5 de mai. de 2015

Instabilidade do dólar inibe o mercado de tecnologia assistiva no Brasil



A supervalorização da moeda americana deve afetar os preços dos produtos de tecnologia assistiva comercializados no Brasil e pode pesar ainda mais no bolso dos brasileiros com deficiência. 


Como a maioria dos recursos são fabricados no exterior, os preços podem ficar até 100% mais caros, prejudicando a inclusão dessas pessoas em diversas áreas, como educação, trabalho, cultura e saúde.


“Os artigos de tecnologia assistiva vendidos no país já são extremamente caros devido à carga tributária. Com a desvalorização do real, o acesso a esses equipamentos ficará ainda mais difícil e levará a uma retração no setor”, comenta Robert Mortimer, especialista em tecnologia assistiva da Laramara – Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual. 


Isso porque as pessoas com deficiência, que já estão com o poder de compra menor devido ao aumento das tarifas de água, energia e combustíveis, terão que enfrentar altas significativas como a do leitor de livros digitais que atualmente custa cerca de R$ 800,00 e pode chegar a R$ 2,4 mil, e até nos itens de fabricação nacional, pois são utilizados insumos importados.


De acordo com a ABRIDEFAssociação Brasileira das Indústrias e Revendedores de Produtos e Serviços para Pessoas com Deficiência, o mercado de tecnologia assistiva movimenta cerca de R$ 5 bilhões por ano no país e grande parte das empresas do setor importa os equipamentos de diversos países da Europa e dos Estados Unidos.


Segundo dados do IBGE, existem mais de 45 milhões de pessoas com deficiência, sendo que 6,5 milhões são deficientes visuais. 


“A instabilidade econômica afeta de forma direta os brasileiros com deficiência que dependem de tais recursos para terem uma vida mais autônoma, digna e com mais qualidade”, comenta Mortimer.


Atualmente, um dos poucos itens comercializados no Brasil acessíveis e indispensáveis para as pessoas com deficiência visual, por exemplo, é a máquina Braille, vendida pela Laramara por R$ 2,5 mil e que também é distribuída gratuitamente, por meio de parceiras com empresas privadas.



 
 
 

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