O espetáculo “Feliz Ano Novo, de novo” integra
o Circuito Cultural Rio, idealizado pela Secretaria Municipal de
Cultura e pela Prefeitura do Rio, para a programação cultural dos
períodos Olímpico e Paralímpico, que vai de maio a setembro de 2016″.
Paula Wenke apresenta o espetáculo “Feliz Ano Novo, de novo” nos moldes do Teatro dos Sentidos, vivenciando sua forma de encenação, experimentando aromas, sons, sabores, toques e texturas.
Desde a sua primeira montagem em 2002, a personagem feminina por ser
autobiográfica, sofre várias mudanças de valores. Por consequência, de
visão de mundo.
O texto deste ano foi adaptado a representar esta nova
mulher, que não deposita no outro sua condição para a felicidade, mas
sim em suas próprias conquistas.
Na modernidade líquida, segundo o
filósofo Zygmunt Bauman, tudo é fluido e nada estático, portanto os
textos teatrais tendem a se comportar da mesma maneira, em face de
tantas mudanças velozes e significativas de comportamento da sociedade.
O Teatro dos Sentidos
É uma técnica de encenação
teatral criada pela carioca Paula Wenke, ou simplificando, um jeito
diferente de fazer teatro idealizado inicialmente para uma plateia de
cegos, que pela deficiência perdem no teatro, TV e cinema: as ações
físicas, expressões faciais ou simplesmente informações visuais.
Já o
público que enxerga usa vendas durante as apresentações, ficando em
iguais condições e descobrindo a infinidade de prazeres ao se aguçar os
sentidos mais adormecidos.
O Teatro dos Sentidos é caracterizado pela utilização de textos
originais ou particularmente adaptados para que haja total compreensão
da história, e a máxima estimulação dos sentidos remanescentes (audição,
olfato, paladar e tato), suprimindo a visão.
Paula Wenke começou as suas pesquisas, em 1997, com seus alunos da
Casa da Gávea, Rio de Janeiro.
A Intravisão é estimulada pelos outros
sentidos e por textos ricos em ação, múltiplos cenários sugeridos,
comicidade, romance e reflexão, dando dinamismo à história representada.
O público cria suas próprias imagens a partir da memória consciente e
inconsciente, gerando uma enorme gama de emoções profundas e intensas.
Para tanto, temos atores chamados atores/provocadores que são
devidamente treinados para executarem tais estímulos geradores desta
enorme riqueza de sensações.
A crítica nacional e internacional considerou o Teatro dos Sentidos
como das criações mais relevantes em termos de encenação dos últimos
tempos.
Além da busca pela qualidade dramatúrgica criada pela diretora
multimídia e poetisa, o grupo proporciona inclusão cultural, permitindo
que o cego entenda totalmente uma obra encenada; inclusão social porque
emprega atores também deficientes, justo porque neste tipo de encenação
não há limitações físicas para a escalação do elenco; e por último, e
talvez a mais importante: a inclusão atitudinal gerada na plateia de
enxergantes, especialmente: ao se colocar no lugar de alguém, sentindo o
que este sente é possível fazer nascer o sentimento de solidariedade, o
que nos caracteriza humanos, o que motiva a mudança de atitude com
relação ao outro, no caso, o deficiente.
Com o Teatro dos Sentidos percebemos o que é Ética e, principalmente,
que não basta falar em ética para ser ético, temos que por em prática.
Há que haver uma sintonia entre pensar/falar e agir. Exemplo disto é que
contamos com a participação de artistas plásticos, que assistirão aos
ensaios vendados como toda a plateia de enxergantes, e criarão obras que
depois serão expostas no próprio espaço cênico do Teatro dos Sentidos.
A
plateia poderá apreciar a interpretação de cada um deles depois de
tirarem as vendas, ao fim da peça. Os cegos poderão sentir a obra de uma
outra maneira a ser pesquisada e proposta por estes artistas, que têm
por premissa criar uma obra acessível a todos.
SINOPSE:
Gabriel é filho adolescente de Roberto, Comandante da Marinha e viúvo. O rapaz encontra um livro de Vinicius de Moraes com uma dedicatória romântica de uma mulher misteriosa que assina “Dama do Mar”, e pergunta ao pai sobre ela.
O Comandante acaba por relembrar o único encontro dos dois em uma noite
de Réveillon, baile de máscaras e fantasia. Gabriel, também apaixonado
por uma coleguinha de escola, pode mudar o rumo da história romântica de
seu PAI que nunca mais viu esta mulher que o marcou tanto.
(*O Iosono projeta “focos” e “planos” de som. Os focos podem parecer
estarem vindo do céu acima, de apenas alguns centímetros do espectador
ou de qualquer posição no espaço. As paredes podem, entre outras
aplicações, simular a sensação de som ambiente de outro local. Batizada
de Iosono, o novo sistema de som espacial e imersivo foi criado pela
equipe do cientista alemão Karlheinz Brandenburg).
***
Espetáculo: Feliz Ano Novo de novo.
Local: Teatro Maria Clara Machado.
Endereço: Av. Padre Leonel Franca, 240 - Gávea, Rio de Janeiro - RJ, 22451-000.
Telefone: 2274-7722.
Classificação etária: 12 anos.
Temporada: 30 de Setembro a 09 de outubro de 2016.
Horários: de sexta á domingo, as 20:30h.
Duração: 50 minutos.
Ingressos: R$40,00 (Inteira) R$20,00 (meia).
*Deficientes físicos têm ingresso gratuito e acompanhantes pagam meia entrada.*
Ficha Técnica
Concepção, texto e direção: Paula Wenke.
Elenco: Paula Wenke, Ana Felipe, Oscar Capucho (ator cego vindo de Belo Horizonte), e grande elenco.
Trilha sonora: Paula Wenke e Gê Brandão.
Diretor de Produção: Luiz Prado.
Realização: Wenke Produções Artísticas Ltda Me.
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Fonte: Sopa Cultural
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