Uma recente descoberta promete mudar (pra melhor, é claro) radicalmente
a maneira como deficientes visuais se relacionam com o mundo.
Ao
adaptar uma conhecida tecnologia que permite que cegos consigam enxergar
rudemente, cientistas conseguiram dar um passo além: fazer com que eles
consigam ler. Sem as mãos, sem precisar tocar no Braille - tudo na base
da boa e velha visão.
Com o sistema Argus II, o usuário tinha uma versão pixelizada do mundo: um par de óculos com uma câmera acoplada manda sinais eletrônicos diretamente para a retina da pessoa.
Com o sistema Argus II, o usuário tinha uma versão pixelizada do mundo: um par de óculos com uma câmera acoplada manda sinais eletrônicos diretamente para a retina da pessoa.
Essa espécie de mini-monitor era
visualizado na forma de um quadrado com 60 eletrodos; fazendo com que
fosse possível distinguir claro e escuro, além de coisas como a passagem
por uma porta e a mudança de um ambiente para o outro.
Acontece que
essa tecnologia é rudimentar demais para que se consiga ler, a fonte da
palavra tinha que ser grande demais e mesmo assim levaria minutos até
que o conteúdo dela fosse totalmente compreendido. Com pequenos ajustes,
mas partindo do mesmo princípio, pesquisadores da empresa americana
Second Sight, lapidaram a tecnologia e chegaram a resultados bastante
animadores.
Como o Braille é baseado num padrão de 6 pontos, recombinados de maneiras diferentes pra cada letra, número ou símbolo (vírgula, ponto final, etc) eles perceberam que os eletrodos usados no Argus II poderiam ser utilizados para representar esses pontos, como se fosse uma analogia ao Braille propriamente dito.
Como o Braille é baseado num padrão de 6 pontos, recombinados de maneiras diferentes pra cada letra, número ou símbolo (vírgula, ponto final, etc) eles perceberam que os eletrodos usados no Argus II poderiam ser utilizados para representar esses pontos, como se fosse uma analogia ao Braille propriamente dito.
Ao estimular 6 dos 60 eletrodos, a
pessoa consegue ler sem precisar encostar em nada. Um implante com os
tais eletrodos é colocado atrás do olho do usuário, bem em cima da
retina, e as letras em Braille são enviadas via wireless para o
dispositivo. Quer dizer, isso ainda não permite que um cego leia um
livro no ônibus, mas certamente fará ele chegar com muito mais
tranqüilidade no seu destino final.
Esse é o verdadeiro avanço do novo Argus II: fazer com que deficientes visuais consigam interpretar placas e outros sinais que facilitam a locomoção nas ruas.
Esse é o verdadeiro avanço do novo Argus II: fazer com que deficientes visuais consigam interpretar placas e outros sinais que facilitam a locomoção nas ruas.
Para pessoas com a visão boa, isso passa batido, mas
nosso cotidiano é orientado por esse tipo de aviso – desde qual rua
virar até a qual estação de metrô descer. Adaptando esses locais
públicos à tecnologia recém-descoberta, a vida dos cegos ficará
consideravelmente mais fácil.
Durante os primeiros testes, a eficiência do sistema provou-se bem alta. Quando vistas individualmente, o índice de acerto das letras foi de 89%. Palavras com duas letras tiveram uma taxa de 80% e as de 4 chegaram a 70%.
Durante os primeiros testes, a eficiência do sistema provou-se bem alta. Quando vistas individualmente, o índice de acerto das letras foi de 89%. Palavras com duas letras tiveram uma taxa de 80% e as de 4 chegaram a 70%.
Apesar desses números, os pesquisadores acreditam que
palavras longas são mais fáceis de serem interpretadas, já que, nesse
caso, errar uma letra implica em menos dificuldade de adivinhar o
significado total.
Fonte: Portal Nacional de Tecnologia Assistiva
Fonte: Portal Nacional de Tecnologia Assistiva
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