A visita começa com um aprendizado sobre o estádio do Pacaembu, que abriga o Museu do Futebol. Roseli, de 23 anos, tem apenas 6% da visão, que perdeu em um acidente de moto.
A aposentada Maria Zélia Mota só enxerga vultos - consequência da diabete.“Que legal! Aqui já é o campo de futebol”, exclama Maria Zélia.
O caminho é facilitado por um piso tátil. Elas também conheceram, em primeira mão, um catálogo produzido no museu, com textos em braile e fotos em alto relevo.
“O catálogo vai para o Brasil inteiro. Vamos distribuí-lo para todas as entidades na esperança de que eles possam vir a conhecer o local onde foi concebido esse catálogo”, diz o diretor do museu, Pedro Sotero.
Todas essas experiências que o museu proporciona aos visitantes só têm sido possíveis com a ajuda de pessoas que conhecem e vivem os problemas da visão, e sabem muito bem que com toque e sensibilidade dá para entender e admirar a beleza do futebol.
Durante três meses, o vendedor José Vicente de Paula ensinou funcionários para que eles pudessem receber melhor visitantes com deficiência.
“Até então a gente não sabia como lidar com uma pessoa com deficiência visual, como subir uma escada, como conduzir um elevador, se a gente poderia falar de cores, se a gente pode falar, e como falar”, afirma a educadora Simone Venâncio dos Santos. E ele, deficiente visual de nascença, aprendeu muito.
“É o Pelé dando uma bicicleta. A perna direita dele, ele está na horizontal, levantado do chão, chutando a bola em direção ao gol”, descreve José Vicente. “Deve ser muito lindo. A pessoa ficar no ar, ter esse movimento, bola para trás porque aqui pegou a bola no alto e fez o movimento inverso. Isso aqui ficou perfeito. A gente consegue enxergar.”
Fonte: Jornal Nacional / G1
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