Candidatos com deficiência que fizeram o (Exame Nacional do Ensino
Médio) 2012 na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, reclamaram da falta
de carteiras adaptadas para cadeiras de roda no primeiro dia do exame.
A
solução encontrada, segundo os candidatos, foi fazer a prova na carteira do professor.
"Ontem, a sala não estava adaptada, foi tudo feito a toque de caixa.
Pedi suporte de perna [na inscrição] e não tinha. A mesa, usaram a do
professor", contou Marcelo Martins Rochael, 43, que faz a prova do Enem
para tentar uma vaga em medicina.
Ele já é formado em computação pela UFMG (Universidade Federal de Minas
Gerais) e em psicologia por uma universidade particular; agora,
pretende passar na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) ou em
outra federal.
Marcello conta que gostaria que todas as pessoas com
deficiência tivessem vontade e oportunidade de fazer o ensino superior.
"Acho que o deficiente deveria ter mais acesso, muita gente não tem
condição de sair de casa e também não se anima", afirmou.
Nataly Natanie Miranda Inácio, 19, faz o Enem pela primeira vez e quer
entrar no curso de psicologia. "Eu pretendia trabalhar com primeiros
socorros, mas por causa da minha deficiência não dá, então vou fa zer
psicológico que gosto também", disse a garota.
Ela também reclamou da falta de mesas e teve que usar a mesa do
professor. Sobre a prova, ela achou que estava complexa, mas já esperava
por isso.
Cadeiras de rodas
Acompanhada da mãe, Mônica Guimarães, 18, faz o Enem para testar os
conhecimentos, pois pretende entrar no curso de letras da USP
(Universidade de São Paulo), que não usa a nota do exame.
Para Mônica, que usa cadeiras de rodas, a acessibilidade na sala
"estava tranquila", mas ela também teve o mesmo problemas com a falta de
carteira: "Não tinha mesa para mim, só a do professor que o aplicador
ia usar.
Mas, acabei usando a moeda deles mesmo, como só tinha eu que
precisava não teve problema", contou.
Maria Isabel, 42, mãe de Mônica, contou que elas moram em Interlagos e
colocaram a menina para fazer a prova na Barra Funda. "Saímos às 10h de
casa para chegar 11h30 aqui e ainda tive que deixar o irmão dela em
outro local de prova. Tem uma universidade perto de casa que também tem
prova do Enem, dava para ir sem carro para lá e eles mandam pra cá",
reclama.
A mãe vai deixar a candidata na sala de aula e mais tarde volta para
buscá-la. "Fico com o coração na mão, bem mais nervosa do que ela",
afirmou.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do MEC informou na
tarde deste domingo que não irá se pronunciar sobre a queixa de falta de
acessibilidade nessa escola em São Paulo.
Fonte: Educação UOL
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