A inserção de pessoas com deficiências no mercado de trabalho ainda constitui um desafio para a sociedade. As dificuldades de ingresso no mercado formal de trabalho ocorrem em função de um conjunto de fatores, como limitações impostas pela deficiência, falta de estrutura social frente às suas necessidades de reabilitação, educação e profissionalização, à baixa escolarização e formação profissional, deflagrando a necessidade de desenvolvimento de habilidades.
Nesse sentido, há necessidade de criar oportunidades para valorização das potencialidades e fortalecimento dos aspectos que constituem limitações. Com o advento da Lei nº 8.213/91, art.93, denominada Lei de Cotas, que assegura a contratação obrigatória de pessoas com deficiências, respeitando o percentual de 2 a 5%, a partir de empresas com mais de 100 funcionários, ampliam-se as possibilidades de oferta de vagas de trabalho para pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
Contudo, tal mudança é processual e a consolidação do direito ainda está em fase de construção. A colocação no mercado de trabalho também está associada ao processo de qualificação profissional.
Com participação dos professores Nilson Rogério da Silva, Deyse Paula de Almeida Silva, Maria Candida Soares Del Masso e Suelen Moraes de Lorenzo, a pesquisa, publicada na 'Revista Ciência em Extensão', v.7, n.3, 2011, foi realizada com 10 pessoas com deficiência (física e intelectual).
O projeto contou com a parceria de uma empresa privada do município. Durante os dois primeiros meses a capacitação ocorreu integralmente na instituição (ASTI - Associação de Suporte ao Trabalho Inclusivo), do terceiro ao quinto mês ocorreu meio período na ASTI e meio período na empresa e no último mês integralmente na empresa.
A ação foi realizada em período de 6 meses, com carga horária diária de 6h e foram desenvolvidas as seguintes atividades: treino de habilidades funcionais; treino de atividade de leitura e escrita funcional, focada nas necessidades do trabalho e nas habilidades requeridas para o desempenho nas diferentes atividades na empresas; treino de atividades de vida diária que envolve cuidados de higiene pessoal, aparência e vestuário; treino de atividades de vida prática e treino de habilidades de empregabilidade.
Os dados foram muito satisfatórios, pois ao final do programa 90% dos capacitandos foram contratados pela empresa. Este projeto é realizado por uma equipe multidisciplinar que envolve docentes de terapia ocupacional, estagiários de terapia ocupacional, assistente social (docente na área de educação especial) e estudantes de pedagogia. "Atualmente outro grupo de deficientes vem sendo capacitado", afirma Nilson Rogério da Silva.
Fonte: http://www.unesp.br
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