Prática de esportes, dança, música e atividades culturais. Além da
fisioterapia já tradicional, essas são alternativas muito eficientes
tanto para o desenvolvimento físico e motor, como pessoal e social das
pessoas com deficiência.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a
reabilitação permite o alcance do nível físico, mental e/ou social
ótimo da pessoa com deficiência, dando a ela condições de mudar sua
vida.
Na cidade do Rio, a secretaria municipal da Pessoa com Deficiência
(SMPD) faz a gestão de seis espaços, os Centros Municipais de Referência
da Pessoa com Deficiência, que atendem adultos e crianças com
deficiências auditiva, visual, física e intelectual.
Os locais contam
com equipes multidisciplinares formadas de fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, intérpretes de
libras e instrutores de oficinas. Somente na unidade de Irajá, são
atendidas 350 pessoas, diariamente.
A Secretaria tem ainda uma atuação forte dentro das maternidades, para
que ao primeiro sinal de que o bebê tem algum tipo de deficiência, ele
seja encaminhado para um dos centros. O órgão mantém também creches
inclusivas.
"Todas as pessoas com deficiência precisam da reabilitação. Antes, ela era vista como algo feito somente por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos. Nós abrimos o leque para a prática de atividades físicas, oficinas terapêuticas e para a cultura, com atividades como música, teatro e dança", diz a secretária municipal da Pessoa com Deficiência, Georgette Vidor.
A secretária garante que as atividades culturais servem de estímulo para os deficientes.
"Buscamos mostrar, por exemplo, que a atividade física e a dança são grandes estímulos, já que a fisioterapia é muito monótona. Queremos mostrar também que as oficinas culturais e terapêuticas desenvolvem habilidades para além das motoras", completa ela.
Coreógrafa do grupo de dança Corpo em Movimento, criado pela Associação
Niteroiense de Deficientes Físicos (Andef), Camila Rodrigues destaca
que a música é uma forma de “mexer” os músculos de uma maneira mais
divertida e lúdica.
Além disso, ela garante que a dança ajuda na
inclusão, já que é possível misturar em uma mesma aula pessoas com e sem
deficiência, e também auxilia na aceitação e no resgate da autoestima.
"A música é também uma terapia. Atualmente, no nosso grupo profissional há quatro pessoas com deficiência e três sem. Ao todo, são 42 pessoas com deficiência nas nossas aulas", diz Camila Rodrigues.
A Andef conta ainda com outras atividades, como a prática de diferentes
esportes, entre eles, basquete, capoeira, futebol masculino, ginástica e
natação.
Medalhista paralímpico e gestor do Programa de Geração de
Emprego e Renda da instituição, Anderson Lopes reforça que o esporte faz
com que a pessoa saia das “quatro paredes” da reabilitação, se
desenvolvendo tanto fisicamente, quanto socialmente.
"Na Andef, já pudemos proporcionar a prática esportiva para milhares de pessoas, em uma reabilitação integrada com a fisioterapia. Hoje, temos capacidade de reabilitar entre 250 e 300 pessoas com a prática de esportes. Apesar de termos atletas paralímpicos, que são exemplos e incentivos, muitas vezes, o esporte não é competitivo. É um trabalho de formiguinha, mas temos a certeza que o esporte transformou a reabilitação para melhor", ressalta Anderson Lopes.
Fonte: Jornal do Brasil / Vida Mais Livre
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