3 de nov. de 2015

Espasticidade - Conheça algumas formas de tratamento

 



A espasticidade é caracterizada pela hipertonia muscular, ou seja, aumento do tônus muscular, uma alteração motora frequente nas lesões do sistema nervoso central, como por exemplo nos casos de AVC, lesão medular, paralisia cerebral, esclerose lateral amiotrófica, esclerose múltipla, entre outros, afetando milhões de pessoas em todo o mundo.


Em outras palavras a espasticidade faz com que ocorra uma rigidez do músculo, alterando seu padrão normal de contração e alongamento, que são necessários para que ocorra o movimento ou a manutenção de uma postura adequada. 


Desta forma, os movimentos das articulações tornam-se limitados e a capacidade de produzir força também é reduzida, limitando a capacidade funcional das pessoas na realização de suas atividades, como por exemplo a locomoção, alimentação e atividades de cuidados e higiene pessoal, comenta Régis Severo, fisioterapeuta da Mercur.


As pessoas com espasticidade costumam descrevê-la como: 


“sensação de peso ou aperto nas pernas ou braços, como se tivessem vários quilos presos a seus membros“ 


Por isso torna-se difícil elevar os seus pés e pernas do chão ao caminhar. Algumas pessoas tem a sensação de que suas mãos estão “duras”, tendem a fechá-las e não podem abri-las.


Além da dificuldade de movimento, caracterizada principalmente pela redução da amplitude de movimento das articulações, a espasticidade pode gerar dores e desconfortos musculares, e quando não tratada pode evoluir para encurtamentos musculares, levando a deformidades posturais graves e favorecendo o risco de luxações.


As manifestações motoras e limitações funcionais decorrentes da espasticidade podem variar muito de pessoa para pessoa, e neste sentido o tratamento também deve ser pensado de acordo com as necessidades de cada um. 


De maneira geral, o tratamento visa a manutenção da funcionalidade e postura corporal e a redução do desconforto e da dor, permitindo que a pessoa possa estar inserida nas suas atividades diárias.


De acordo com Régis, o tratamento através da fisioterapia visa a prevenção de incapacidades funcionais e a melhora do padrão motor e do movimento. Além disso, desconfortos e dores também são tratados, promovendo maior bem-estar. 


Diversas técnicas podem ser utilizadas, como alongamentos, mobilizações articulares, eletroterapia e ainda a prescrição de órteses de posicionamento para prevenção de derformidades ou órteses funcionais, para auxiliar nas atividades diárias.


A Terapia Ocupacional também contribui para o tratamento da espasticidade. O profissional desta área trabalha com o paciente em atividades que promovam a manutenção da sua qualidade de vida e a independência funcional na sua rotina diária. 


“Para maximizar a independência e a autonomia, a terapia ocupacional pode utilizar a tecnologia assistiva, incluindo o uso de adaptações e órteses, a estimulação cognitiva e a integração sensorial”, afirma Cristina Fank, terapeuta ocupacional da Mercur.  


Atividades artísticas, expressivas, de coordenação motora e de rotina auxiliam não só na melhora física do indivíduo, mas também na sua estruturação emocional. 


O terapeuta ocupacional pensa na rotina deste paciente e ajuda a torná-la simples e prática, através da análise dos ambientes de sua casa, realizando modificações quando necessárias.


Tratamento para espasticidade



No dia a dia, as pessoas que apresentam espasticidade podem realizar alguns movimentos e alongamentos simples, para melhorar a mobilidade e aliviar a dor. 


O uso da termoterapia através da aplicação de calor também pode ajudar no relaxamento dos músculos, aliviando a dor e facilitando o movimento. Isto pode ser feito com o auxílio de bolsas térmicas, comenta o fisioterapeuta.


Além do uso de alguns recursos de tecnologia assistiva, como engrossadores, por exemplo, podem auxiliar para a realização de algumas atividades, facilitando o movimento e proporcionando maior independência.


Como a espasticidade pode se apresentar de maneiras diferentes em cada pessoa, é importante sempre buscar a orientação de um fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional para entender quais as melhores alternativas em cada caso.






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