21 de out. de 2015

Único corredor com deficiência visual vence prova entre 70 atletas em Campos (RJ)

Fernando ocupa o alto do pódio e braça o segundo e terceiro colocados



Único atleta com deficiência visual em uma corrida com a participação de 70 pessoas, o corredor Fernando Gonçalves, de 29 anos, venceu a competição que ocorreu no subdistrito de Guarus, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. 


A I Corrida e Caminhada Estações Fitness foi realizada no domingo (18), com percurso de 6 Km na Avenida José Carlos Pereira Pinto, uma das principais. Fernando venceu na categoria de corredores de 25 a 29 anos.


Segundo Fernando, ele teve como guia o corredor Luiz Gustavo Ramos, que teve participação importante na vitória. 


O atleta agora se prepara para o Circuito Sest/Senat, que vai ser disputado no dia 8 de novembro em Campos.


"Tive muita dificuldade nessa prova e cheguei a cair ao passar por um redutor de velocidade. Machuquei um pouco meu joelho e, mesmo assim, continuei na disputa em busca do meu objetivo. Eu mostrei a todos que, mesmo com a minha deficiência, posso vencer a competição", disse o corredor.


De acordo com Fernando, que tem a deficiência de nascença, a falta da visão nunca o impediu de fazer o que mais gosta, que é correr e competir.


Ele pratica o esporte há mais de dez anos e constantemente participa de provas em Campos e na região.


"Sou o único deficiente visual de Campos a participar de competições. Tenho conhecimento de que outros deficientes também têm vontade de competir, mas falta coragem. Precisamos alcançar os nossos objetivos e lutar contra os nossos limites para conseguir alcançar a vitória. Tenho certeza de que essa é apenas mais uma de uma coleção de conquistas", declarou o atleta.


Fernando Gonçalves foi aprovado e vai fazer parte da equipe de atletismo do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro. 


A integração a uma equipe de ponta do esporte nacional vai possibilitar que o corredor participe das próximas competições regionais em 2016, pensando em uma classificação para três provas do Circuito Nacional que são classificatórias para as Paralimpíadas.



Fonte: G1  /  Vida Mais Livre 


Processo para tirar CNH passa a ter intérprete de Libras para surdos

Resultado de imagem para CNH ,  Libras


O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou resolução nesta terça-feira (20), no Diário Oficial, que torna obrigatória a disponibilização de intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) durante o processo para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para pessoas com deficiência auditiva.


De acordo com a resolução nº 558, que passa a vigorar na data de sua publicação, os órgãos ou entidades executivos de trânsito dos estados e do Distrito Federal deverão disponibilizar, às pessoas surdas, intérpretes de Libras durante várias fases do processo.


Segundo o órgão, a atuação do profissional em Libras deverá se limitar-se a informar ao candidato com deficiência auditiva a respeito do conteúdo dos procedimentos administrativos dos exames e cursos do processo de habilitação, sendo proibida a interferência na tomada de decisões do candidato capazes de alterar o resultado da aferição da capacidade do candidato.

 

VEJA AS ETAPAS NAS QUAIS O INTÉRPRETE É OBRIGATÓRIO:

 

  • Avaliação psicológica;
  • Exame de aptidão física e mental;
  • Curso teórico técnico;
  • Curso de simulação de prática de direção veicular;
  • Exame teórico técnico;
  • Curso de prática de direção veicular;
  • Exame de direção veicular;
  • Curso de atualização;
  • Curso de reciclagem de condutores infratores;
  • Cursos de especialização.


A medida também informa que a atuação do intérprete poderá ser substituída por qualquer outro meio tecnológico hábil para a interpretação de Libras. 


Os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) também poderão estabelecer exigências complementares, complementa o texto da resolução.
 

Fonte: G1  /  Vida Mais Livre



Atores surdos protagonizam Alice no País das Maravilhas


Brena Artigas está caracterizada como Alice e interage com o cenário


Um dos maiores clássicos da literatura, "Alice no País das Maravilhas" comemora 150 anos de publicação em 2015 e ganha uma adaptação teatral rara. 


Com um elenco composto por atores surdos, a peça será apresentada em Língua Brasileira de Sinais (Libras) pelo Signatores - único grupo profissional de atores surdos na região sul do país. 


O espetáculo fica em cartaz no Teatro do Centro Histórico-Cultural Santa Casa (Independência, 75), em Porto Alegre, até o dia 25 de outubro, sempre às 20h, e tem entrada franca (com distribuição de senhas uma hora antes da peça).


A montagem é destinada a todos os públicos – até mesmo aqueles que não sabem Libras – pois haverá o acompanhamento de dois atores, que farão a narração dos acontecimentos e das falas. 


Não se trata de uma dublagem, com sincronia do movimento labial e a substituição de um idioma por outro. Trata-se de uma adaptação que torna a cena completa para aqueles que precisam dela. 


“Queremos promover uma peça de teatro onde as duas línguas dividem o mesmo espaço, pois temos na plateia os dois públicos: surdos e ouvintes”, explica a diretora Adriana de Moura Somacal.


"Alice no País das Maravilhas" inverte a lógica de montagens para ouvintes com acessibilidade para surdos. 


Desta vez, o espetáculo é feito para surdos, com acessibilidade para ouvintes, criando um espaço de plateia compartilhada, onde a inclusão deixa de ser um conceito teórico para se transformar em prática.


O objetivo é mostrar a Língua Brasileira de Sinais e torná-la visível. 


“E junto com esse movimento, estamos aqui para proporcionar ao público surdo uma das poucas situações onde o protagonista é surdo, onde ele está em evidência e, quem sabe, fazer com que ele, da plateia, consiga perceber a própria força e potencial”, completa Adriana.


A peça transita por um universo fantástico, em que os personagens saltam das páginas dos livros para o palco. 


Os cenários e figurinos são compostos por gigantescas dobraduras de papel (origamis) que se transformam constantemente diante do público.


Quem dá vida a Alice é a atriz negra Brenda Artigas. 


“Apresentamos uma nova Alice, sem a reprodução de um imaginário Disney ou até mesmo das ilustrações originais do Tenniel, que transformou a menina Alice de cabelos curtos e castanhos em uma personagem de cabelos compridos e loiros. Queremos promover um reencontro da plateia com o imaginário do País das Maravilhas. E provocar o público a pensar que existem muitas ‘Alices’, e que dentro de cada um de nós, somos todos "Alice", adianta a diretora.



 

Campanha incentiva o respeito às vagas das pessoas com deficiência em Florianópolis

 


Vaga de estacionamento exclusivo é um direito da pessoa com deficiência (PCD). 


Em apoio a esta ideia e ao projeto #RespeitAção, criado por uma comissão da Câmara  Municipal de Florianópolis, a empresa Dom Parking, responsável pelo sistema de Zona Azul, cria campanha de conscientização aos usuários. 


O vídeo da campanha traz a participação do comediante Darci, mostrando a importância das pessoas respeitarem as vagas reservadas e o quanto elas são úteis para o dia a dia de quem realmente precisa. As informações são da assessoria da PMF.


Atualmente são 3.090 vagas, destas 78 são reservadas as PCDs, quando o exigido por lei é apenas 62. Todos os locais são estrategicamente localizados e bem sinalizados.


Os deficientes físicos que estacionam no sistema rotativo Zona Azul não precisam efetuar o pagamento do serviço. 


É necessário apenas que o condutor deixe no para-brisa do veículo uma credencial fornecida pelo Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), de conformidade com a Resolução 304/2008 do Contran (Conselho Naional de Trânsito).


Para obter o cartão, é necessário comparecer à Associação Florianopolitana de Deficientes Físicos (Aflodef), na Rua Rui Barbosa, 780, Agronômica e conseguir ofício de encaminhamento. 


De posse dele, comparecer ao IPUF - que fica na praça Getúlio Vargas (praça dos Bombeiros), 194, Centro - para a emissão do cartão.


O cartão tem validade de três anos e pode ser usado em todo o território nacional, mas o IPUF só o fornece a moradores da Capital. O serviço é gratuito.

 



19 de out. de 2015

Cresce presença de pessoas com deficiência no Mercado formal



A participação de pessoas com deficiência no mercado de trabalho cresceu 6,57%, em 2014, de acordo com informações da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, nesta quarta-feira (9), em Brasília. 


Os dados mostram que foram criados 23,5 mil empregos para indivíduos desse grupo.


Com o resultado, o número de vagas ocupadas por alguém com algum tipo de deficiência chegou a 381,3 mil – o que corresponde a 0,77% do total de postos do país. 


Os dados confirmam a tendência de crescimento contínuo dessa participação, que foi verificada nos últimos anos: Em 2012, os empregos para pessoas com deficiência representavam 0,70% do total. Em 2013, equivaliam a 0,73%.

Os homens ocuparam 64,45% das vagas, ou 245,7 mil empregos; enquanto, às mulheres, coube um total de 35,55%, ou 135,6 mil oportunidades profissionais. As informações indicam que caiu a participação masculina em relação a 2012 (65%) e 2013 (64,84%).    


Rendimentos


O rendimento médio das pessoas com deficiência, em 2014, chegou a R$ 2.304,26, um valor menor que a média dos rendimentos do total de vínculos formais: R$ 2.449,11. 


Em relação a 2013, o resultado mostra que aumentou o rendimento médio do total de pessoas com deficiência, em 0,63% – devido, principalmente, ao crescimento verificado no rendimento das pessoas com deficiência múltipla (+6,18%), visual (+3,22%) e física (+ 1,69%).
 


Fonte: Ministério do Trabalho e EmpregoVida Mais Livre


ONG Escola de Gente inicia circuito de palestras e oficinas de teatro acessível


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A partir desta segunda-feira, dia 19 de outubro, a ONG Escola de Gente – Comunicação em Inclusão dá início a uma série de palestras e Oficinas de Teatro Acessível por municípios do Rio de Janeiro. 


O circuito integra o projeto Campanha Teatro Acessível – Arte, Prazer e Direitos, da Escola de Gente. 


A iniciativa pretende sensibilizar mais de 10 mil pessoas até o final do ano, em um percurso gratuito e acessível, focado em disseminar o conceito de cultura inclusiva entre estudantes, professores/as, gestores/as e agentes culturais.


Nesta segunda (19), a partir das 11h, o projeto teve início com uma palestra sobre inclusão, direitos humanos e acessibilidade dada pela fundadora da Escola de Gente, Claudia Werneck, no Instituto Helena Antipoff (R. Mata Machado, 15 – Maracanã), da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. 


Jornalista e escritora, Claudia Werneck é pioneira na disseminação do conceito de sociedade inclusiva no Brasil e nos demais países da América Latina desde 1992 e autora de 14 livros sobre direitos humanos, diversidade e inclusão.


Até o fim do ano, serão 13 oficinas de teatro acessível gratuitas para estudantes, agentes culturais e professores/as da rede pública de ensino, além de quatro palestras de Claudia Werneck, em 12 cidades do estado do Rio.
 

Oficinas de Teatro Acessível



Desde 2009, a Escola de Gente já realizou mais de 60 Oficinas em todas as regiões do Brasil. 


Com metodologia e supervisão da Escola de Gente, as Oficinas de Teatro Acessível têm o objetivo de sensibilizar o público para praticar inclusão todos os dias, propondo situações lúdicas e desafiadoras nas quais todas as pessoas se exercitam e praticam a inclusão. 


“Tudo é muito instigante, provocador, ousado e faz com que o público exercite diferentes modos de se comunicar. Nas Oficinas é possível testar os limites daquilo que se pensa, no dia a dia, ser inclusão,” comenta Claudia Werneck. 


Com três horas de duração, as Oficinas de Teatro Acessível contam com intérprete de Libras e audiodescrição. 


Cada participante receberá uma camiseta da campanha “Teatro Acessível. Arte, Prazer e Direitos” e um exemplar do livro “Um amigo diferente?”, de Claudia Werneck, impresso em tinta e com outros formatos acessíveis. 


Publicado pela WVA em 1994, o livro foi traduzido para o espanhol e o inglês e integra o acervo de bibliotecas e escolas públicas de todo o Brasil.
 

A Escola de Gente – Comunicação em Inclusão



Fundada pela jornalista Claudia Werneck em 2002, a ONG Escola de Gente já sensibilizou mais de 400 mil pessoas de 16 países das Américas, África, Oceania e Europa, além de contar com parceiros/as da sociedade civil, governos, Ministério Público da União, conselhos de direitos, cooperação internacional e empresas. 


Por sua atuação, a ONG recebeu 41 reconhecimentos nacionais e internacionais, dentre elas duas da Presidência da República: o “Prêmio Direitos Humanos 2011” na categoria “Direitos de Pessoas com Deficiência”, a mais alta condecoração do Estado brasileiro na área dos Direitos Humanos; e a Ordem de Mérito Cultural 2014, por usa contribuição ao país na categoria “Artes Integradas”.


A Escola de Gente trabalha para que as políticas públicas se tornem inclusivas, ou seja, que garantam direitos humanos também para quem tem deficiência e vive na pobreza, especialmente crianças, adolescentes e jovens. 


A participação em conselhos, produção e disseminação de marcos teóricos e metodologias próprias, formação de juventudes em mídias acessíveis em universidades, comunidades e favelas, criação de indicadores, consultorias e distintas ações na área da cultura são papéis desempenhados pela Escola de Gente.


 



16 de out. de 2015

OLHA A HORA ! VAI COMEÇAR O HORÁRIO DE VERÃO


O que mudou com a nova Norma de Acessibilidade?



Depois de muita ansiedade dos profissionais que se dedicam ao estudo da acessibilidade, especialistas ou não, das associações de Pessoas com Deficiência, de Núcleos e Laboratórios nas Universidades e da militância de muitos que tem dedicado grande parte de seu tempo ou de sua vida pela “acessibilidade para todos”, a nova NBR 9050 finalmente saiu e foi publicada pela ABNT no mês de setembro deste ano de 2015.


Parabenizo o Comitê Brasileiro Organizador (ABNT/CB-040) pela perseverança e por sua composição com pessoas engajadas no assunto e cientes da urgência de se construir um documento que atenda à realidade brasileira. 


Nosso desafio a partir de agora, com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, com a Lei Brasileira de Inclusão e com esta norma, é inevitavelmente ir mais adiante, fazendo cumprir as mais avançadas leis, decretos, convenções e normas, construindo um Brasil mais Acessível, no seu sentido pleno. Tenho algumas dúvidas fundamentais:


1. Por que, apesar de todo o avanço na legislação sobre acessibilidade, o Brasil ainda não possui, verdadeiramente, “cidades universais”?

 
2. Onde estamos errando?

 

Gosto de pensar como Jaime Lerner quando coloca a questão de certas cidades conseguirem fazer transformações positivas e também pensar como este arquiteto brasileiro quando diz que em todas as cidades inovadoras e de vanguarda se iniciou um começo, um despertar. É o que faz uma cidade reagir (Jaime Lerner. Acupuntura Urbana. 2005: 7,8).

 
Nos anexos da nova norma brasileira de acessibilidade, está o conceito de desenho universal e seus princípios e a consideração de fatores relevantes de projeto, como o detalhamento de barras de apoio, e o sanitário para uso da pessoa ostomizada. 


O novo texto evoluiu muito no sentido de ser mais explicativo e de detalhar um pouco mais a informação, o uso da sinalização tátil e visual no piso, a inclusão da Língua Brasileira de Sinais, dentre outros fatores que abandonam uma abordagem cartesiana de só enfatizar a acessibilidade arquitetônica e urbanística.

 
Fico feliz com o fato de o conceito do desenho universal fazer parte de forma mais ampla na norma brasileira, levando em consideração uma arquitetura e um design mais inclusivos e“centrados no ser humano e na sua diversidade” (NBR 9050/2015, p.139).


Os princípios do desenho universal, discutidos e debatidos há alguns anos atrás por profissionais em diversas universidades americanas e também por especialistas na área foram incorporados no primeiro anexo da norma, sendo um conceito tão importante adotado no mundo todo para atender a todos os cidadãos da urbe.

 
Creio que se tentou contemplar “as diversas condições de mobilidade e percepção do ambiente”.

 
Já na própria definição de acessibilidade, antes tão sucinta, acrescenta-se a possibilidade de utilização de “transportes, informação e comunicação, incluindo sistemas e tecnologias, na zona urbana ou rural” (isto não existia na NBR de 2004). 


Dentre tantos outros conceitos incluídos, também está o de barreira, calçada, calçada rebaixada e muito mais. Todos são fatores essenciais do Plano de Mobilidade Urbana de qualquer cidade.


Para a cadeira de rodas, foi mantido o mesmo módulo de referência de 0,80m x 1,20m, apesar da grande quantidade das motorizadas e das scooters, com dimensões bem maiores. Penso que, nos tempos atuais, estas medidas poderiam ser revistas.
 

Na parte de circulação e manobra em calçadas, por exemplo, a nova norma incorpora a existência de mobiliários em rotas acessíveis, como eles devem ser planejados de forma a não constituírem- se em barreiras para Pessoas com Deficiência Visual. 


No que diz respeito a certos itens arquitetônicos: puxadores e maçanetas, por exemplo, há um maior nível de detalhamento. Soma-se a estes a inclusão de controles, comandos, travamento de portas, etc.

 
Seguindo minha ordem de leitura, foram acrescidos ao novo texto questões de linguagem, contraste e sinais sonoros.
 

Acrescenta-se ainda que foram introduzidos novos símbolos e desenhos de pessoas obesas, idosas, mulheres grávidas ou com bebê no colo, pessoas cegas com cão guia e pessoas com mobilidade reduzida. 


A questão da sinalização tátil em corrimãos, pavimento, elevadores, plataformas elevatórias e degraus de escadas foi mantida.


Existe um maior detalhamento de sinalização sonora e a inclusão de sinalização para áreas de resgate para pessoa com deficiência. 


As rotas de fuga não são esquecidas, mas creio que deveria haver espaço para mais de uma pessoa em cadeira de rodas, como tenho visto em outros países.
 

Os desenhos aqui são bem mais explicativos.
 

No caso das rampas, confesso que me surpreendi com a manutenção dos 8,33% como limite. 


No rebaixamento de calçadas para a colocação de rampas, considerando que é muito acentuada e muitos lugares já avançaram para o limite de 6%. 


Não concordo que estas rampas sejam feitas em curva e, ainda por cima, com inclinação de 8,33%. 


A maioria dos países que tenho ido faz o rebaixamento em toda a curva. Gosto muito também das faixas elevadas (trafic calming).







 

Descoberta de pele artificial pode levar a próteses "sensíveis"

Mãos femininas seguram o receptor sensível da pele artificial.


Cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, conseguiram reproduzir receptores e circuitos da pele humana para criar uma espécie de "pele artificial". 


A descoberta pode, no futuro, ajudar as pessoas a recuperar a sensação de toque, melhorar o desenvolvimento de próteses e até de aparelhos eletrônicos.


O resultado da pesquisa foi publicado na revista Science nesta quinta-feira (15).


A pele humana possui receptores que produzem sinais de sensação tátil enviados ao cérebro e que variam em sinais intensos ou menos intensos de acordo com o estímulo.


Imagine alguém apertando seu dedo. Sua pele pode sentir diversos níveis de pressão. Foi essa a sensação que os cientistas conseguiram replicar artificialmente. 


Os experimentos foram feitos em camundongos e os cientistas conseguiram transferir os sinais sensoriais às células do cérebro dos animais.


Um dos principais desafios da equipe liderada por Benjamin Tee foi o de criar sensores que conseguissem "sentir" a mesma variedade de pressão que os humanos conseguem. 


Isso foi possível graças à utilização de nanotubos de carbono moldados em microestruturas piramidais. 


Desta forma, a sensibilidade foi maximizada e os receptores "traduziram" a pressão em sinais enviados ao cérebro, que se modificavam conforme a pressão aplicada.



Outro grande desafio foi o de transferir o sinal do sistema de pele artificial para os neurônios dos camundongos. 


Os pesquisadores desenvolveram novas proteínas sensíveis à luz (optogenéticas), capazes de acomodar longos intervalos de estímulo. Dessa forma, os neurônios conseguiram agir de acordo com o pulso de estímulo.


Segundo os pesquisadores, trazer a sensação do tato para as próteses pode aumentar a utilidade delas, ao melhorar o controle motor, e também pode ajudar a aliviar a "dor do membro fantasma", que afeta grande parte das pessoas que perderam um membro do corpo.





 

Represa de Guarapiranga recebe o Campeonato Paulista de Vela Adaptada

Três barcos à vela sobre a água. Um deles está mais à frente.



A Represa de Guarapiranga abrigará o Campeonato Paulista de Vela Adaptada, nos dias 17 e 18 de outubro de 2015. 


A competição, organizada pelo Clube Paradesportivo Superação, com a chancela da Federação de Vela do Estado de São Paulo, é uma seletiva para o Campeonato Brasileiro de Vela da Classe Paralímpica Sonar 2015, que acontecerá no Rio de Janeiro.


Todos os anos, o evento reúne atletas e amantes do esporte com diferentes níveis de mobilidade, dentre amputados e lesados medulares.


Serão 12 atletas, divididos em quatro barcos, em uma disputa acirrada durante os dois dias de evento. Os barcos utilizados são os da classe Poli 19, adaptados para os diferentes atletas.


“Os barcos possuem algumas adaptações que possibilitam os atletas manusearem os equipamentos com facilidade, proporcionando a prática do esporte para diversas pessoas com deficiência”, declara Vitor Hugo Pinheiro, técnico do clube paradesportivo.


Luiz Gouveia, presidente do Clube Paradesportivo Superação, afirma que realizar uma regata como esta consolida o clube e o Estado de São Paulo como pólo descobridor de atletas paralímpicos. 


“Um campeonato paralímpico influi diretamente na vida desses atletas. Principalmente quando ele concorre à uma vaga em uma regata de âmbito nacional, como o Brasileiro de Vela Adaptada, que será disputado no Rio de Janeiro”.


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Campeonato Paulista de Vela Adaptada



Sede do evento: Clube ASBAC - Associação dos Servidores do Banco Central - Represa de Guarapiranga, Raia 2.
 
Data: 17 e 18 de outubro de 2015
 
Horário: a partir das 10h30
 
Endereço: Rua Maria Stela, Chácara Vista Alegre, São Paulo/SP


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15 de out. de 2015

Especialistas apontam distorções no uso das cotas para pessoas com deficiência




As cotas para pessoas com deficiência ingressarem no serviço público estão sendo utilizadas, numa espécie de "jeitinho", por quem tem problemas considerados leves demais. 


Com isso, saem prejudicados aqueles que realmente enfrentam dificuldades para ingressar no mercado de trabalho em razão de sua deficiência. 


Essa foi a tônica do debate realizado nesta quarta-feira (14) pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) sobre a questão das cotas para deficientes.


A Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015), prevista para entrar em vigor em janeiro de 2016, deve alterar um pouco essa realidade, disseram os palestrantes. 


Mas, na opinião deles, é fundamental que a regulamentação da nova legislação leve em conta os critérios de funcionalidade da pessoa com deficiência e até que ponto essa deficiência prejudica sua integração social. 


Para os especialistas ouvidos pela CAS, não basta constatar a existência do problema, baseado em diagnóstico médico-biológico, como tem ocorrido.


Eles defendem ainda que a legislação nacional seja atualizada à luz da Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas (ONU), ratificada pelo Brasil em 2009.


O autor do pedido de audiência, senador Waldemir Moka (PMDB-MS), propôs a criação de um grupo de trabalho com participantes da audiência e a Consultoria do Senado para propor essa atualização legislativa, que ele considerou essencial. 


Mas o senador e os debatedores chegaram ao entendimento comum de que é melhor esperar a Lei Brasileira de Inclusão entrar em vigor para analisar com maior eficiência quais são os ajustes legais necessários.
 

Funcionalidade



De acordo com Adérito Guedes, chefe do Setor de Perícia Médica do Ministério Público Federal, pessoas que tem dois dedos dos pés amputados estão concorrendo em igualdade, nas vagas reservadas para os cotistas, com quem não tem as duas pernas e anda com cadeira de rodas. 


Graças à judicialização e aos mandados de segurança, amparados pela falta de normas que permitissem graduar as deficiências, explicou ainda, pessoas com cegueira unilateral são consideradas iguais em direitos às que não enxergam nada, por exemplo.


— A funcionalidade é mais importante para definir uma deficiência do que simplesmente um diagnóstico médico — alertou.


O procurador da República no Distrito Federal Felipe Fritz Braga afirmou que o Judiciário tem grande dificuldade para aferir a capacidade de trabalho de uma pessoa com alguma limitação funcional, mas que consegue levar uma vida relativamente normal. 


É o caso, por exemplo, de quem perde a audição em um ouvido ou tem apenas um olho cego. Nessas situações, observou o procurador, é questionável o direito de concorrer a um cargo público em condições especiais.


— O Judiciário tem dificuldade para ver isso, em grande parte porque nossas normas não foram bem redigidas nesse aspecto — afirmou.


Rosylane Nascimento das Mercês Rocha, conselheira do Conselho Federal de Medicina, lembrou que os candidatos que concorrem pelas cotas de deficiência e são barrados graças aos laudos e avaliações, sempre recorrem ao Judiciário e ganham, por menor que seja o problema. 


Ela alertou para a necessidade de um levantamento detalhado de quantas e quais pessoas com deficiência estão sendo beneficiadas com a lei e ingressando nos quadros do serviço público. 


Pela sua experiência, afirmou, não estão sendo priorizadas pessoas com grandes deficiências, mas sim quem perdeu dois dedos, tem limitações de extensão de algum membro ou encurtamento da perna.


— E isso não prejudica alcançar o objetivo que o legislador buscou para a pessoa com deficiência — afirmou.
 

Novo modelo



Todos os palestrantes, incluindo a representante do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Liliane Bernardes; se manifestaram no sentido de que a análise da deficiência deve considerar os pressupostos da Classificação Internacional de Doenças (CID) e da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF).


Liliane Bernardes adiantou que a regulamentação da LBI levará esses fatores em consideração, já que a definição de deficiência da nova lei é mais ampla e exige a compreensão de um novo paradigma sobre a deficiência, baseado no modelo social/biopsicossocial e não mais exclusivamente no enfoque médico.


Um “índice de funcionalidade” deve ser criado, para avaliar tanto a entrada nas cotas do serviço público quanto o acesso das pessoas com deficiência a benefícios como o da prestação continuada ou do passe livre, por exemplo, revelou Liliane. 


Esses novos parâmetros ainda estão sendo estruturados, informou ela, que conclamou os palestrantes e os senadores presentes à audiência pública a ajudarem nessa elaboração.


Também participaram da audiência Thays Rettore, membro do Conselho Fiscal da Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícias Médicas, e Everton Pereira, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB).






Aplicativo promete revolucionar a maneira de se pesar




Auxiliar as pessoas que não conseguem se deslocar até uma balança: esse foi o ponto de partida para a criação de um aplicativo que mede massa corporal sem ser necessário se pesar, idealizado por Rodrigo Vertulo, estudante de Engenharia Eletrônica, e Victor Vieira, estudante de Engenharia de Computação, ambos do Centro Universitário Fundação Santo André.
 

Os dois alunos desenvolveram o ChiloApp, um aplicativo para sistemas Android e iOS, cuja proposta inovadora é a de permitir que seus usuários obtenham uma estimativa de suas massas corporais (peso) utilizando-se apenas de uma fita métrica e seus dispositivos móveis - Tablets ou Celulares, dispensando o uso de balanças tradicionais.



“ChiloApp é um aplicativo cuja aplicabilidade não se restringe apenas àqueles que desejam realizar um controle mais frequente do peso, mas é de especial interesse às pessoas que são impossibilitadas de utilizarem balanças tradicionais, por conta de dificuldades físicas, como cadeirantes e pessoas acamadas”, relata Rodrigo, que, por ser cadeirante, teve como motivação para criar o aplicativo seu próprio histórico de tentativas de pesagem.

 

Como funciona



O usuário mede seu tríceps, abdômen e panturrilha. Preenche as medidas no campo indicado e o aplicativo apresenta o peso atual.




 



Baseado em estudos acadêmicos da área nutricional encontrados na literatura científica, seu princípio de funcionamento é fundamentado no fato de que existe uma relação entre as medidas e proporções de algumas partes do corpo humano com a massa corporal de cada indivíduo.


“Com constantes pesagens, o aplicativo vai gerando um gráfico, que permite ao usuário saber se engordou, emagreceu ou se está mantendo o peso. Além de pessoas com mobilidade reduzida, o aplicativo pode auxiliar também aqueles que estão fazendo dieta ou controle de peso, mas não têm uma balança por perto”, relata Victor.


Para baixar o aplicativo e conhecer mais, acesse chiloapp.com e escolha seu dispositivo.






14 de out. de 2015

Baixada Santista registra 1.311 casos de violência contra pessoas com deficiência

 
 
 
A Baixada Santista registrou 1.311 casos de violência contra pessoas com deficiência, entre maio de 2014 a agosto deste ano, segundo dados da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo.
 
 
Santos foi a cidade com mais ocorrências do tipo na região, totalizando 310. Na sequência, no ranking regional, aparecem Praia Grande (233 casos), Itanhaém (200), São Vicente (156), Cubatão (74), Mongaguá (73), Peruíbe (55) e Bertioga (37).
 
 
Segundo o presidente interino do Conselho dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Condefi) de Santos‚ Luciano Marques, os casos de violência ocorrem com frequência, mas muitos não são oficializados.
 
 
"No Condefi eventualmente aparecem denúncias, mas que acabam não sendo formalizadas. Muitos casos envolvem familiares ou pessoas próximas e por isso quem presencia uma agressão ou abuso acaba não passando muitas informações para não se envolver", relata.
 
 
Apesar do Condefi não ter um balanço oficial, Marques, que trabalha como conselheiro no órgão há 24 anos, afirma que a maioria dos casos envolve abandono, abuso e agressão física. 
 
 
"Os mais vulneráveis (a estes tipos de agressões), pelo o que vemos e que ficamos sabendo, são os deficientes auditivos, intelectuais e mentais. O surdo já tem dificuldade para relatar acontecimentos do cotidiano, imagina para relatar um abuso ou agressão. Já quem tem o cognitivo prejudicado muitas vezes não entende o que está acontecendo, o que também dificulta na hora de denunciar", afirma.
 
 
Além da falta ou dificuldade de comunicação, o representante do órgão aponta ainda o medo que muitos deficientes têm de ficar desamparados. 
 
 
"Nós, seres humanos, somos vulneráveis (a atos de violência e agressão). A pessoa com deficiência (é) mais ainda e às vezes eles não denunciam o que ocorre de errado com medo de perder um suposto amparo que tem dos parentes", relata.
 

Baixada e ABC

 
 
Segundo informações da pasta, ainda no mesmo período, as ocorrências nos nove municípios da Baixada Santista e sete cidades do Grande ABC totalizam 2.445 casos, ou seja, 11,28% dos registros do Estado. 
 
 
Nessas duas regiões, a cidade que lidera no número de ocorrências é São Bernardo do Campo (348). O número de casos é maior se forem detalhados os tipos de crime relacionados a cada um dos registros.
 
 
Entre os tipos de violência, encabeçam o estudo os crimes contra patrimônio (1.015) e pessoa (951). 
 
 
Ações que infringem o Estatuto do Idoso (136) e Lei Maria da Penha (143) também são citadas no balanço, que totaliza 3.083 ocorrências em 22 categorias. 
 

Perfil

 
No balanço da secretaria, que engloba Baixada Santista e Grande ABC, a maioria dos registros de violência ocorre contra os deficientes físicos (46,93%), seguido das pessoas com alguma deficiência intelectual (19,51%), visual (14,45%), auditiva (13,2%) e múltipla (5,86%). A incidência, quando dividida por sexo, é maior entre os homens (54%).
 
 
 
 

Prefeitura de Ponta Grossa cadastra pessoas com deficiência para programas sociais

 


A Secretaria Municipal de Assistência Social de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná, está cadastrando as pessoas com deficiência que ainda não são atendidas pelos programas municipais.

 
Segundo o secretário municipal de Assistência Social, Júlio Küller, estima-se que existam 10 mil pessoas com deficiência em Ponta Grossa, entretanto, 1,5 mil são atendidas pelas entidades conveniadas à prefeitura.
 
Por isso, a estrutura do Ginásio Jamal Farjallah Bazzi, conhecido como Ginásio dos Deficientes, é pouco aproveitada. 


Segundo a prefeitura, a capacidade de atendimento é para 300 pessoas por mês, mas apenas 150 pessoas são atendidas.

 
Conforme a Secretaria de Assistência, o ginásio oferece atendimentos nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, musicoterapia, terapia recreativa, oficina de circo, oficina de artesanato e de pintura, oficina de dança e de balé clássico.
 
“A gente busca, com este desafio, chamar aquelas pessoas que ainda não foram atendidas e que estão em suas casas, numa situação de dificuldade, que possa estar trazendo para o ginásio para participar desses programas”, afirma Küller.

O Ginásio

 
O Ginásio do Deficiente fica na Rua Silva Jardim, 7, no Completo Ambiental Governador Manoel Ribas. Para se cadastrar, basta levar documentos pessoais, comprovante de endereço e laudo médico que comprove o tipo de deficiência.


Fonte: Vida Mais Livre