A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) aprovou, na última quarta-feira (20), o projeto de lei (PLS
68/2015) do senador Romário (PSB-RJ) concede horário especial, sem
compensação de jornada, para o servidor público que tenha cônjuge, filho
ou dependente com deficiência física.
Com isso o Relatório, que passa a constituir o Parecer da CDH, favorável ao Projeto e pela rejeição da Emenda nº 1-CDH e adoção das Emendas nºs 2 e 3-CDH, apresentadas pelo Senador Paulo Paim.
Com isso o Relatório, que passa a constituir o Parecer da CDH, favorável ao Projeto e pela rejeição da Emenda nº 1-CDH e adoção das Emendas nºs 2 e 3-CDH, apresentadas pelo Senador Paulo Paim.
A proposta já tem parecer
favorável do relator, senador Sérgio Petecão (PSD-AC), e, na sequência,
será enviada a votação final na Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ).
O compromisso de inclusão da matéria na pauta de votações da próxima
semana foi assumido pelo presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS),
em entrevista à Agência Senado.
— É uma bela iniciativa do presidente da Comissão de Educação (CE),
senador Romário, que também é relator de projeto de minha autoria (PLS
6/2003) sobre o Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Ele mais uma vez,
com a sensibilidade que tem, sabe que os trabalhadores precisam de um
espaço maior para dar a devida atenção, o tratamento adequado ao filho
(com deficiência) nos momentos necessários — elogiou Paim.
Unanimidade
O presidente da CDH também destacou o parecer de Petecão ao PLS
68/2015, justificando sua escolha como relator pela posição favorável ao
tema.
— Provavelmente, esse projeto vai ser aprovado por unanimidade — arriscou Paim.
Petecão deixou claro seu apoio à iniciativa no parecer, observando que “sujeitar o servidor à compensação de horário priva-o de poder se
dedicar plenamente às necessidades de seu filho, cônjuge ou dependente
com deficiência.”
“Mostra-se louvável a proposição, pois garante ao servidor a redução de
jornada de trabalho sem o risco de perda remuneratória, de modo a que
possa apoiar seu cônjuge, filho ou dependente com deficiência no que se
fizer indispensável para o aprimoramento da qualidade de vida dessas
pessoas.”, concluiu Petecão no parecer.
Decisão judicial
Paim também saudou recente decisão judicial, em segunda instância, que
concedeu redução de jornada de trabalho de 40 horas para 20 horas
semanais, sem compensação de horário, a servidor da Agência Nacional de
Águas (ANA) que tem filho autista.
É importante observar ainda que o conteúdo do PLS 68/2015 apresenta
similaridade com dispositivo da Lei Berenice Piana (Lei nº 12.764/2012 -
Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista) já vetado pela presidente Dilma
Rousseff.
Naquela ocasião, o governo justificou o veto com o argumento de
inconstitucionalidade por vício de iniciativa, que seria privativa do
presidente da República. Paim acredita, entretanto, que a posição do
governo é suscetível a mudança.
— Eu estou confiante, eu estou animado (quanto à aprovação do projeto
pelo Executivo). Essa é uma pauta positiva para o Congresso e para a
própria presidente.
É o momento de assegurar efetivamente esse espaço
maior para que as mães e pais fiquem com o filho que tenha alguma
deficiência e que necessite desse período. O momento é esse e agora. —
sustentou Paim.
Senso de oportunidade
Este senso de oportunidade sobre a medida também é compartilhado por Romário.
— Já passa do momento de o governo olhar um pouco para esse segmento da
nossa sociedade. Acredito que vivemos um momento em que esses segmentos
da sociedade têm que ser vistos de outra forma: mais respeito, mais
consideração, menos preconceito e mais possibilidade — avaliou o autor
do PLS 68/2015.
A proposta altera dispositivo do Regime Jurídico Único dos Servidores
Públicos Federais (Lei nº 8.112/1990) para estender o horário especial
sem compensação de jornada – já garantido ao servidor com deficiência –
ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de
deficiência física.
Fonte: Agência Senado / Vida Mais Livre
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