Alessandra Proque de Raimundo, de 27 anos, e Ezequiel Nogueira
Raimundo, de 33 anos, completam seis dias de casados nesta sexta-feira
(27).
Mas a felicidade celebrada pelo casal de Cambuquira
(MG) foi uma vitória difícil de ser conquistada.
Portadores de
deficiência, eles levaram mais de dois anos para convencerem a justiça
de que estavam aptos a decidirem o rumo de suas vidas.
"Quero pedir a mão da tua filha em namoro", foi o que Ezequiel disse
para o pai de Alessandra em 2012, depois que os dois se conheceram em um
culto religioso.
"Aí ele olhou pra ela, olhou pra mim... já tinha
aceitado já", recorda o orgulhoso marido.
Com deficiência intelectual e limitações motoras, Ezequiel sempre quis
se casar. Diagnosticada com microencefalia, Alessandra nunca tinha
namorado antes. No entanto, as famílias perceberam o carinho existente
entre os dois e apoiaram o relacionamento, inclusive quando veio a
decisão do casamento.
"Pra ver um filho feliz, a gente tem que ter disposição", diz Maria
Aparecida Raimundo, mãe de Ezequiel, relembrando todas dificuldades
enfrentadas pelo casal.
Até a cerimônia do dia 16 de maio ser concretizada, os dois precisaram
passar por uma verdadeira maratona de consultas. O primeiro laudo de
capacidade civil nem foi aceito. Para que o casamento acontecesse, o
juiz concedeu um alvará à família mediante o laudo de um perito
psiquiátrico.
Vencida a burocracia, Alessandra e Ezequiel trataram de realizar o
sonho. Agora esperam o término da casa para onde pretendem se mudar.
Defensor dos direitos da pessoa com deficiência, o psiquiatra Maurício
Miguel Gabdem foi padrinho dos dois e comemora também a conquista dos
afilhados.
"O Ezequiel e a Alessandra não são deficientes. São pessoas com
deficiência. Isso lhes dá limitações que eles mesmos reconhecem e tentam
superar. Isso lhes dá uma condição de poder acertar ou errar, de viver
uma vida a dois, de constituir uma família."
Fonte: G1 / Vida Mais Livre
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