No Rio Grande do Sul, 35,76%
das vagas exclusivas para Pessoas com Deficiência não são preenchidas.
Em Porto Alegre, esse índice é de 34,88%.
Os dados são do Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados (Caged) de julho de 2016 e da Relação
Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2015.
De acordo com a auditora fiscal do trabalho da Superintendência
Regional do Trabalho e Emprego no RS (SRTE/RS), Ana Maria Machado da
Costa, o não preenchimento das vagas exclusivas deve-se às exigências
das empresas e não à inexistência de trabalhadores.
“No último Censo realizado, 23,92% dos brasileiros declararam possuir pelo menos um tipo de deficiência, entretanto esse contingente corresponde a menos de 0,8% dos trabalhadores com vínculo formal de emprego no país. As empresas querem um perfil de trabalhador muito excludente, que aceita apenas pessoas com deficiência leve”, explica.
Ana Costa, que também é coordenadora do Projeto Estadual de Inclusão
de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho, ainda acrescenta que
falta acessibilidade nas empresas, tanto arquitetônica quanto de
comunicação.
“A contratação de pessoas com deficiência exige a realização de adaptações, acessibilidade e conhecimento de libras, por exemplo”, afirma.
Para o chefe da Seção de Inserção no Mercado de Trabalho da Fundação
Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), Ademilson Arruda, as empresas
cumprem uma função social ao inserir trabalhadores com deficiência no
mercado de trabalho.
“As empresas devem investir nos bons profissionais, independente de suas limitações, uma vez que todos têm limitações, tanto os trabalhadores com como os sem deficiência”, alerta.
Ana Costa destaca que, apesar de ainda sobrar vagas exclusivas, vem
aumentando o número de pessoas com deficiência inseridas no mercado de
trabalho e que o crescimento desse contingente é superior ao de pessoas
sem deficiência.
Ela cita dados da RAIS, que mostram que, em 2010, havia
306.013 pessoas com deficiência e reabilitadas com vínculo formal de
emprego no Brasil. Em 2014, esse contingente subiu para 381.322.
“Antes da Lei de Cotas quase não se via pessoas com deficiência no mercado. A lei foi criada há 25 anos, mas continua muito atual. Ainda existe preconceito e, geralmente, a empresa se preocupa em cumprir a lei, quando é procurada pela fiscalização”, afirma.
Segundo a auditora,
2.342 empresas se enquadram na Lei de Cotas no Rio Grande do Sul e 534,
em Porto Alegre, ou seja, possuem 100 ou mais funcionários.
A lei 8.213/91 estabelece a reserva de vagas de emprego, em empresas
com 100 ou mais funcionários, para pessoas com deficiência ou que
sofreram acidente de trabalho, beneficiárias da Previdência Social
(reabilitadas). As cotas variam de 2% a 5%, conforme o número de
colaboradores da companhia.
Dia D
Para aproximar empregadores e trabalhadores com deficiência e
promover a inserção desse público no mercado de trabalho, a Fundação
Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), através das agências
FGTAS/Sine, realizou no Dia Nacional de Contratação das Pessoas com
Deficiência em 23 de setembro.
Na data, foram realizadas entrevistas e
seleções de emprego exclusivas para trabalhadores com deficiência e
reabilitados do INSS, além de atividades de orientação profissional e
previdenciária. O evento é promovido nacionalmente pelo Ministério do
Trabalho.
Vagas exclusivas para Pessoas com Deficiência
As agências FGTAS/Sine dispõem de 442 vagas exclusivas para Pessoas
com Deficiência. Desse total, 51,35% não exigem experiência.
As funções
com o maior número de vagas são:
- Alimentador de Linha de Produção (109);
- Auxiliar de Escritório em Geral (51);
- Faxineiro (33);
- Almoxarife (26);
- Embalador a Mão (17).
Com relação à escolaridade, 24,89% exigem Ensino
Fundamental incompleto; 23,98%, Ensino Médio completo; e 14% Ensino
Fundamental completo.
O salário da maioria das oportunidades varia de R$
880 a R$ 1.760.
Os municípios com o maior número de vagas são:
- Porto Alegre (104);
- Farroupilha (58);
- Canoas (43);
- Alegrete (32).
Na capital, para 68,27% das vagas não é necessário experiência. Do
total de 104 vagas, para 42,31% a exigencia é de Ensino Médio completo;
23%, Ensino Superior completo; e 19,23% Ensino Fundamental completo. Os
salários variam de R$ 880 a R$ 4.400.
Trabalhadores interessados em se candidatar às oportunidades devem
comparecer à agência FGTAS/Sine mais próxima com Carteira de Trabalho e
Previdência Social (CTPS).
Os endereços e horários de funcionamento das
unidades estão disponíveis no site da FGTAS.
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