“Deficientes somos nós que não entendemos os outros.” A declaração do diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa (MD),
brigadeiro Carlos Augusto Amaral Oliveira, resume o objetivo principal
da iniciativa que começa a ser desenvolvida no MD: resgatar a
autoestima, por meio do esporte paralímpico, de integrantes das Forças Armadas que ficaram com algum tipo de deficiência após acidentes em trabalho e, consequentemente, foram reformados (aposentados).
O Ministério da Defesa
instituiu grupo de trabalho para desenvolver o projeto. “Queremos
proporcionar qualidade de vida, desenvolver a autonomia, o equilíbrio
emocional e a aptidão física”, explica o brigadeiro Amaral.
Na última semana, integrantes da Defesa se reuniram com representantes
de diversas entidades que atuam na área para levantar experiências,
definir focos de interesse, viabilizar patrocínios, verificar acessibilidade de locais de treinamento, deslocamento, entre outros.
Também debateram a proposta de inserir a iniciativa nas discussões do
grupo interministerial da Defesa acerca de grandes eventos. Em 2016, o
Brasil será sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, na cidade do Rio de Janeiro.
O vice-presidente do Projeto Para-Esportivo do Conselho Internacional
do Esporte Militar (CISM), capitão-de-mar-e-guerra Luiz Carlos Pinheiro
Serrano, falou sobre a experiência da instituição com iniciativas desta
natureza.
“Montamos em 2011 um grupo de trabalho para desenvolver o
programa”, explicou, mostrando aos presentes detalhes de todas as fases
trabalhadas.
Integrantes do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)
elogiaram o Ministério da Defesa pela ação. Para o vice-presidente do
órgão, Ivaldo Brandão Vieira, “o projeto vem em boa hora e temos uma
ampla gama de possibilidades”. “As Forças Armadas estão dando passo
importante na inclusão”, sentenciou.
O Brasil é veterano em competições esportivas paralímpicas. São 19
anos, 229 medalhas e participação em 22 modalidades, o que alça o país
ao posto de 7ª potência do paradesporto.
“Temos mais medalhas do que nas
Olimpíadas”, destacou o brigadeiro Amaral.
Centro de Treinamento
O diretor-técnico do CPB, Edilson Alves da Rocha, mostrou o andamento
das obras do Centro de Treinamento Paralímpico Parque Fontes do
Ipiranga, que está sendo construído em São Paulo. O investimento é do
governo federal e do estado.
O local terá capacidade para abrigar 15 modalidades dos Jogos. O espaço
prevê pista de atletismo, duas piscinas, campo de futebol, sala de
esgrima, entre outros.
A previsão de entrega da obra é entre abril e maio de 2015. “Teremos
uns oito meses para usar as instalações em treinamentos, antes dos Jogos
Paralímpicos”, disse Edilson Rocha. Cerca de 1,2 mil pessoas trabalham
na área.
Forças no Esporte
O Ministério da Defesa já atua na inclusão esportiva por meio do
Programa Forças no Esporte (Profesp), que beneficia crianças e
adolescentes de 7 a 17 anos com aulas de vôlei, futebol, natação,
basquete, por exemplo. Também são oferecidas atividades culturais, de
artes e reforço escolar.
Ao todo, são 16 mil participantes, que contam com a estrutura de mais
de 120 instituições militares em todo o Brasil. O Profesp foi criado em
2003 e é uma parceria com os ministérios do Esporte e do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome.
A diretora de Políticas Interssetoriais do Ministério do Esporte,
Andrea Ewerton, afirmou que a Defesa é estratégica no trabalho em
conjunto desenvolvido no Profesp e explicou a importância do programa
.“Algumas crianças entram em contato pela primeira vez com a prática
esportiva pelo projeto.”
Fonte: Portal Brasil
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