19 de nov. de 2015

Só idosos têm AVC? Sequela é para sempre? O que você sabe sobre a doença?

 


Durante uma visita ao Brasil, o pai do cantor Michael Jackson sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico associado a um quadro de arritmia cardíaca. Joe Jackson ficou internado durante oito dias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.


O empresário norte-americano foi vítima do tipo mais comum de AVC, que é quando uma artéria do cérebro entope. O outro tipo é o hemorrágico, conhecido como derrame, que é quando um vaso se rompe e extravasa sangue para o cérebro.


Segundo Gisele Sampaio Silva coordenadora do Departamento Científico de Doenças Cerebrovasculares,Neurologia Intervencionista e Terapia Intensiva em Neurologia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN),"O sexo masculino é mais propício para se ter AVC. No entanto, pela expectativa maior de vida, a mulher acaba tendo mais chances de se ter AVC, já que o risco da doença também aumenta com a idade do indivíduo, sobretudo acima dos 55 anos".


Também de acordo com Gisele Sampaio Silva, quando o paciente chega a uma unidade hospitalar dentro de 4h30 é possível tratá-lo com um medicamento chamado trombolítico, no caso do isquêmico, que desfaz o coágulo e normaliza o fluxo sanguíneo até o cérebro. Caso isto seja possível, a chance de se ter uma sequela diminui consideravelmente.


"Se o tratamento for feito de maneira rápida, se a artéria foi recanalizada rapidamente, o paciente pode sair totalmente sem sequelas", diz a especialista.

Existem também os pequenos AVCs, chamados de lacuna, que podem ocorrer várias vezes sem que a pessoa perceba, explica o neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Leandro Gama.


Este tipo da doença, a longo prazo, pode afetar a memória do paciente. O grande problema, segundo o especialista, é que as pessoas não se atentam aos sintomas e perdem tempo para iniciar o tratamento.


Os cinco principais sinais de que se está tendo um AVC são: 


  • Fraqueza de um lado do corpo; 

  • Dormência de um lado do corpo;

  • Perda de visão súbita;

  • Dificuldade para falaR;

  • Forte tontura.

 

 Idosos

 

A doença não afeta exclusivamente pessoas idosas, apesar de ser mais comum em quem tem acima de 55 anos.


"Quando a gente fala em AVC em jovem, nós também apontamos casos em pessoas abaixo dos 55 anos. O fator mais comum em crianças são doenças genéticas. Já nos jovens, é a dissecção das artérias do pescoço, que é quando há uma lesão na parede do vaso que leva o sangue ao cérebro. Esta lesão pode ocorrer por causa de um trauma, por exemplo, como a batida de um carro", diz Gama.


Entretanto, segundo Gama, os jovens possuem uma maior neuroplasticidade no cérebro, que faz com que outros neurônios cubram a função dos que morreram durante o AVC, fazendo com que o paciente se recupere em até 100%.


Segundo os especialistas, a melhor forma de se combater um AVC é a prevenção. Uma boa dieta, associada com exercícios físicos, o controle da pressão arterial, do diabetes, do colesterol e do triglicerídeo diminuem as chances de o indivíduo ter a doença. 


"Toda vez que a gente fala em uma prevenção, falamos tanto da primária, que é para o indivíduo nunca ter a doença, e da secundária, que é o paciente que já teve o AVC e que deve se prevenir para não ter outro", afirma Gama.




 

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