Geralmente associados erroneamente apenas às pessoas que enxergam, os livros também podem ser desfrutados por pessoas com deficiência visual.
Felizmente, esse é um mercado cuja importância tem crescido com o passar dos anos, da mesma forma como a causa da acessibilidade e a própria visibilidade das pessoas com deficiência na sociedade tem aumentado com o passar dos dias.
Segundo dados do Censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
45,6 milhões de brasileiros declararam ter uma deficiência, o que
corresponde a cerca de 23,6% da população total. Desse total, a maioria
(18,8%) possui deficiência visual, 7% têm deficiência motora, auditiva
(5,1%) e intelectual ou mental (1,4%).
Exemplos desse mercado são as publicações feitas por ou para essa parcela da população, divulgadas durante 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizada de 22 a 31 de agosto, em São Paulo.
A Fundação Dorina Nowill para Cegos expõe durante os 10 dias de evento os livros da coleção Braillinho Tagarela, que foram criados com o objetivo de integrar quem tem deficiência visual e quem não tem. Indicada para o público infantil, ao todo, são dez títulos infantis em tinta, braille
e impressão em letra ampliada e imagens com relevo, que pode ser
adquirido com ou sem CD, trazendo a leitura das historinhas em versões
com e sem audiodescrição das ilustrações.
Para públicos mais adultos, a instituição também leva para a Bienal do Livro 2014, o DDReader, primeiro aplicativo de leitura para pessoas com deficiência visual, que permite que pessoas com parcial ou total ausência de visão tenham acesso a obras digitais por meio de smartphones e tablets. O aplicativo já está disponível gratuitamente para download no Google Play. Em um primeiro momento, quem adquirir o leitor poderá baixar, gratuitamente, três livros digitais no site da Fundação Dorina (www.fundacaodorina.org.br).
Disponibilizado pela editora Gutenberg, o livro de "Minha Metade Silenciosa", Andrew Smith, de 304 páginas, conta a história de um garoto que sofre bullying por ser muito alto e magro e por ter apenas uma orelha. Stark ou "Palito" - apelidado assim por ser muito alto e magro - passa pela descoberta do amor, do sexo, do afeto e da amizade verdadeira estampada na figura de seu irmão mais velho, Bosten, de 16 anos que sempre o defende e o protege quando Stark é alvo de bullying. Em contrapartida, Stark e Bosten são passivos de surras, falta de afeto e isolamento em casa. Curiosamente, o livro foi editado com apenas uma “orelha”, na capa, e narrado com e s p a ç o s e n t r e a s p a l a v r a s para mostrar a maneira do protagonista ouvir.
Lançado na Bienal deste ano, o livro "Inclusão educacional de alunos com surdez – concepção e alfabetização", de Márcia Honora, editado pela Cortez Editora, aborda um tema ainda relativamente escasso de informação: aprendizagem e inclusão de alunos surdos.
Este livro de 198 páginas tem como objetivo levar ao conhecimento do
professor do Ensino Fundamental - 1º Ciclo um completo entendimento de
como incluir esses estudantes nas salas de aula regulares de todo o
país, apresentando ferramentas e possibilidades educacionais sem
mistérios, de uma forma clara e objetiva, tendo em vista a metodologia
do bilinguismo.
No livro “O Mistério do palhaço azul”, o autor André Luiz Pinheiro, que possui a Síndrome de Asperger,
conta sua autobiografia e apresenta as características da síndrome e
fala a respeito das decepções, barreiras, surpresas e alegrias que
encontrou na vida. O autor é pedagogo e possui pós-graduações em
Educação Infantil, Gestão e Auditoria Ambiental e em Educação Inclusiva.
Além de atuar como Palhaço Xiririca em trabalhos sociais, André também
possui uma rádio web (www.radioxiririca.com.br). O livro está disponível pela PerSe, uma webplataforma para autores independentes.
Acessibilidade
Voltado para arquitetos e interessados em acessibilidade, o livro "Acessibilidade - Orientações para bares, restaurantes e pousadas", da Cybele Monteiro de Barros, disponibilizado pela editora SENAC,
traz soluções para adequar os ambientes de hospedagem e alimentação ao
uso por pessoas com deficiências diversas e também para os idosos,
parcela cada vez maior da sociedade e importante segmento do setor de
lazer, turismo e entretenimento.
Fonte: Vida Mais Livre - Reportagem: Daniel Limas
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