A van adaptada percorre todo o Distrito Federal
e conta com equipamentos profissionais que podem ser encontrados em um
estabelecimento comum, desde o lavatório até os acessórios.
Essa
infraestrutura, segundo ele, é o que diferencia seu negócio do serviço
prestado por cabeleireiros que atendem nas casas informalmente. Corte,
pintura e hidratação são alguns dos serviços oferecidos.
O investimento total foi de R$ 60 mil. Segundo José Valente, o
faturamento triplicou em relação ao período em que trabalhava em um
salão de beleza.
"Atendo cerca de 30 clientes por mês, o que dá R$
4.500. Não há concorrência, pois sou o único do DF que vai de van até a
casa das pessoas para prestar o serviço", diz. No salão, ele faturava R$
1.500. A van funciona há apenas nove meses.
O cabeleireiro diz que há uma relação de confiança entre ele e os
clientes.
"Atendo pessoas com diversas deficiências, algumas que não
conseguem nem sair da cama. Corto, faço mexas nos cabelos e hidrato.
Todo o serviço é feito com muito carinho. Muitas vezes, viro parte da
família."
Cadeiras adaptadas, tesouras, secadores, produtos químicos e até um
lavatório são levados na van. A água vem de um galão, que também é
transportado.
"Levamos também um aspirador para limpar os cabelos
cortados que ficam no chão. Nossa missão é levar praticidade e conforto
para os clientes", afirma.
Serviço evita situações constrangedoras, diz cliente
O estudante Leonardo Alencar, 27, é cadeirante há seis anos. Em uma
brincadeira com amigos, ele pulou em uma piscina e bateu a cabeça no
fundo, fraturando uma vértebra. Desde então, o jovem sofre dificuldades
quando precisa ir até um salão de beleza para cortar o cabelo. Ele diz
que não há rampas nos estabelecimentos da região.
"Quando tenho que ir sozinho, preciso da boa vontade das pessoas. A
maior dificuldade é ter que sair da cadeira de rodas para sentar na do
salão. É bem complicado, as pessoas não se preocupam com
acessibilidade", diz o jovem.
Quando soube do serviço, Leonardo logo telefonou para Valente. "Achei a
iniciativa maravilhosa, nunca tinha pensado nisso. Além de evitar
situações constrangedoras, é bem mais confortável cortar e lavar o
cabelo dentro da minha própria casa."
Fonte: UOL / Vida Mais Livre
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