20 de mar. de 2014

Mãe pretende entrar na justiça para garantir auxílio a filha deficiente visual

Símbolo que representa pessoa com deficiência visual
As políticas adotadas pelo Ministério da Educação estabelecem que a educação é prioridade, mas nem sempre quem tem algum tipo de deficiência consegue a estrutura necessária para estudar. 


Um destes exemplos é a estudante Beatriz Santos Trianoski. 


Com deficiência visual, a jovem precisa de um professor auxiliar para acompanhar as aulas e como não há esse tipo de profissional na escola estadual onde ela estuda, a sua mãe planeja entrar na justiça para conseguir esse direito.


Beatriz  nasceu com doença degenerativa no nervo óptico e tem apenas 5% da visão. Ela concluiu o ensino fundamental sem nunca repetir de ano e a mãe destaca que a estrutura oferecida pelas escolas municipais por onde passou foi fundamental para manter o estímulo da filha. 


“Sempre me ofereceram um professor auxiliar e um professor de recursos. O auxiliar acompanhava em classe, porque ela precisa de alguém para ler, já que ela não enxerga por causa da deficiência. O professor de recursos ficava em outra sala separada,  ampliando a lição dos livros, que ela também não consegue enxergar e fazendo a ampliação das provas”, diz a corretora de imóveis Fernanda Santos Rodrigues.
 
Preocupada, a jovem conta que tem tido dificuldades para acompanhar as lições passadas em classe. “Estou sem auxiliar e não consigo acompanhar a lição da lousa. Meu amigo dita, mas algumas não consigo acompanhar, porque fica difícil para ele ditar. Ele não consegue me ditar em inglês, é difícil. Algumas lições eu não tenho no caderno. Estou preocupada com as notas”, comenta.
 
Para ajudar a filha, Fernanda começou a tirar fotos do caderno de um amigo de classe de Beatriz e, aos finais de semana, as duas passam horas tentando colocar as lições em dia. Com medo que a filha perca o interesse pela escola, a mãe diz que vai entrar com uma ação na justiça para obrigar o estado a contratar uma professora auxiliar para escola. 


“Eu preciso e vou lutar porque não quero ver minha filha parando os estudos dela, por causa do governo não querer dar algo que é de direito dela, um direito constitucional de toda a criança e adolescente, que é frequentar a escola. Ela tem o direito de concluir o ensino médio e cursar a faculdade, que é o sonho dela”, afirma.
 
Em nota, a Diretoria Regional de Ensino de Santos diz que forneceu material específico para a estudante, como cadernos com pauta ampliada e uma prancha de leitura com uma lupa ampliadora, no valor de R$ 8 mil. 


Uma equipe de técnicos do Centro de Apoio Pedagógico Especializado, da Secretaria da Educação, analisa a situação dessa aluna. Os pais da estudante já foram chamados para uma reunião sobre o assunto.






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