"Ouvir, sentir e conhecer". Assim o tecladista da banda Eletronaipe
descreve a sua relação, um pouco diferente da maioria dos músicos, com
seu instrumento.
Sem enxergar desde o nascimento, Luiz
Otávio foi seduzido pelos sons do teclado logo aos quatro anos e agora
disputa com a sua banda mais uma fase do programa SuperStar.
Para ele, ser músico envolve muito mais sentimento do que técnica.
"Acredito que a música não tem a ver com visão. Você toca primeiro
porque sente e conhece o instrumento. A partitura você vai ler, mas
aquilo que se ouve é o que determina se está tocando certo ou não. Acho
que tocar tem a ver com ouvir, sentir e conhecer o instrumento", explica
o tecladista.
A relação com os companheiros de banda não é afetada pela deficiência
do tecladista. Dudu, companheiro do Eletronaipe, garante que o
tratamento dado a Luiz é mérito do próprio.
"Ele é um cara do bem e
super querido, por isso ele tem um tratamento especial. Não é pela
deficiência", garante Dudu. Luiz diz que pessoas como ele precisam
apenas de auxílio: "Eu procuro não me diferenciar de ninguém", explica.
Com mais de 20 anos de carreira e uma passagem aos 11 anos pelo
Domingão do Faustão ao lado de Alexandre Pires, Luiz Otávio tem pouca
idade, mas muita bagagem, graças ao incentivo de sua mãe.
"A música
brotou na minha vida quando eu era criança. Minha mãe achou que eu tinha
talento, me deu um teclado e a coisa começou a se desenvolver sozinha",
conta.
Depois de três anos aprendendo a tocar de ouvido, Luiz Otávio ingressou
em uma instituição especializada no ensino para pessoas com deficiência
visual no Rio de Janeiro e os convites começaram a acontecer.
Entre
apresentações na igreja e na escola, o tecladista fez sua estreia nos
palcos do bairro onde morava, Campo Grande no Rio de Janeiro, para uma
plateia de 800 pessoas aos nove anos. "Foi uma emoção enorme!", pontua.
Fonte: GShow / Vida Mais Livre
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