A espasticidade é caracterizada pela
hipertonia muscular, ou seja, aumento do tônus muscular, uma alteração
motora frequente nas lesões do sistema nervoso central, como por exemplo
nos casos de AVC, lesão medular, paralisia cerebral, esclerose lateral
amiotrófica, esclerose múltipla, entre outros, afetando milhões de
pessoas em todo o mundo.
Em outras palavras a espasticidade faz
com que ocorra uma rigidez do músculo, alterando seu padrão normal de
contração e alongamento, que são necessários para que ocorra o movimento
ou a manutenção de uma postura adequada.
Desta forma, os movimentos das
articulações tornam-se limitados e a capacidade de produzir força
também é reduzida, limitando a capacidade funcional das pessoas na
realização de suas atividades, como por exemplo a locomoção, alimentação
e atividades de cuidados e higiene pessoal, comenta Régis Severo, fisioterapeuta da Mercur.
As pessoas com espasticidade costumam descrevê-la como:
“sensação de peso ou aperto nas pernas ou braços, como se tivessem vários quilos presos a seus membros“
Por isso torna-se difícil elevar os seus pés e pernas do chão ao
caminhar. Algumas pessoas tem a sensação de que suas mãos estão “duras”,
tendem a fechá-las e não podem abri-las.
Além da dificuldade de movimento,
caracterizada principalmente pela redução da amplitude de movimento das
articulações, a espasticidade pode gerar dores e desconfortos
musculares, e quando não tratada pode evoluir para encurtamentos
musculares, levando a deformidades posturais graves e favorecendo o
risco de luxações.
As manifestações motoras e limitações
funcionais decorrentes da espasticidade podem variar muito de pessoa
para pessoa, e neste sentido o tratamento também deve ser pensado de
acordo com as necessidades de cada um.
De maneira geral, o tratamento
visa a manutenção da funcionalidade e postura corporal e a redução do
desconforto e da dor, permitindo que a pessoa possa estar inserida nas
suas atividades diárias.
De acordo com Régis, o tratamento através da fisioterapia
visa a prevenção de incapacidades funcionais e a melhora do padrão
motor e do movimento. Além disso, desconfortos e dores também são
tratados, promovendo maior bem-estar.
Diversas técnicas podem ser
utilizadas, como alongamentos, mobilizações articulares,
eletroterapia e ainda a prescrição de órteses de posicionamento para
prevenção de derformidades ou órteses funcionais, para auxiliar nas
atividades diárias.
A Terapia Ocupacional também contribui para o tratamento da espasticidade.
O profissional desta área trabalha com o paciente em atividades que
promovam a manutenção da sua qualidade de vida e a independência
funcional na sua rotina diária.
“Para maximizar a independência e a autonomia, a terapia ocupacional pode utilizar a tecnologia assistiva, incluindo o uso de adaptações e órteses, a estimulação cognitiva e a integração sensorial”, afirma Cristina Fank, terapeuta ocupacional da Mercur.
Atividades artísticas, expressivas, de
coordenação motora e de rotina auxiliam não só na melhora física do
indivíduo, mas também na sua estruturação emocional.
O terapeuta
ocupacional pensa na rotina deste paciente e ajuda a torná-la simples e
prática, através da análise dos ambientes de sua casa, realizando
modificações quando necessárias.
Tratamento para espasticidade
No dia a dia, as pessoas que apresentam
espasticidade podem realizar alguns movimentos e alongamentos simples,
para melhorar a mobilidade e aliviar a dor.
O uso da termoterapia
através da aplicação de calor também pode ajudar no relaxamento dos
músculos, aliviando a dor e facilitando o movimento. Isto pode ser feito
com o auxílio de bolsas térmicas, comenta o fisioterapeuta.
Além do uso de alguns recursos de
tecnologia assistiva, como engrossadores, por exemplo, podem auxiliar
para a realização de algumas atividades, facilitando o movimento e
proporcionando maior independência.
Como a espasticidade pode se apresentar
de maneiras diferentes em cada pessoa, é importante sempre buscar a
orientação de um fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional para entender
quais as melhores alternativas em cada caso.
Fonte: Diversidade na Rua
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