14 de mar. de 2016

Menina com deficiência visual frequenta escola após lei de inclusão

Gizes de cera coloridos dispostos lado a lado
 
 
 
Desde o primeiro dia de 2016 está em vigor a lei brasileira de acessibilidade, uma espécie de estatuto que muda completamente a forma da sociedade encarar as pessoas com deficiência. 
 
 
Com a lei, as instituições de ensino não podem fechar as portas para essas pessoas.
 
 
Nicoli Santos tem 7 anos e é cega. Ela perdeu 100% da visão aos 2 anos por causa de um câncer. A mãe dela Bianca Santos já fez uma correria para conseguir uma escola para ela. 
 
 
“Eles colocavam taxas adicionais, eu tinha que contratar um cuidador para ficar ao lado dela”, lembra.

 
Mas finalmente uma escola abriu as portas para Nicoli e hoje ela frequenta as aulas normalmente e aprende o mesmo conteúdo que as outras crianças da turma. A única diferença é que ela escreve e lê em braile. 
 
 
“Eu gosto de trazer brinquedo, de brincar aqui e gosto de vir para escola”, conta Nicoli.
 
 
Segundo o diretor da OAB de Bauru e membro da comissão de direitos da pessoa com deficiência, Eduardo Jannone da Silva, as escolas precisam aceitar todos os alunos. 
 
 
“Todas as escolas estão obrigadas a aparelhar a sua estrutura para que as pessoas com deficiência possam estudar nessas escolas públicas e privadas. Caso essas pessoas precisem de auxílio, seja material ou humano, por exemplo, o amigo qualificado ou o cuidador, a escola vai ter que providenciar esse suporte humano. O eventual custo com esse profissional precisa ser diluído entre todos os outros custos da escola”, explica.
 

Empresas


 
Além das escolas, as empresas com mais de 100 funcionários também devem contratar pessoas com deficiência. 
 
 
Por causa de uma leve deficiência mental, Gabriel Fernandes Nogueira teve a fala comprometida, mas isso nunca foi problema para ele. 
 
 
O jovem trabalha em uma empresa de recuperação de crédito há três anos e só está crescendo.
 
 
Gabriel começou trabalhando na empresa na portaria, ficou dois anos e hoje ele está no setor de Recursos Humanos. 
 
 
Ele é responsável pela triagem dos currículos. A oportunidade do primeiro emprego surgiu porque a empresa onde o Gabriel trabalha se preocupa com a lei de inclusão.

 
“Nós fizemos um processo, contatamos a família, entendemos também um pouco das potencialidades dele e o alocamos na área inicial. Ele é bastante produtivo, a gente percebe que desta forma ele consegue encontrar sentido na carreira, no trabalho, se sentir útil de fato e ele contribui bastante”, explica o coordenadora de RH Luiza Metzner.
 
 
Hoje as empresas com mais de 100 funcionários são obrigadas a abrir as portas às pessoas com deficiência. 
 
 
Uma emenda na lei poderia melhorar ainda mais a situação dessas pessoas que querem trabalhar, mas o projeto que previa a obrigatoriedade de empresas com menos de 100 funcionários contratarem pessoas com deficiência foi vetada.
 

Nas ruas


Mas apesar da lei, muito lugares ainda não oferecem acesso inclusivo. Nas ruas de Bauru é fácil encontrar calçadas irregulares. 
 
 
A rampa de acesso, por exemplo, é de responsabilidade do proprietário do imóvel, mas nem todos os locais instalam.
 
 
Na avenida Duque de Caxias, postes foram encontrados no meio da rampa de acesso e outras calçadas sem a rampa. 
 
 
Segundo o  presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Comude), Washington Rodrigues, qualquer cidadão pode fazer uma reclamação no Poupatempo sobre o lugar errado.
 
 
Fontes: G1 / Vida Mais Livre
 
 
 

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