Na semana do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, comemorado
na última segunda-feira, 21, o país tem o que apresentar como avanços.
De 2003 a 2014, a inclusão na educação básica brasileira passou de 29%
para 79%, o que significa crescimento de 381%. O número de estudantes,
que era de 145.141 no início da década, chega atualmente a 698.768.
A
política de inclusão do Brasil também atingiu a educação superior, que
registrou aumento de 475% — de 5.078 para 29.221 alunos ingressos nos
últimos 12 anos.
Segundo a diretora de políticas de educação especial da Secretaria de
Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do
Ministério da Educação, Martinha Dutra dos Santos, a comemoração não é
no sentido de festejar, mas de marcar a data.
“Antes, vivíamos um apartheid: pessoas com deficiência, em situação de vulnerabilidade social, distantes da escolarização. Organizações não governamentais substituíam o Estado, que se desincumbia de seu deve”, disse.
Os números da estrutura de atendimento mostram que 42 mil escolas foram
beneficiadas com salas de recursos multifuncionais; 2.307 veículos para
transporte escolar acessíveis em 1.541 municípios; 30 centros de
formação de profissionais da educação e de atendimento a pessoas com
surdez; 55 centros de apoio pedagógico às pessoas com deficiência visual
e financiamento de núcleos de acessibilidade nas instituições federais
de nível superior. Martinha observa que os números são eloquentes.
“Mostram o processo de construção de um novo paradigma de sociedade, com cidadania, distante do modelo de tutela, de caridade e assistencialismo”, afirmou.
Para
Martinha, a última década foi de conquista dos movimentos sociais em
defesa da inclusão da pessoa com deficiência na educação.
“Este é um momento de reconhecer um novo cenário social no Brasil.”
Cursos — Também no aspecto pedagógico, a inclusão de pessoas com
deficiência avançou nos últimos 12 anos. Foram criados 30 cursos de
letras com linguagem brasileira de sinais (libras), que oferecem
anualmente 2.250 vagas para formação de professores, tradutores e
intérpretes, e liberados 114 títulos no método braile, 383 em sistema de
informação digital acessível (mecdaysi) e 13 obras em libras–língua
portuguesa.
O Brasil ratificou, como emenda constitucional, a Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU.
No artigo 24, o texto
afirma que é dever do Estado assegurar sistema educacional inclusivo em
todos os níveis.
“À sociedade cabe promover a acessibilidade e possibilitar independência e participação plena em todos os aspectos da vida às pessoas com deficiência”, disse o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro.
Em pronunciamento em comemoração à data, o ministro observou
que o conjunto de ações provocou “vertiginosa mudança” na educação
brasileira.
“Por tudo isso, hoje é dia de celebrar essas valiosas conquistas, sem, no entanto, perder de vista os desafios que devem nos fazer avançar, continuamente, rumo à construção de uma sociedade em que todos possam conviver e aprender juntos.”
Fonte: Planeta Universitário / Vida Mais Livre
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