A Escola Municipal Olga Ferreira de Campos, em Araraquara (SP), é exemplo para a inclusão de alunos com deficiência.
O ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) é obrigatório na unidade e os estudantes praticam a inserção na sala de aula.
O ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) é obrigatório na unidade e os estudantes praticam a inserção na sala de aula.
Na turma do 5º ano do Ensino Fundamental a matéria é revista e, em um canto da sala, dois estudantes com deficiência auditiva ficam de olho em tudo e, com prestam atenção máxima na professora e na intérprete.
Guilherme é um dos alunos, e está na escola de 2008. Três anos depois, chegou Vitória, que também não teve dificuldades para se adaptar ao grupo. “Foi bem natural, eles se entrosaram super bem”, afirmou a intérprete Tânia Regina.
A chegada de Guilherme e Vitória mudou a rotina da escola. Aos poucos, os outros alunos começaram a interagir
com os colegas e os professores passaram a usar um livro especial.
Hoje, o resultado é que a sala inteira se comunica em Libras.
“Aprendemos com a professora. Nós prestávamos atenção e perguntávamos
como era. Além disso tinha o livro”, comentou a estudante Letícia
Cirilo.
Na aula de interpretação de texto, os estudantes contam histórias em
Libras. Mas os gestos não são apenas para falar sobre a matéria. Eles
interagem e brincam entre si. “Ele disse que eu sou mulher, e disse que
ele também era”, explicou o aluno Vitor Hugo Santos.
A professora Marli Aere conta que a inclusão de Guilherme e Vitória foi um aprendizado,
mas não só para os dois.
“É a primeira vez que eu me deparo com uma
situação dessa, eles interagiram muito bem”, afirmou. “Tanto que a
professora de Libras não estava aqui e os alunos queriam ajudar, os
próprios alunos passavam pra eles”, disse.
A mãe de Guilherme, Márcia Colombo de Souza, está orgulhosa com o rendimento do
filho, mas não foi fácil chegar aqui, segundo ela.
“A gente procurou
duas escolas particulares, só que a resposta que eu tive é que
procurasse uma escola pública porque eles não estariam preparados”,
relembrou, comentando os benefícios.
“Ele sempre foi uma criança muito
retraída, mas com essa convivência com as crianças, ele se tornou uma
criança mais feliz”.
A diretora Cláudia Lemos Borges diz que a escola teve que superar algumas dificuldades. “Na faculdade, não aprendemos a lidar com esse aluno. Nosso maior desafio foi estudar para esse aluno ficar integrado à nossa escola”, comentou.
Hoje existe uma obrigatoriedade para essa integração.
“Apesar de existir uma lei federal, não necessariamente as escolas se
preparam pra isso. Existe uma ‘querência da equipe’ a gente precisa
querer”, finalizou Cláudia.
Fonte: G1
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