Nick Newell ganhou as manchetes por suas vitórias no MMA, mesmo tendo de superar uma amputação congênita que o fez nascer sem uma parte do braço.
O norte-americano está invicto sobre os ringues e disputa na
sexta-feira (7/12), seu primeiro cinturão da carreira. Mais do que isso,
ele luta para conquistar respeito - “chamar atenção é fácil”, diz o
lutador - e mira alto, afirmando que já tem condições de enfrentar as
estrelas do UFC.
Nesta sexta, Newell encara seu maior desafio. Ele enfrenta o
compatriota Eric Reynolds (14 vitórias, cinco derrotas) no Xtreme
Fighting Championships (XFC), em Nashville (EUA), valendo o cinturão da
categoria leve (até 77 kg).
Será a nona luta do lutador de 26 anos, que está invicto e tem cinco
finalizações e dois nocautes no cartel. Mas ele sabe que os resultados
ainda representam pouco frente ao que ele ainda tem de vencer, que é o
preconceito contra sua condição.
O mote do norte-americano, como ele
disse em entrevista ao UOL em abril, segue o mesmo: "Você não pode parar
alguém que tem determinação."
“É fácil para mim chamar atenção, mas é muito duro conquistar respeito”, afirmou Newell ao jornal USA Today.
“Meu objetivo quando comecei foi nunca ser conhecido com o ‘lutador de
uma mão’. Minha meta é ser o melhor do mundo. Se você estabelece seus
objetivos para baixo, você está apenas trapaceando”, opina ele.
O desafio é transformar a curiosidade das pessoas em assistir às suas
lutas em algo mais, fazer com que elas esqueçam a deficiência e o vejam
como um competidor, um desafiante.
“Esses caras estão lutando por um título por uma razão, não é por pura
escolha”, defende o técnico de Newell, Jeremy Libiszewski.
Presidente do XFC, John Prisco concorda. “Inicialmente é claro que você
nota que ele não tem parte do braço por conta desta amputação
congênita. Mas rapidamente você vai além disso e percebe o quão bom ele é
como atleta”, explica.
Prisco conta que, antigamente, os lutadores fugiam de Newell por
acharem que era uma situação em que não tinham a vencer. Ou eles
perderiam para um cara com uma mão, ou seriam vistos com olhares tortos
em caso de vitória.
“Isso mudou totalmente. Hoje, quando menciono Newell
todos querem a luta, pois sabem que ele é bom e que vencê-lo é uma
conquista”, conta o dirigente.
O norte-americano mostra confiança e sente que pode “competir com
qualquer um no UFC, absolutamente”. Além de vencer Reynolds nesta sexta,
ele terá de provar nos próximos passos que tem condições de se elevar a
desafios ainda mais altos e convencer os céticos.
Entre eles está quem
ele espera que seja seu próximo chefe, Dana White. O presidente do
Ultimate não descarta um dia contar com Newell, mas avisa: “já é uma
competição dura o suficiente para atletas com dois braços”.
Fonte: http://esporte.uol.com.br
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