O seminário que celebrou o primeiro ano da Lei Brasileira de Inclusão
(Lei 13.146/2015) reuniu nesta quarta-feira (6), representantes de
entidades de pessoas com deficiência de todo o país.
Também participaram
do encontro os relatores da proposta, tanto no Senado quanto na Câmara
dos Deputados.
Um deles, o senador Romário (PSB-RJ), lembrou que quase
um quarto da população brasileira tem algum tipo de deficiência.
– A deficiência que causa mais mal e a mais destrutiva é a exclusão. A
ideia de inclusão, na verdade, implica criar as condições para que cada
um assuma um papel ativo dentro da nossa sociedade. Possuir uma
deficiência não é sinônimo de incapacidade. Não é raro que o preconceito
e a discriminação sejam o maior impedimento à autonomia das pessoas com
deficiência – afirmou Romário.
Esta também é a visão do senador Paulo Paim (PT-RS). Ele é o autor do projeto que resultou na Lei de Inclusão.
– A sociedade precisa compreender que a pessoa com deficiência não é
apenas uma pessoa com deficiência. Ela é um estudante, um trabalhador,
um motorista, um pai, uma mãe, um consumidor, um contribuinte, um
eleitor, um atleta, uma pessoa em todos os papéis. E é assim que ela
deve ser compreendida e tratada – salientou Paim.
São diversos os tipos de deficiência que acometem os brasileiros. E
também são diferenciadas as necessidades de cada pessoa e família,
observou o ex-senador Flávio Arns, que foi relator do projeto de lei
entre 2003 e 2006.
Arns ressaltou que o Estatuto da Pessoa com
Deficiência conseguiu incluir a diversidade dessas pessoas, mas
reconhece que nem todas ainda usufruem dos seus direitos.
– Colocar toda a população na mesma situação não é justo, porque a
população é variada. Foi um avanço extraordinário, porém, ao mesmo tempo
precisamos trabalhar para concretizar os direitos – recomendou o
ex-senador.
Para que as pessoas sejam beneficiadas, de fato, com a Lei Brasileira
de Inclusão, o advogado-geral da União, Flávio Medina Osório, propôs
mais cobrança às autoridades.
– É necessário que o cidadão cobre os seus direitos. É necessária a
conscientização e a efetivação desses direitos – disse Flávio Osório.
Os debates do seminário serão compilados em um livro em celebração ao
primeiro ano da Lei Brasileira de inclusão – o Estatuto da Pessoa com
Deficiência.
O evento foi promovido pela Comissão de Direitos Humanos, a
pedido do presidente do colegiado, Paulo Paim.
Fontes: Agência Senado / Vida Mais Livre
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