Uma suspeita de ebola foi registrada
nesta terça-feira em Belo Horizonte (MG), e o caso está sendo
investigado pelo Ministério da Saúde.
O paciente é um homem de 46
anos vindo da Guiné. Ele deu entrada em uma unidade de pronto
atendimento da região da Pampulha com dor de cabeça, febre alta e dor
muscular. Seu nome não foi divulgado.
"Imediatamente após a identificação da suspeita, o paciente foi isolado na unidade e teve início a adoção do protocolo nacional estabelecido para casos suspeitos de ebola, como a comunicação à Secretaria Estadual de Saúde", diz o ministério em nota.
O homem será levado nesta quarta-feira para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro.
"Todos os pacientes e profissionais da unidade que tiveram contato com ele foram orientados e estão sendo monitorados", afirma o ministério.
O
paciente chegou na sexta-feira passada da Guiné, país onde foram
registrados 4 novos casos de ebola nos últimos 21 dias, de acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS).
O país do oeste da África foi
um dos mais afetados pelo surto: teve ao menos 2 mil mortes confirmadas
relativas ao surto de ebola, cujo ápice foi em 2014.
Entenda a seguir os principais mitos em torno da disseminação da doença - e as reais explicações científicas para isso.
O vírus se propaga pelo ar, pela água e é contraído através do contato com quem está contaminado?
O contágio se produz quando os fluidos corporais de um indivíduo
infectado toca alguma das membranas mucosas de alguém que não está
contaminado.
Isso quer dizer que o sangue, o suor, a urina ou as
fezes do portador do vírus têm que entrar em contato com os olhos, os
orifícios nasais, a boca, os ouvidos, a área genital ou uma ferida
aberta para contrair a doença.
O contato com lençóis, roupas ou
superfícies infectadas pelo vírus também pode causar o contágio, mas
apenas se houver algum corte na pele.
É possível ser contaminado por alguém que aparenta estar saudável?
É muito improvável que isso aconteça, mesmo se alguém for portador do vírus.
A
razão é que os sintomas podem demorar até 21 dias para aparecer -
período máximo de incubação da doença. E até que os sintomas sejam
visíveis, não há contágio.
Uma pessoa só pode transmitir a doença se o vírus estiver em seu sangue e secreções.
Não se contrai o vírus através de relações sexuais?
Se um homem tem ebola, o vírus pode estar presente nos seus fluidos
corporais, incluindo o sêmen.
A Organização Mundial da Saúde acredita
que o vírus pode permanecer nos fluidos do indivíduo até sete semanas
após o paciente ter se recuperado.
Mas outros especialistas
sugerem que a doença pode permanecer por até três meses, mesmo se
médicos confirmarem não haver partículas virais no sangue.
Quem já teve ebola deve abster-se de relações sexuais ou usar preservativos durante esse período.
Alguém que morreu não pode espalhar a doença?
Embora o indivíduo tenha morrido, o vírus ainda pode estar presente.
Por isso, especialistas em epidemiologia temem que a disseminação ocorra
em práticas funerárias tradicionais realizadas em alguns países
africanos, nas quais parentes ficam em contato direto com os mortos.
Nestes casos, a OMS recomenda o enterro imediato e o uso de luvas e roupas de proteção para o indivíduo que manipula o corpo.
Recomenda-se,
também, o treinamento daqueles que lideram os funerais sobre os
procedimentos a serem seguidos para evitar que a infecção se espalhe.
Um paciente pode transmitir a doença, mesmo que ele tenha se recuperado?
Normalmente, apenas as pessoas que têm os sintomas podem espalhar o vírus.
No caso de uma mulher grávida que recebeu alta, recomenda-se que ela não amamente o bebê.
Antibióticos, água salgada, leite e cebola crua podem prevenir o ebola?
O
consumo destes alimentos não impede a contaminação pelo ebola. Além
disso, a ingestão de água salgada - que alguns acreditam que pode
curá-los da doença - pode ser perigosa, especialmente em dias quentes.
A OMS cita dois casos de pessoas na Nigéria que morreram por essa razão.
No
momento não há cura para o ebola, mas vacinas estão sendo testadas. Se
os testes forem bem sucedidos, profissionais de saúde terão prioridade
em receber as injeções.
Você tem que usar produtos antissépticos caros para eliminar o vírus
Recomenda-se lavar as mãos com frequência, especialmente se você estiver perto de um paciente com o ebola.
O
álcool em gel pode ser útil, mas se as mãos estiverem visivelmente
sujas, é importante lavar com sabão e água limpa, segundo autoridades
sanitárias.
Este é o surto que causou mais mortes, mas não é o primeiro.
Segundo a OMS, o vírus foi diagnosticado pela primeira vez em humanos em 1976, no Sudão e na República Democrática do Congo.
O surto ocorreu em uma aldeia perto do rio Ebola, daí o nome da doença. Cerca de 500 pessoas foram infectadas e 400 morreram.
Desde então, várias cepas do vírus surgiram no continente africano.
Fonte: BBC BRASIL
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