No Brasil o mercado de bens e serviços de tecnologia assistiva, voltado para a mobilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, faturou em 2011 cerca de R$ 1,5 bilhão, segundo dados do Grupo Cipa Fiera Milano, organizador da 11ª Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade (Reatech), que aconteceu em abril em São Paulo. A estimativa para 2012 é de um aumento de 20%.
Fundada em 1968, um pouco por acaso, a Cavenaghi
aposta nesse mercado. "Um ex-combatente da Segunda Guerra foi até a
oficina pedir ao sr. Júlio Cavenaghi, criador da empresa, que era
conhecido por ser inventivo, que criasse uma forma para que ele pudesse
voltar a dirigir, mesmo sem uma das pernas", conta Mônica Cavenaghi,
diretora comercial da marca.
A invenção possibilitou acionar a embreagem
por meio de um manete junto à alavanca de câmbio, como nas
motocicletas, e foi instalada em um Fusca.
Havia um problema: o cliente não tinha habilitação. "Os dois foram juntos ao Detran de São Paulo tentar provar que era possível dirigir daquela forma. E conseguiram", diz Mônica.
A história teria parado por ai, mas informalmente o Detran começou a
indicar a oficina e com o tempo Júlio deixou de consertar carros
antigos. Ele patenteou a invenção, criou novas soluções e passou a se
dedicar somente a essa modalidade de mecânica.
Atualmente, a Cavenaghi trabalha com mais de 2 mil itens divididos em
cinco linhas de produtos: direção; transportes (para receber a pessoa na
cadeira de rodas); autonomia; cadeiras de rodas e acessórios (ligados à
mobilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida); e
adequação postural (que trabalha com a personalização dos produtos).
Crescimento e modelo de franquia
Cerca de 5 mil carros são adaptados ou transformados pela empresa
anualmente. Por conta de fatores como o aumento de empregos para pessoas
com deficiência, crédito especial e um cenário econômico positivo, esse
nicho de mercado está cada vez mais atraente. "Ainda há muito
crescimento pela frente.
Costumo dizer que, quando tudo vai mal,
crescemos 10% ao ano", aponta Mônica. "Acho que a lei de cotas tem muito
a ver com isso. As pessoas estão inseridas no mercado de trabalho e,
automaticamente, no mercado de consumo."
A rede, que já contava com 40 pontos autorizados, decidiu apostar em
franquias em 2011. "Percebemos que precisávamos expandir nosso número de
lojas completas, com todas as soluções, como temos na unidade de São
Paulo", explica Mônica.
Hoje, a marca conta com duas unidades próprias -
São Paulo e Rio de Janeiro - e duas unidades franqueadas - São Carlos
(SP) e Salvador.
Para 2013, a meta é chegar a 10 lojas em todo o País. Para isso, busca
franqueados que se identifiquem com o negócio. "Devem ter espírito
empreendedor, e é desejável que, de alguma forma, já estejam envolvidos
com esse universo. Seja pela profissão ou por meio de pessoas próximas
que, por algum motivo, façam parte do universo dos nossos clientes",
afirma Mônica.
O franqueado Sérgio Coelho, dono da unidade de São Carlos, decidiu
abandonar o negócio que tinha na área de distribuição de alimentos para
investir na franquia. "Entrei na rede em agosto de 2011, motivado pelo
meu filho Igor, que tem síndrome de Down, e pela falta de uma loja como a
nossa na região", conta.
Para ele, o grande benefício é o pioneirismo da rede. "São produtos e
soluções de qualidade, com mais de 40 anos de mercado", aponta. Mas a
novidade do tipo de negócio também é o grande desafio que deve ser
vencido no longo prazo.
"Temos que quebrar paradigmas e mostrar aos
profissionais e às pessoas com essa necessidade de mobilidade que
existem produtos com tecnologia que oferecem conforto, qualidade de vida
e segurança", defende.
Para 2013, o empresário espera aumentar o seu
faturamento em 30% em relação ao primeiro ano do negócio.
A expectativa da Cavenaghi é encerar o ano com um faturamento de R$16
milhões, o que representa um crescimento de 20%. "Para 2013 espero o
mesmo crescimento, planeja Mônica.
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