Não se deixar abater pelas próprias limitações e superá-las com
dedicação. Pode ser a meta de qualquer um. Mas quando se trata de
atletas com algum tipo de deficiência, a força de vontade é ainda maior.
Para ajudá-los, a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha
(AHK-RJ) criou o Pulsar, um curso de capacitação para profissionais de
Educação Física e áreas afins que lecionam práticas esportivas para
pessoas com limitações.
As aulas, quinzenais, estão sendo ministradas a cada dois sábados no
Sesi-Tijuca. Estão divididas em nove módulos e terminam em setembro.
Atualmente, os 50 professores que estão sendo capacitados vêm
recebendo as aulas do primeiro módulo, chamado de “Desenvolvimento do
esporte adaptado”, ministrado por Márcia Campeão, coordenadora técnica
nacional de bocha olímpica e pós-doutorada em Educação Física.
De acordo com Viktoria Rohde, coordenadora do Pulsar, os Jogos
Paralímpicos, que começam no dia 7 de setembro, no Rio, serviram de
inspiração para o projeto.
Ela explica que, por meio do programa, os
profissionais poderão contribuir de forma positiva para a inclusão
social e para a melhoria da qualidade de vida de pessoas deficientes no
Brasil.
— Proporcionamos especialização e a possibilidade de os profissionais
lidarem com gente com qualquer tipo de limitação. Além disso, treinamos
os atletas para serem futuros campeões — diz Viktoria.
Ela acredita ainda que cursos como o Pulsar podem ser um legado para a cidade.
— Muito se fala em inclusão, mas não em como preparar profissionais
para lidar com essas pessoas — comenta a coordenadora. — Com mais
experiência, é possível passar o máximo de conhecimento para elas.
Percebemos a carência no Brasil e resolvemos trazer o curso da
Universidade de Esportes de Colônia, especializada no tema na Alemanha,
para os profissionais daqui — comenta.
Professora de natação, Martha Leite é uma das alunas inscritas no
curso. Ela trabalha há mais de 12 anos com deficientes, mas quer
aprimorar seus conhecimentos.
Diz que o maior desafio é identificar as
limitações intelectuais, já que as motoras são visíveis. Em muitos
casos, os pais não falam sobre o assunto. Então, segundo ela, cabe ao
professor saber identificar o problema e lidar com ele.
— Estou muito empolgada para fazer a capacitação. Espero poder ficar mais habilitada para atender melhor os meus alunos — diz.
Segundo o diretor executivo da AHK-RJ e idealizador do projeto, Hanno
Erwes, a ideia é oferecer o curso em outros estados do Brasil.
— O programa tem capacidade de ser realizado também nas demais
cidades do país. Acreditamos que seria muito enriquecedor, tanto para os
profissionais quanto para as pessoas com deficiência — explica Erwes.
Fontes: O Globo / Vida Mais Livre
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