O Ministério Público (MP) de Minas Gerais realizou em Uberlândia uma
audiência para discutir sobre acessibilidade em estabelecimentos
comerciais e outras instituições nesta segunda-feira (11).
Segundo o MP,
90% dos 40 mil estabelecimentos e indústrias da cidade funcionam com
alvarás provisórios porque não têm acessibilidade.
Desde dezembro de 2014 a emissão de alvarás de funcionamento está
suspensa por recomendação do MP. Pelo menos 27 mil pedidos aguardam
avaliação.
“A constituição estabelece o princípio de igualdade para o
deficiente. Nós estamos em uma situação de verdadeiro descaso com essas
pessoas que necessitam estar no mercado e que na realidade não estão por
questões especialíssimas”, comentou o promotor Fernando Martins.
De acordo com o promotor Fabrício José Fonseca, é necessário um
trabalho conjunto para a regularização a fim de não prejudicar o
consumidor que tem deficiência.
O empresário David Moreira coordena uma casa de shows e investiu R$ 35
mil para uma adequação. “Apesar de ter dúvidas sobre colocar uma pessoa
com dificuldade de locomoção na parte superior, nós compramos um
elevador e adquirimos o equipamento para atender uma solicitação do
ministério público”, afirmou.
Uma cartilha educativa foi elaborado para auxiliar os empresários. De
acordo com o coordenador do Núcleo de Acessibilidade, Idarí Alves, o
material pode ser encontrado no núcleo ou para download no site da Prefeitura.
“Nossa intenção é orientar a engenharia, arquitetura, construtores e
comerciantes a adequarem seus espaços. O núcleo ainda oferece uma equipe
de técnicos para auxiliar no que for preciso”, explicou.
Legislação
A acessibilidade é lei em Uberlândia desde o ano 2000 e a cobrança
ficou ainda maior depois da aprovação da lei federal em 2005.
No
entanto, a responsável pela fiscalização do Procon, Regina Sturn, disse
que os proprietários sempre alegam o desconhecimento da lei.
“Essa
desculpa não pode ser utilizada. A partir do momento que um
estabelecimento abre as portas para o mercado de consumo, o proprietário
é obrigado a estar ciente de toda a legislação necessária e se adequar a
ela”, destacou.
Os estabelecimentos que não estão de acordo com a lei estão sujeitos a
punições. Segundo o promotor Fernando Martins, o próximo passo é a
fiscalização. “Iremos fornecer a esses empresários um prazo de 180 dias
para priorizar os estabelecimentos”, explicou.
Fonte: G1 - MG
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