Em 04 de janeiro, comemora-se o Dia Mundial do Braille, importante
sistema natural de leitura e escrita para as pessoas com deficiência
visual.
Às vésperas de completar 70 anos, a Fundação Dorina Nowill para
Cegos reforça a importância do braille e enfatiza que a tecnologia se
soma a este sistema, mas não pode substitui-lo.
Criado há quase 200 anos por Louis Braille, na França, o braille
tornou-se o meio indispensável na formação social e política de cegos,
possibilitando processo de alfabetização.
O sistema consiste em
combinações de seis pontos em relevo, que permitem a representação do
alfabeto, números e simbologias científica, fonética, musicográfica e
informática, garantindo que pessoas alfabetizadas neste sistema tenham
acesso a informações diversas.
A tecnologia somada ao braille
Com a chegada da interatividade, a geração Z, que engloba os nascidos
em meados da década de 1980, aumentou o maior envolvimento com as
plataformas digitais, mas o braille permanece como importante meio de
comunicação para as pessoas cegas.
Com a absorção rápida de informação que as novas tecnologias permitem,
as crianças crescem divididas entre a vida real e virtual, mas Regina
Oliveira, coordenadora de revisão braille e cega desde os 7 anos,
enfatiza a importância do braille na alfabetização.
"Por mais que tenhamos todos os recursos tecnológicos, que também ajudam na formação, ainda é necessário que as pessoas cegas tenham o contato direto com a escrita. Devemos também considerar que, para aqueles que gostam de ler, nada substitui o prazer te ter um livro nas mãos, sentindo-lhe o cheiro, virando-lhe as páginas, em busca de novas revelações ou voltando-as para reviver as sensações agradáveis do que já foi descoberto", reforça Regina que também é Membro do Conselho Iberoamericano e do Conselho Mundial do Braille..
Para ela, a alfabetização por meio do braille deve ser incentivada
desde a idade escolar.
"É preciso o estímulo dos professores e familiares para o uso do braille para alfabetização da criança para que ela não adquira uma cultura só pelo ouvir.Caso ela não tenha o contato direto com a simbologia vai ser muito difícil aprender matemática, química, física e biologia, por exemplo".
Fonte: Vida Mais Livre
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