As políticas adotadas pelo Ministério da Educação estabelecem que a educação é prioridade, mas nem sempre quem tem algum tipo de deficiência consegue a estrutura necessária para estudar.
Um destes exemplos é a estudante Beatriz Santos Trianoski.
Com deficiência visual,
a jovem precisa de um professor auxiliar para acompanhar as aulas e
como não há esse tipo de profissional na escola estadual onde ela
estuda, a sua mãe planeja entrar na justiça para conseguir esse direito.
Beatriz nasceu com doença degenerativa no nervo óptico e tem apenas 5% da visão. Ela concluiu o ensino fundamental sem nunca repetir de ano e a mãe destaca que a estrutura oferecida pelas escolas municipais por onde passou foi fundamental para manter o estímulo da filha.
“Sempre me
ofereceram um professor auxiliar e um professor de recursos. O auxiliar
acompanhava em classe, porque ela precisa de alguém para ler, já que ela
não enxerga por causa da deficiência. O professor de recursos ficava em
outra sala separada, ampliando a lição dos livros, que ela também não
consegue enxergar e fazendo a ampliação das provas”, diz a corretora de
imóveis Fernanda Santos Rodrigues.
Preocupada, a jovem conta que tem tido dificuldades para acompanhar as
lições passadas em classe. “Estou sem auxiliar e não consigo acompanhar a
lição da lousa. Meu amigo dita, mas algumas não consigo acompanhar,
porque fica difícil para ele ditar. Ele não consegue me ditar em inglês,
é difícil. Algumas lições eu não tenho no caderno. Estou preocupada com
as notas”, comenta.
Para ajudar a filha, Fernanda começou a tirar fotos do caderno de um
amigo de classe de Beatriz e, aos finais de semana, as duas passam horas
tentando colocar as lições em dia. Com medo que a filha perca o
interesse pela escola, a mãe diz que vai entrar com uma ação na justiça
para obrigar o estado a contratar uma professora auxiliar para escola.
“Eu preciso e vou lutar porque não quero ver minha filha parando os
estudos dela, por causa do governo não querer dar algo que é de direito
dela, um direito constitucional de toda a criança e adolescente, que é
frequentar a escola. Ela tem o direito de concluir o ensino médio e
cursar a faculdade, que é o sonho dela”, afirma.
Em nota, a Diretoria Regional de Ensino de Santos diz que forneceu
material específico para a estudante, como cadernos com pauta ampliada e
uma prancha de leitura com uma lupa ampliadora, no valor de R$ 8 mil.
Uma equipe de técnicos do Centro de Apoio Pedagógico Especializado, da
Secretaria da Educação, analisa a situação dessa aluna. Os pais da
estudante já foram chamados para uma reunião sobre o assunto.
Fonte: G1 Santos e Região
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