O psicólogo Vinícius Nascimento, que tem deficiência visual, precisou
caminhar 900 metros até seu destino porque o motorista do ônibus não
atendeu ao pedido de parada para desembarque fora do ponto.
Segundo ele, o direito previsto em legislação municipal não tem
sido cumprido na cidade de Piracicaba, em São Paulo.
A Prefeitura não se manifestou sobre o caso até a publicação desta reportagem.
Nascimento seguia no coletivo da linha Sol Nascente pela Avenida Vollet
Sachs, sentido bairro Cecap, na última quinta-feira (15), quando pediu
que o motorista parasse próximo a alguns prédios. Ele disse que o
condutor do ônibus, entretanto, não o atendeu e ainda foi ríspido,
versão confirmada por um passageiro.
Mais uma vez, o psicólogo de 32 anos chegou atrasado ao compromisso.
"Eu estava a caminho de um consulta ao fisioterapeuta e tinha que descer
antes da parada para não precisar andar muito a pé, já que em
Piracicaba as pessoas pouco respeitam os cegos. Então, pedi ao motorista
que parasse, mas isso não aconteceu", relatou.
O passageiro que presenciou a situação disse que ficou surpreso com a
forma que o motorista tratou o homem. "Fiquei chocado. Ele foi bem rude
com o Vinícius", afirmou o radialista Marcelo Antonio de Oliveira, de 36
anos.
Preocupado com a situação, Oliveira resolveu descer do ônibus junto com
Nascimento mesmo sem ter chegado ao seu ponto final.
"Eu ia para o
terminal Cecap, que fica cerca de dez pontos para frente, mas
desembarquei antes para ajudá-lo. Fiquei muito preocupado”, contou.
Legislação
Uma lei aprovada no fim do ano inclui as pessoas cegas no direito de
solicitar aos motoristas do transporte coletivo urbano a parada fora do
ponto de ônibus no embarque e desembarque de passageiros. A medida é
permitida desde que seja respeitado o itinerário original da linha.
Fonte: G1
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