As dificuldades em atravessar as ruas para quem é tem deficiência visual são muitas. Em Presidente Prudente (SP),
existem 80 semáforos distribuídos em 21 pontos da cidade, conforme a
Secretaria de Assuntos Viários (Semav), com a finalidade de auxiliar os
cegos e evitar acidentes. Porém, quem precisa da ajuda dos sinais
sonoros diz que as dificuldades são constantes.
Segundo a Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos, boa parte dos
semáforos não funciona ou não está de acordo com as necessidades das
pessoas com deficiência.
A coordenadora da Associação, Eliete Margutti,
diz que a instalação não segue um critério específico e aponta a
necessidade de acrescentar mais dispositivos.
“É preciso saber quais são os pontos mais usados pelos cegos e onde se
deve colocar os sinais extras. Por isso, precisamos da colaboração do
Poder Público para que mudanças sejam feitas dedicado àqueles que
realmente precisam”, relata Margutti.
Quem depende desse serviço afirma não estar satisfeito. De acordo com o
pensionista Edinel Santos Gonçalves, ao apertar o botão para solicitar a
travessia, começa outro problema.
O sinal dá apenas a opção de dez
segundos para atravessar toda a rua ou avenida. Tempo, que para ele, é
insuficiente.
“É muito complicado, porque precisamos da ajuda de desconhecidos para
conseguirmos chegar até o outro lado. Corremos perigo em todos os
sentidos”, diz Gonçalves.
Outra parte da população que não necessita usar os sinais sonoros
também reclama das dificuldades em atravessar as avenidas movimentadas.
“Temos que ter atenção, porque quando fecha um lado da via, o outro já
abre e todos os carros começam a passar. Ou seja, temos que parar no
meio da rua ou nas 'ilhas' e esperar o fluxo de veículos diminuir”,
relata Dirceu Junqueira.
Conforme a Semav, cada semáforo instalado custa aproximadamente, R$ 3,5
mil. O órgão explica que vândalos destroem os aparelhos e, por isso,
eles ficam quebrados e a manutenção pode custar em torno de R$ 700.
Já a prefeitura informou que instalou semáforos sonoros seguindo a
legislação, em locais que existem grande fluxo de carros. Por nota, o
Poder Público disse ainda que está a disposição para ouvir a opinião da
associação sobre as possíveis melhorias.
Fonte: G1
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