21 de fev. de 2013

Pessoa com deficiência ganha espaço na região do Grande ABC


Várias empresas do Grande ABC não precisaram esperar o manual lançado pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social para colocar em prática políticas de inclusão de pessoas com deficiência em seus quadros de funcionários. 

Segundo o Censo 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 24,5 milhões de brasileiros (14,5% da população do país) são pessoas com deficiência física ou mental. Em 1991, ano da criação da lei que obriga as empresas com mais de 100 funcionários a manter um porcentual de deficientes, o índice era dez vezes menor.
 
A autopeças Auto Metal, de Diadema, é uma das pioneiras na inclusão de pessoas com deficiência. Hoje, inclusive, já ultrapassou o mínimo exigido pela lei. 
 
“Temos 43 profissionais, que representam 5,7% do quadro de funcionários da empresa”, disse o gerente de recursos humanos e jurídico Dermeval Sanches. 

A cota legal da Auto Metal é 4%. A decisão de implementar mecanismos para inserir esse público no mercado de trabalho, segundo Sanches, partiu da proposta de que servissem de exemplo aos demais colaboradores. 

Para receber os funcionários, foi necessária uma adaptação dos sistemas de escadas, bancos, sanitários e restaurante. “Um valor pequeno diante dos resultados e do significado da ação.”

No Hospital Brasil, de Santo André, a inclusão acontece há três anos, segundo o gerente de hotelaria Marcelo Boeger. 

“Cinco deles têm dificuldades de locomoção e são operadores da sala técnica de monitoramento das imagens de segurança.” 

O hospital mantém, ainda, pessoas com deficiência auditiva na área de higienização. Todos são efetivos e, na maioria dos casos, a vaga no hospital representa o primeiro emprego.

Boeger afirmou que essas pessoas têm, ainda, prioridade no processo de seleção e que para incluir deficientes no quadro de funcionários basta oferecer um ambiente adequado aos problemas preexistentes. “E no nosso caso é fácil porque o hospital tem, por exemplo, estrutura para cadeiras de rodas.”

 
Reflexos  – Maior concentração. Para as empresas ouvidas pelo Diário, está é a maior resposta dos deficientes contratados. “Não se beneficiam do problema para tirar vantagem”, disse o gerente do Hospital Brasil. 

A mesma percepção é a do gerente da Auto Metal. “Quando se candidatam à vaga, os deficientes passam pelo mesmo processo de seleção dos outros trabalhadores.

” Sanches disse também que é muito difícil a pessoa com deficiência não se adaptar ao setor para o qual é contratado. “O nível de concentração deles é muito bom.”


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