Durante uma visita ao Brasil, o pai do cantor Michael
Jackson sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico associado a
um quadro de arritmia cardíaca. Joe Jackson ficou internado durante
oito dias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
O
empresário norte-americano foi vítima do tipo mais comum de AVC, que é
quando uma artéria do cérebro entope. O outro tipo é o hemorrágico,
conhecido como derrame, que é quando um vaso se rompe e extravasa sangue
para o cérebro.
Segundo
Gisele Sampaio Silva coordenadora do Departamento Científico
de Doenças Cerebrovasculares,Neurologia Intervencionista e Terapia
Intensiva em Neurologia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN),"O sexo masculino é mais propício para se ter AVC.
No entanto, pela expectativa maior de vida, a mulher acaba tendo mais
chances de se ter AVC, já que o risco da doença também aumenta com a
idade do indivíduo, sobretudo acima dos 55 anos".
Também de acordo com Gisele Sampaio Silva, quando o paciente chega a uma unidade hospitalar
dentro de 4h30 é possível tratá-lo com um medicamento chamado
trombolítico, no caso do isquêmico, que desfaz o coágulo e normaliza o
fluxo sanguíneo até o cérebro. Caso isto seja possível, a chance de se
ter uma sequela diminui consideravelmente.
"Se o tratamento for feito de maneira rápida, se a artéria foi recanalizada rapidamente, o paciente pode sair totalmente sem sequelas", diz a especialista.
Existem também os pequenos AVCs, chamados de lacuna, que podem ocorrer
várias vezes sem que a pessoa perceba, explica o neurologista do
Hospital Alemão Oswaldo Cruz Leandro Gama.
Este tipo da doença, a
longo prazo, pode afetar a memória do paciente. O grande problema,
segundo o especialista, é que as pessoas não se atentam aos sintomas e
perdem tempo para iniciar o tratamento.
Os cinco principais sinais de que se está tendo um AVC são:
- Fraqueza de um lado do corpo;
- Dormência de um lado do corpo;
- Perda de visão súbita;
- Dificuldade para falaR;
- Forte tontura.
Idosos
A doença não afeta exclusivamente pessoas idosas, apesar de ser mais comum em quem tem acima de 55 anos.
"Quando a gente fala em AVC em jovem, nós também apontamos casos em pessoas abaixo dos 55 anos. O fator mais comum em crianças são doenças genéticas. Já nos jovens, é a dissecção das artérias do pescoço, que é quando há uma lesão na parede do vaso que leva o sangue ao cérebro. Esta lesão pode ocorrer por causa de um trauma, por exemplo, como a batida de um carro", diz Gama.
Entretanto, segundo Gama, os jovens
possuem uma maior neuroplasticidade no cérebro, que faz com que outros
neurônios cubram a função dos que morreram durante o AVC, fazendo com
que o paciente se recupere em até 100%.
Segundo os
especialistas, a melhor forma de se combater um AVC é a prevenção. Uma
boa dieta, associada com exercícios físicos, o controle da pressão
arterial, do diabetes, do colesterol e do triglicerídeo diminuem as
chances de o indivíduo ter a doença.
"Toda vez que a gente fala em uma prevenção, falamos tanto da primária, que é para o indivíduo nunca ter a doença, e da secundária, que é o paciente que já teve o AVC e que deve se prevenir para não ter outro", afirma Gama.
Fonte: UOL Noticias
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