O Dia Mundial do Braile foi comemorado no dia 04/01/2015.
Uma das entidades engajadas na luta pela difusão da leitura do Braille no País é a Fundação Dorina Nowill, localizada em São Paulo (SP).
Ela produz e distribui livros em Braille e em áudio para bibliotecas e organizações de todo o país.
No Brasil, existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência
visual, sendo 582 mil cegas e seis milhões com baixa visão, segundo
dados da fundação com base no Censo 2010, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Há 188 anos, o jovem francês Louis Braille, que perdeu
sua visão aos três anos de idade, inventou um sistema de leitura
especial e contribuiu para a formação e inclusão de milhões de pessoas
pelo mundo.
Além disso, prepara pessoas com deficiência visual para
serem independentes e terem condições de conquistar espaço no mercado de
trabalho.
Na opinião de Regina Oliveira, coordenadora na fundação, o Braille tem
um papel muito importante na inclusão das pessoas com deficiência visual
na sociedade.
De acordo com ela, até o século 19, as pessoas não tinham
acesso à leitura e ficavam confinadas em sua própria casa ou internadas
em asilos para pessoas com problemas mentais.
“Com o Braille, as pessoas cegas passaram a ter acesso ao conhecimento,
à cultura, ao lazer, à informação e, a partir desse conhecimento, elas
puderam desenvolver a própria consciência, a pensar por si mesmas”,
completou ela.
A própria Regina é fruto do trabalho da fundação. Cega desde os sete
anos de idade, foi lá que aprendeu a ler e a escrever, o que permitiu
que ela frequentasse uma escola convencional e aprendesse um ofício.
Como resultado, começou a trabalhar na fundação como telefonista e hoje
é coordenadora de revisão dos livros em Braille.
“Uma vez preparadas,
as pessoas podem obter acesso a um número muito grande de profissões.
Mas é necessário que, além do trabalho todo que a fundação faz, as
escolas também estejam preparadas para receber essas pessoas para dar
condições de aprendizagem como os outros alunos têm”, analisou Regina.
Outras estratégias
Com o passar do tempo, novas formas de acesso à informação são
elaboradas para auxiliar pessoas cegas. Além do Braille, existe
audiolivros e formatos digitais, que mostram as letras ampliadas (para
quem tem visão subnormal) com auxílio de áudio.
Na opinião de Regina, o Braille não perde importância com a criação de
novos formatos. Para ela, todos os formatos que auxiliam pessoas cegas
se complementam.
“O Braile é imprescindível para alfabetização das crianças, para que
elas tenham contato com a ortografia, tanto da língua portuguesa quanto
de línguas estrangeiras. Para livros científicos, não existe um
substituto para o Braille ainda. Os formatos tanto digital quanto falado
não se excluem, se complementam”.
Fontes: Agência Brasil / Portal Brasil
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