30 de jul. de 2015

Falta de médico atrasa retirada de CNH especial no ES

 


Por falta de profissionais especializados em medicina do tráfego, pessoas com deficiência física não conseguem tirar carteira de habilitação no Espírito Santo


Vários deles já passaram por todo o processo, mas não podem marcar a prova prática. Agora, uma decisão judicial autorizou a contratação de um médico sem essa especialização para garantir a emissão das CNH.


O cobrador Luiz Aguiar sabe, mas ainda não pode dirigir um carro. Só se for acompanhado pelo instrutor da autoescola. Há mais de um ano, ele tenta tirar a carteira de motorista.


“Eu contava que em outubro do ano passado eu já estaria com minha permissão. Era meu presente de Natal e Ano Novo do ano passado”, lamentou o cobrador.


Só em uma autoescola em Vitória, são 25 alunos prontos para tirar a carteira, mas que não conseguem marcar a data para fazer a prova.


“Todos os dias eu ligo para o Detran e a informação que a gente tem é sempre a mesma. Tem que aguardar, não tem previsão", falou o dono da autoescola, Osmar Pereira Ramalho.


A aposentada Moema Broedel também já espera desde o ano passado.Já fez a prova teórica, exames médicos e 20 aulas práticas. Gastou mais de R$ 1700 e ainda não tirou a carteira.


“Estou me sentindo frustrada. Me sinto até constrangida de estar lutando por uma coisa que tenho direito", disse.


Toda essa demora para tirar a carteira é porque as pessoas com deficiência, quando vão fazer a prova prática, precisam também ser avaliadas por um médico, que tem uma especialização em trânsito. Mas o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) tem dificuldade para contratar esse profissional.


No Espírito Santo, o Detran já lançou seis editais, mas desde 2013 não consegue contratar um médico que fique no emprego.


O diretor do Detran entrou na justiça. Ele alega que o estado não tem curso de especialização em medicina do tráfego.
 

A Justiça Federal concedeu uma liminar autorizando, para os próximos seis meses, a contratação de médico, mesmo sem essa especialidade, que é exigida pelo Contran.


"Isso restringe muito, uma vez, que nem todo estado da federação possui essa especialidade de medicina do tráfego, então hoje, com isso, há possibilidade de o Detran contratar outros médicos e prestar o serviço, garantindo a essas pessoas o direito à cidadania", falou o diretor do Detran, Fabiano Contarato.



Fontes: G1 / Vida Mais Livre
 
 
 

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