5 de dez. de 2012

3ª Virada Inclusiva envolve população paulista e chama atenção para o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência

Logotipo da Virada Inclusiva 2012
Nos últimos três dias, São Paulo foi tomado por uma festa em prol da inclusão. De 01 a 03 de dezembro, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência realizou a 3º Virada Inclusiva, evento que acontece desde 2010, para festejar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado mundialmente em 3 de dezembro.

Na manhã do último sábado, 1º de dezembro, aconteceu a abertura da 3ª Virada Inclusiva na Praça Oswaldo Cruz, no bairro do Paraíso, em São Paulo. 


O evento se estendeu por todo o final de semana e passou por 80 municípios do estado de São Paulo com mais de 800 atividades culturais para pessoas com e sem deficiência.

Em seu primeiro dia, a Virada reuniu cerca de 300 pessoas em sua abertura, que foi acompanhada pela apresentação do Bloco Carnavalesco Filhos da Santa, formado na região do bairro Santa Cecília, centro de São Paulo, desde 2009.


Eduardo Kenji, que faz parte da Organização de Projetos Sociais do Bloco, falou sobre a importância da Virada Inclusiva e sobre a participação dos Filhos da Santa. “Um evento como esse é sempre muito importante para chamar a atenção da sociedade, para dar visibilidade para as pessoas com deficiência que, normalmente, não conseguem ocupar os espaços justamente porque falta acessibilidade.”


Na cerimônia de abertura, a Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Dra. Linamara Rizzo Battistella, enfatizou a importância da inclusão das pessoas com deficiência no mundo cultural e artístico e se mostrou muito animada com o início do terceiro evento desse porte.


“Queria agradecer a todos que colaboraram de forma muito expressiva para que pudéssemos, este ano, organizar 800 atividades, construindo de forma muito sinérgica o conceito de inclusão social, esse conceito que ajuda no avanço do processo civilizatório, no respeito aos direitos de todos os humanos”.


A Secretária apresentou uma informação nova a todos os presentes, no próximo ano o evento será latino-americano, “Vamos fazer da Virada Inclusiva um evento internacional, agregando Chile, Argentina e México nesse grande movimento, que significa direitos para todos os humanos, construindo uma sociedade a partir da diversidade, a partir do respeito às particularidades, mas sabendo que a força da modernidade, a força da inovação, reside no respeito à diversidade humana”.


Além da Secretária, estiveram presentes na cerimônia de abertura, o Secretário Adjunto, Marco Antonio Pellegrini, o Chefe de Gabinete, Alexandre Artur Perroni, o Secretário Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Marcos Belizário, e o representante do Movimento Superação, Billy Saga.


Após a abertura, a avenida Paulista foi tomada por centenas de pessoas para a tradicional passeata liderada pelo Movimento Superação. A passeata visa à sensibilização da sociedade em relação aos direitos e protagonismo das pessoas com deficiência. 

O evento ocorre há nove anos em São Paulo e nos últimos anos vem se incorporando à Virada Inclusiva, sedimentando a movimentação pela inclusão social das pessoas com deficiência.


Homenagem à Frida Kahlo
 
A Virada Inclusiva abriu a mostra em homenagem a Frida Kahl no sábado, 1º/12, no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista.

Os painéis marcantes mostram a presença de Frida Kahlo, que introduz a luta de uma mulher vitimada pela poliomielite em momento de transformações sociais no México. Viveu Intensamente as alegrias e as dores de seu tempo tornando-se ícone da sua cultura, de seu povo e do mundo. 

A homenagem à artista contou com a presença da Secretária de Estado, Dra. Linamara e do Cônsul do México, José Gerardo Traslosheros Hernández. Os painéis de Frida Kahlo permanecem em exposição no Conjunto Nacional, na avenida Paulista até sexta, 8/12.


Arte andante nas ruas de São Paulo
 
Durante a tarde do mesmo sábado, primeiro dia de Virada, uma das atividades realizadas foi o Walking Gallery, que percorreu as calçadas da Rua Oscar Freire, até chegar à Alameda Casa Branca.

 
A ideia do movimento cultural Walking Gallery é propor um novo formato de exibição de arte. Idealizado há três anos pelo arquiteto e artista catalão José Puig, o primeiro Walking Gallery (WG) foi em Barcelona na Espanha. Hoje a marcha artística já se espalha por cidades como Londres. São Miguel Allende (México), Montevideo e Buenos Aires, além de seis cidades espanholas.


Em São Paulo, a coordenadora do Walking Gallery é Ana Rosa Colhado e desde que iniciou a atividade na capital, é a primeira vez que promove atividade com exposição de arte de pessoas com deficiência.

“Estou surpresa e encantada. Anteriormente atuei com organizações como a Ashoka, mas nunca antes com artistas com deficiência, estou impressionada com a participação e energia dos participantes”, destaca.

 

Entre os participantes estava Marc Aoki Ito, um jovem de 27 anos, com distrofia muscular e feliz com sua primeira exposição com arte elaborada em Killing (rolinhos de papel dobrados e colados formando figuras). “

É a primeira exposição, mas terceira peça que produzo”, explicou orgulhoso. Ele seguiu junto com a Walking Gallery desde a estação Sumaré do metrô, ao longo da rua Oscar Freire, enchendo os olhares dos transeuntes de curiosidade e surpresa, pela cor e vida da “galeria andante”.
 

Unidade Móvel do Procon SP
 
A Unidade Móvel do Procon SP esteve estacionada no Parque do Ibirapuera durante o fim de semana para atendimento à população com emissão de CIP ao Fornecedor (Carta de Informações Preliminares), orientações e distribuição de material educativo.

Quem caminhava, patinava ou pedalava pelo Parque Ibirapuera na tarde ensolarada de sábado não imaginava que poderia unir o “útil ao agradável”, interrompendo um minutinho o passeio de sábado e recuperando, muitas vezes, as noites de sono, afinal, quem nunca teve insônia ao pensar no acúmulo de dívidas ou problemas cotidianos?

Para dar um alento, ou, concretamente, dar início ao atendimento, a Fundação Procon, tradicional parceira da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, também participou da Virada Inclusiva e somente no sábado, 1º/12 prestou cerca de 40 atendimentos, segundo o supervisor de plantão Ericsson Valadares de Castro, que atuou com equipe de 13 pessoas.

“Desses 40, pelo menos oito já temos boas perspectivas de negociação com a empresa credora”, destacou, acrescentando que a expectativa de atendimento nos dois dias era de cerca de 100 pessoas, com e sem deficiência.

“Em geral, atendemos casos relacionados a telefonia, banco e plano de saúde. Mas também orientamos sobre o uso do 13º salário e sobre procedimentos para matrículas em escolas, basta ligar no telefone 151”, afirmou.


Apresentação do envelhecimento
 
A peça “Meu Corpo Pulsa” apresentou-se na manhã de segunda-feira (3), na sede da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Os atores são membros do Serviço de Apoio ao Envelhecimento da APAE de São Paulo.

O coordenador da apresentação, José Geraldo dos Santos, explica que o grupo de apoio atende pessoas com deficiência intelectual em processo de envelhecimento, acima dos 30 anos de idade. Segundo ele, o objetivo do serviço é voltado para a saúde, assim como a interação social.

Sobre a peça teatral, José Geraldo informa acerca dos recursos utilizados durante a encenação. “No espetáculo fazemos atividades voltadas para os cinco sentidos”. Em “Meu Corpo Pulsa”, a audição e o visual foram potencializados no palco.

 

Cortejo de bonecos
 
Os bonecos gigantes da APAE de São Paulo desfilaram do terminal Barra Funda até a entrada da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, nesta segunda-feira (3), com figuras produzidas pelos membros da associação.

Renato Santos, um dos coordenadores da APAE, afirma que as criações são da área socioeducativa da entidade e conta acerca do objetivo das alegorias. “A ideia é trabalhar a arte, como forma de potencializar a pessoa com deficiência intelectual”, argumenta.

De acordo com Santos, as atrações artísticas possuem um valor social. “Por meio da arte e da cultura é possível promover a inclusão dessas pessoas”. 

A aparência dos bonecos, com altura equivalente a aproximadamente três pessoas e com diversas cores, são uma homenagem ao aniversário de 100 anos do cantor e compositor pernambucano Luíz Gonzaga.

 

Encerramento da Virada Inclusiva com atrações culturais no Memorial da América Latina
 
A Virada Inclusiva chegou ao fim nesta segunda, 03 de dezembro, no auditório Simon Bolivar, no Memorial da América Latina.

A agitação dos três dias teve o objetivo de chamar a atenção das pessoas para a inclusão de pessoas com deficiência em todas as atividades culturais. 

Durante o encerramento, a Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Dra. Linamara Rizzo Battistella, falou sobre a alegria e participação nesses três dias de festa. 

“Estivemos na maior parte do tempo nas ruas, onde tivemos uma grande oportunidade de agregar novos parceiros e fazer com que as pessoas possam entender o valor da acessibilidade e inclusão dentro da sociedade”, ressaltou.

A Secretária falou também sobre a apresentação da Cia de Ballet de Cegos, que foi uma das atrações do encerramento. “Nada poderia ser mais inclusivo do que o ballet das meninas cegas. 


O ballet finaliza com a máxima do potencial das pessoas, e dentro dessa lógica de arte, que nos encanta,de forma tão expressiva”.

 

Ballet inclusivo apresenta grupo de bailarinas cegas
 
Durante o encerramento da Virada Inclusiva, a Cia de Ballet de Cegos Fernanda Bianchini apresentou dois números clássicos: a Danças das Fadas e o clássico de Natal, “O Quebra Nozes”.

Fernanda Bianchini, idealizadora da Cia esteve presente e falou sobre a expectativa em relação a apresentação. “O dia de hoje é importante para que os aplausos venham pela qualidade da apresentação.

Uma das coreografias apresentadas no encerramento da Virada foi a exibida na cerimônia das Paralimpíadas de Londres.

 

Alta gastronomia a preços populares marcou encerramento da Virada
 
A preços populares, três renomados chefs da cidade de São Paulo, serviram seus requintados pratos.

A proposta foi unir elementos característicos do cotidiano da capital paulista: bons cozinheiros e boa comida.

Os chefs Deepali Bavaskar, da Samosa & Company Indian Food; Flavia Spielkamp, da Aya Cuisine; e Hugo Delgado, de O restaurateur do Obá serviram deliciosas guloseimas a quem prestigiou a Virada Inclusiva 2012.


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