Lembrada como o Dia Nacional do Cego e de Santa Luzia, a data de 13 de
dezembro foi escolhida pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
para dar início ao 2º Encontro Nacional de Audiodescrição e o 3º
Encontro de Acessibilidade.
A abertura, que teve como tema
“Audiodescrição e o acesso à cultura e à informação”, reuniu cerca de
110 pessoas no prédio Itamar Franco, na Faculdade de Engenharia, no
campus.
Representando os audiodescritores, a professora Lívia Maria Villela de
Mello Motta ressaltou que o assunto tem atraído pessoas de diversas
áreas, como artes cênicas, dublagens e cinema, além de ter aumentado o
número de publicações acadêmicas.
“Nossa intenção é regularizar a
audiodescrição de forma que as pessoas cegas possam escolher a peça
teatral ou o filme de acordo com seu gosto pessoal, e não como única
opção.”
O secretário Nacional de Promoção dos Direitos à Pessoa com
Deficiência, Antônio José Ferreira, frisou a importância da
audiodescrição para o acesso de deficientes visuais à comunicação.
Segundo ele, o Brasil é um dos países que mais discute o assunto na
América Latina.
Já o representante da Organização Nacional dos Cegos do Brasil (ONCB), Clóvis Alberto Pereira, citou ações que deveriam ser implementadas no país para melhorar a acessibilidade, como ampliar o acesso nas televisões abertas e por assinatura, incluir a audiodescrição em escolas públicas e privadas e promover cursos de extensão acadêmica nessa área.
Já o representante da Organização Nacional dos Cegos do Brasil (ONCB), Clóvis Alberto Pereira, citou ações que deveriam ser implementadas no país para melhorar a acessibilidade, como ampliar o acesso nas televisões abertas e por assinatura, incluir a audiodescrição em escolas públicas e privadas e promover cursos de extensão acadêmica nessa área.
Ressaltando que ainda há muito por fazer no Brasil acerca do tema, o
representante do público consumidor da audiodescrição, Paulo Romeu
Filho, lembrou que o Ministério das Comunicações instituiu como
obrigatórias duas horas de audiodescrição a cada 168 horas de
programação da TV aberta.
“Isso é muito pouco. Devemos aumentar a
quantidade de horas e a diversidade dos programas, como novelas e shows,
não apenas filmes.” Ele citou possíveis soluções para melhorar a
educação de deficientes visuais: aumento do número de professores com
conhecimento básico em audiodescrição; formação de profissionais com
disposição de trabalhar na área; e produção de livros didáticos no
formato Daisy (sigla em inglês para Sistema de Informação Acessível
Digital).
Cultura e acessibilidade
Cultura e acessibilidade
Depois da mesa de abertura, a deficiente visual Sara Bentes cantou a
música “Pra quê”, de sua autoria. A letra fala sobre pessoas com a mesma
deficiência: “Se quiser me ajudar, pergunte primeiro se eu preciso. E
se for me ajudar, pergunte primeiro como”.
No final do evento, foi apresentado o filme “Colegas”, premiado no
Festival de Gramado, e produzido por Marçal de Souza, também deficiente
visual. O filme conta a história de três jovens com Síndrome de Down que
adoram cinema e decidem fugir do instituto onde moravam para se
aventurarem na estrada, depois de assistir “Thelma e Louise”.
Cada um
tem o um sonho a realizar – casar, voar, ver o mar. “A intenção é
mostrar a vida comum, e que os telespectadores esqueçam que os
personagens têm Down”, afirma Souza. O filme foi disponibilizado em
audiodescrição.
O olhar do público
A professora de Educação Física no Colégio de Aplicação da Universidade
Federal do Maranhão, Ana Maria Lima Cruz, apaixonou-se pela
audiodescrição. Ela dá aula para alunos com deficiência visual e afirma:
“O meu grande desafio era transcrever a linguagem corporal em palavras,
e a audiodescrição é um recurso que vai me dar suporte para fazer esse
trabalho na escola”.
A atriz de dublagem Mônica Magnani faz audiodescrição de filmes para
televisão há cerca de um ano. Ela afirma que na maioria das vezes não se
tem a resposta do deficiente visual quanto ao trabalho realizado.
Ela
comentou, ainda, o processo de produção: “Temos que passar a informação
da forma mais sucinta possível e só podemos falar nos trechos sem
diálogo no filme, de forma a não deixar o áudio poluído, pois também
deve haver um intervalo para se saborear o silêncio”.
Conheça mais sobre o decreto nº 5.296,
da Presidência da República, que estabelece normas e critérios para
promover a acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência
Outras informações:
(32) 2102-3944 – Coordenação de Acessibilidade Educacional, Física e Informacional (Caefi) (32) 2102-3283 – Grupo de Pesquisa em Inclusão, Movimento e Ensino a Distância (Gime)
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