Em tempos digitais, o uso da tecnologia para ampliar a acessibilidade é
tema constante de estudos e notícias.
Graças à rapidez do processo de
transformação digital, políticas e iniciativas são recorrentemente
noticiadas para ampliar a integração de cerca de 15% da população
global: as pessoas com deficiência.
A questão foi tema de uma reunião realizada na última quinta-feira
(10), na sede da ABES em São Paulo, que contou com James Thurston,
Vice-Presidente de Estratégia e Desenvolvimento da G3ict (Global
Initiative for Inclusive ICTs), braço da ONU criado há 10 anos para
ajudar a sociedade civil, o governo e a indústria a desenharem e
implementarem boas políticas e práticas que promovam a acessibilidade
digital.
Também estiveram presentes Cid Torquato, secretário adjunto da
Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São
Paulo, Jorge Sukarie, presidente executivo da ABES (Associação
Brasileira de Empresas de Software), e representantes das empresas
associadas.
O encontro pautou a implementação da Agenda de
Acessibilidade Digital da Convenção Internacional sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência, presente em 160 países, dentre eles, o Brasil.
“Existem duas forças que direcionam os avanços nessa área: as políticas públicas e o mercado. Nos últimos anos, temos visto setores e indústrias individuais implementando excelentes projetos e começando a liderar as mudanças. Os bancos, por exemplo, tornaram os terminais eletrônicos mais acessíveis. Mas existe muito a avançar”, explicou Thurston.
Acessibilidade digital
Para acompanhar a evolução da inclusão digital, o G3ict realizou um
levantamento detalhado dos principais avanços em tecnologia assistiva no
mundo, que envolve a disponibilização de softwares e hardwares.
A
inclusão de closed caption ou linguagem de sinais pelas emissoras de TV é
um dos pontos que mais progrediu.
“Vale observar que estas tecnologias beneficiam também as pessoas mais velhas e a perspectiva de vida da população no planeta vem sendo ampliada. Pessoas com deficiência e idosos representam uma excelente oportunidade para a inovação por parte da indústria, pois são públicos consumidores. Além disso, os governos nacionais são grandes compradores dessas inovações”, destacou Thurston.
Microsoft, AT&T, Lloyds Bank,
IBM e Barclays Bank são empresas que se estabeleceram como referências
em melhores práticas de acessibilidade digital.
Signatário da convenção em 2016, o Brasil tem, desde julho de 2015, a
Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa
com Deficiência), em vigor desde 2 de janeiro de 2016.
“Queremos promover o debate da acessibilidade digital no país, para ampliar o conhecimento dos aspectos legais e das necessidades de adequação, até mesmo dos sites das organizações e governos que precisam ser acessíveis. O Ministério Público já começou a receber demandas e existem punições previstas no estatuto. O trabalho que procuramos realizar na secretaria é de orientar, promover a inclusão digital das pessoas com deficiência e debater as lacunas que houver”, explicou Cid Torquato, secretário adjunto da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo.
O presidente da associação, Jorge Sukarie, agradeceu o encontro e
destacou a disponibilidade e interesse da ABES em contribuir no
engajamento de empresas de software e serviços no processo de
acessibilidade digital, por meio da divulgação de projetos e do
estatuto, promoção de novos encontros e identificação de parcerias,
entre outras atividades.
Fontes: Blog da Espiral Interativa / Portal ABES e Vida Mais Livre
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