Bruna Katharina, advogada de 35 anos, nasceu com uma deficiência que
pode ser chamada de “lesão muscular de origem desconhecida”. Há dois
anos, ela redescobriu o próprio corpo por meio do pilates.
Ela conta que conciliar uma atividade adequada para sua condição a uma academia adaptada não foi tarefa fácil.
Quando criança, tentou natação, mas desanimou, pois sempre precisava de
ajuda para entrar e sair da piscina.
“Com a divulgação do método
pilates, fui pesquisar e verifiquei que ele utilizava aparelhos
próprios, o que facilitaria a minha transferência da cadeira de rodas
para os equipamentos sem necessitar de auxílio e a minha movimentação
nos exercícios”, conta.
Desde então, tem comemorado os resultados e as mudanças do corpo que,
segundo ela, são gritantes.
“A diminuição de peso e contornos do corpo
foram os sinais mais visíveis em pouco tempo. Em médio prazo, comecei a
notar a readequação postural, o ganho de força nos braços e pernas, o
desenvolvimento de músculos que eu nem sabia que poderia movimentar e
que começavam a funcionar, como coxas e abdômen.
Tudo isso reforçou a
minha independência de locomoção. Exercícios conjuntos com a respiração
também me ajudaram muito no controle de stress e ansiedade”, comemora.
Dificuldades
Bruna conta que, ao contrário do que possa parecer, o pilates não é um
exercício leve.
“Trabalha-se com o peso do próprio corpo e isso, aliado
as limitações de movimento ou posturais mais o controle da respiração,
demanda esforço e concentração”.
Ela conta que, na modalidade, os movimentos são progressivos. “Você
pode começar um exercício fazendo a mínima força ou o mínimo movimento
para despertar o corpo e, com o tempo, os movimentos começam a fluir e
vão se intensificando na medida em que nosso corpo responde. Tomamos
consciência corporal.”
Ensaio sensual
Satisfeita com as mudanças do corpo, a advogada aceitou o convite da
fotógrafa Juara Prado para fazer um ensaio sensual na prática da
modalidade.
“Numa conversa informal, tivemos a ideia de realizar um
ensaio fotográfico bastante diferente, que é registrar a feminilidade,
sensualidade e liberdade de uma cadeirante”, conta a fotógrafa.
Segundo a profissional, a ideia era mostrar a força feminina
independente dos estereótipos e padrões de beleza. “Mostrar para todas
as mulheres que todas elas possuem uma beleza ímpar e que são capazes de
vencer qualquer tipo de desafio em suas vidas”, complementa.
Foto: Juara Prado/Divulgação
Fonte: Terra
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