A Prefeitura de Campinas (SP) trabalha na criação de um banco regional de empregos direcionado a pessoas com deficiência.
A iniciativa prevê a utilização da base de dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),
que segundo o prefeito Jonas Donizette (PSB), autorizou no fim do mês
passado o compartilhamento das informações para o projeto que é
considerado pioneiro no Brasil.
A secretária municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência e
Mobilidade Reduzida, Emannuelle Alkimin, explica que o banco virtual
será completamente acessível e com os dados do MTE regionalizados, com
profissionais e empresas da Região Metropolitana de Campinas.
A
Informática de Municípios Associados (IMA), empresa municipal de
tecnologia, está responsável por avaliar as características técnicas do
banco de dados do governo federal e as possibilidades para utilizá-lo
dentro das ferramentas disponíveis para o município.
Tipo de deficiência
Segundo a secretária, além das informações básicas de currículo, o
banco fornecerá às empresas o tipo de deficiência que o candidato à vaga
tem. Segundo Emannuelle, a medida é uma atitude afirmativa diante da
necessidade das empresas.
“As empresas têm necessidade de ter lucro e nós temos a necessidade que
elas tenham lucro, inclusive, para poder ter um desenvolvimento
econômico. Se eu tenho a necessidade de ter lucro, eu tenho um RH
pressionado pela gestão para pegar deficiência leve, que dá menos
trabalho. Isso é natural porque gestores estão preocupados com a
entrega”, afirmou.
Emannuelle garantiu, no entanto, que as informações sobre os tipos de
deficiência não serão priorizadas e tampouco abertas para acesso
irrestrito. “Nós vamos ter filtros. Não vai ser disponível isso de forma
pública e nem para todas as empresas. Porque nós vamos priorizar a
demonstração do currículo. Senão, empresa escolhe só pela deficiência
leve”, disse.
Parceria MTE
O acordo com o MTE foi firmado durante reunião do prefeito e da
secretária direto com o ministro, Manoel Dias, e foi formalizado por
meio de um ofício em que a Prefeitura se compromete a utilizar este
banco de dados apenas como medida de curto prazo, com um trabalho focado
em estabelecer políticas que viabilizem a unificação dos bancos de
dados, sem distinção entre pessoas com ou sem deficiência.
“O Ministério Público do Trabalho se preocupa que a gente setorize e
crie um espécie de gueto de pessoas com deficiência, o que não é
interesse. O ministro só liberou [a utilização de dados para a criação
do banco] porque nós só nos comprometemos que vamos começar assim, mas o
nosso objetivo é que em dois ou três anos a gente consiga voltar para o
banco geral, já de forma acessível”, contou a secretária, que é
deficiente visual.
Banco
O presidente da IMA, Fábio Pagani, explicou que a empresa pretende
elaborar um portal completamente acessível, para trabalhadores com todos
os tipos de deficiência.
A empresa aguarda informações do Ministério do
Trabalho para iniciar a criação da plataforma de forma compatível com o
banco federal. A Prefeitura evitou mencionar prazos.
O G1 entrou em contato com o Ministério do Trabalho e Emprego, mas a
assessoria informou que não tinha informações sobre o acordo e não
retornou até esta publicação.
Fonte: Campinas e Região
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