por exemplo, está
sem saber o que fazer. Como não pode deixar a filha sozinha, não está
trabalhando para cuidar da menina. E o pior, não tem previsão de quando
tudo vai voltar ao normal.
“Eu trabalho com vendas. Mas, para vender eu preciso sair de casa. Desse jeito não tenho como vender”, lamenta.
O aviso da paralisação foi enviado, pela entidade, ao Ministério
Público do Paraná (MP-PR).
No documento, o presidente da APACD explica
que a suspensão ocorreu porque os veículos estão velhos. Além disso, ele
diz que o dinheiro repassado pela prefeitura não é suficiente e parte
está atrasada.
Para levar 50 alunos até a APACD, a Associação de Mães emprestou R$
1.000 para a compra de combustível, mas esse dinheiro só é suficiente
para uma semana.
O gerente municipal de Proteção Social Especial, Tierri Angeluci,
admitiu que houve atraso no repasse, mas explica que isso ocorreu porque
a APACD deixou de mandar documentos necessários para liberação do
dinheiro.
No entanto, ele garantiu que a papelada já foi entregue e logo
o dinheiro deve ser liberado.
Por telefone, o advogado da entidade, Lucio Mauro Teixeira Pinto,
confirmou as informações que foram prestadas ao Ministério Público.
Ele
disse, ainda, que não tem previsão de retorno do transporte e que, mesmo
se o serviço for retomado, não sabe se vai conseguir atender todos os
alunos.
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