4 de fev. de 2013

Em PE, pessoas com deficiência têm dificuldades para tirar habilitação

Painel interno de um carro com motorista com a mão no volante
Pessoas com deficiência em Pernambuco (PE) normalmente encontram muita dificuldade em dar entrada na Carteira Nacional de Habilitação (CNH)

Em todo o estado, só existe um Centro de Formação de Condutores (CFC) com veículos adaptados e ele fica no bairro da Boa Vista, no Centro de Recife

Em Caruaru, por exemplo, a situação é muito complicada por causa da falta de veículos adaptados nas autoescolas.

Cícero Severino de Lima teve um AVC e, desde então, tem dificuldades com movimentos do lado esquerdo do corpo. Para não depender do transporte público e da ajuda das pessoas, ele quer tirar a habilitação. 

"Quando procurei a autoescola, me falaram que poderia ser num carro de câmbio automático e aqui em Caruaru não tem nenhum para me ensinar", afirma Cícero. De acordo com a Ciretran de Caruaru, nenhuma autoescola do município dispõe do serviço para pessoas com deficiência.

O coordenador da 4ª Ciretran, Joaquim Queiroz, afirma que o processo é longo para pessoas com deficiência. "A lei garante direito para todos, então o Detran tem que se preparar. A pessoa pode vir aqui no Detran e nós vamos encaminhá-la para uma junta médica que vai definir o tipo de deficiência e a adaptação que ele precisa. Infelizmente, aqui em Caruaru realmente não temos carros equipados nem junta médica permanente, então dependemos da vinda dos médicos do Recife ou que o aprendiz se desloque até a capital para fazer essa avaliação", afirma Joaquim Queiroz.

Este também é um grande problema na vida do aposentado Claudionor Elias da Silva. Ele esbarra na burocracia das escolas sempre que tenta tirar a carteira de motorista, há cinco meses. "A gente procurou as autoescolas para tirar habilitação para pessoa com deficiência, mas elas não têm carro adaptado", afirma ele.

O coordenador da Ciretran explica, ainda, que existe um movimento para levar a junta médica a Caruaru. "Existe o movimento para fazer com que algum CFC traga o serviço para cá ou então que o Recife disponibilize um veículo adaptado", afirma Joaquim Queiroz. "Não posso precisar o tempo que isso vai levar nem se vai ser concreto", conclui.

O Detran esclarece que a lei não obriga CFCs a oferecerem carros adaptados porque cada pessoa possui um tipo de deficiência diferente. O candidato que precisar de um veículo diferenciado pode ter aulas e a prova prática no seu próprio carro adaptado.

Fonte: G1

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